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Gol (GOLL4): lucro líquido de R$ 2,61 bilhões no 1T22

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A companhia aérea Gol registrou lucro líquido de R$ 2,61 bilhões no primeiro trimestre de 2022, o que reverte o prejuízo de R$ 2,51 bilhões de um ano antes. O resultado foi fortemente influenciado por variações cambiais favoráveis.

No critério recorrente, a aérea reportou prejuízo líquido de R$ 690 milhões no período, ante resultado negativo de R$ 891,8 milhões em igual intervalo de 2021.

A receita operacional líquida da companhia alcançou R$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre, alta de 105,4% sobre o mesmo período de 2021.

“Nossa capacidade de emergir de uma das piores crises da história do setor aéreo como uma empresa mais competitiva e com bons resultados é uma prova do nosso flexível modelo de negócios, que nos permite rápida adaptação à dinâmica atual do mercado”, comentou em release de resultados o presidente da Gol, Paulo Kakinoff.

Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – recorrente do trimestre alcançou R$ 542,2 milhões, ante resultado negativo de R$ 72,1 milhões no mesmo período de 2021. Com isso, a margem Ebitda recorrente foi de 16,8% de janeiro a março, ante margem negativa de 4,6% na mesma base de comparação.

As atividades operacionais da companhia geraram aproximadamente R$ 700 milhões no 1T22. Segundo a administração, isso se deu principalmente pelo aumento no volume de vendas futuras e também contou com influência do maior volume de recebíveis e utilização de saldos de depósitos e adiantamentos para eventos de transformação de frota.

As despesas operacionais (CASK) recorrentes no 1T22 foi de 30,06 centavos (R$), um acréscimo nominal de 6,5% comparativamente ao 1T21. Os indicadores por ASK descritos nesta sessão e sua base comparativa, bem como as explicações da natureza de suas variações são baseados nos números reportados recorrentes.

O número de Passageiro-Quilômetro Transportado Pago (RPK) aumentou 46,5%, enquanto o total de AssentoQuilômetro Ofertado (ASK) cresceu 44,4%.

A demanda no mercado doméstico atingiu 7.935 milhões de RPK, um aumento de 41,9% comparado ao 1T21, atingindo 87,3% do RPK registrado no 1T19.

A oferta no mercado doméstico por sua vez atingiu 9.769 milhões de ASK, representando um aumento de 39,6% comparado ao 1T21 e 88,6% dos níveis atingidos no 1T19.

A taxa de ocupação foi de 81.2% e a Companhia transportou cerca de 6,7 milhões de Clientes no 1T22, um incremento de 49,5% comparativamente ao mesmo trimestre do ano anterior.

A receita de passageiros por assentos-quilômetros oferecidos (Prask) foi de R$ 0,2979, alta de 47,2% na comparação anual. Já o Cask, ou o custo operacional dividido pelo total de assentos-quilômetro oferecidos, foi de R$ 0,3109, alta de 4%. Excluindo os combustíveis, o Cask foi de R$ 0,1917, queda de 11,9%.

Já a receita operacional por assentos-quilômetro oferecidos (Rask) foi de R$ 0,3185, alta de 42,2%.

⇒ Frota

No final do 1T22, a frota total da GOL era de 142 aeronaves Boeing 737, sendo 111 NGs e 31 MAXs.

A idade média da frota foi de 10,3 anos (versus 10,7 anos no 4T21). A frota da GOL é 100% composta por aeronaves de médio porte (narrowbody), sendo 98% financiada via arrendamento mercantil operacional e 2% financiada via arrendamento financeiro.

Em 31/03/22, a GOL possuía 95 pedidos firmes para aquisição de aeronaves Boeing 737-MAX, sendo 70 do modelo 737-MAX 8 e 25 do modelo 737-MAX 10. O plano de frota da Companhia prevê a devolução de cerca de 19 aeronaves operacionais até o final de 2022, com a flexibilidade de acelerar ou reduzir o volume de devoluções caso necessário.

O plano de frota da GOL é encerrar esse ano com 136 aeronaves, sendo 44 Boeing 737 MAX-8 e 92 Boeing 737 NG. A conversão das seis aeronaves de carga deverá proporcionar economias no processo de transformação da frota em aproximadamente R$ 25 milhões em 2022 e demais R$ 75 milhões em 2023.

“Nossa operação de cargas inaugura um novo capítulo empolgante para a GOL e a GOLLOG, ao integrar nossas sinergias de empresa aérea de menor custo da região com as necessidades do Mercado Livre, a maior plataforma de e-commerce da América Latina. Essa parceria não apenas aumenta a produtividade das aeronaves da GOL, como também traz alto valor agregado e ajudará a democratizar os serviços logísticos para todos os brasileiros,” concluiu Kakinoff.

A dívida líquida ajustada da companhia fechou o trimestre em R$ 21,963 bilhões, cifra que representa um crescimento de 61,3% em relação ao mesmo período de 2021.

Com esse número, a alavancagem da empresa – mensurada pela razão dívida líquida ajustada/Ebitda – ficou em 10,3x, queda de 1,1x em relação ao 1T21.

No que é referente às despesas, os custos com combustível de aviação somaram R$ 1,205 bilhão nos três primeiros meses de 2022, um crescimento de 113% em relação ao mesmo trimestre de 2021.

O balanço patrimonial demonstra que a companhia aérea fechou o 1T22 com uma frota de 142 aeronaves Boeing 737, sendo 111 NGs e 31 MAXs. No trimestre, a idade média da frota foi de 10,3 anos, contra 10,7 anos no 4T21.

⇒ Projeções

A Gol prevê receita líquida de R$ 13,7 bilhões e margem Ebitda de 24% em 2022. A taxa de ocupação prevista pela operadora deve ficar em 82% neste ano.

Em relação aos investimentos, a companhia espera desembolsos de R$ 700 milhões em 2022. Por fim, a alavancagem financeira da companhia deve ficar em 8 vezes no final de 2022.

Os resultados da Gol (BOV:GOLL4) referentes suas operações do primeiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 28/04/2022.

Teleconferência

O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, destacou que caso a volta da gratuidade de bagagem despachada nos aviões se concretize, uma parte significativa dos clientes vai perder o acesso a uma tarifa menor. “Aproximadamnete 60% dos clientes hoje compram a tarifa sem a bagagem. Eles têm acesso a uma tarifa menor do que seria a tarifa normal por não usar a bagagem. Com a eventualidade dessa gratuidade voltar, evidentemente haverá um aumento da tarifa”, disse.

“De fato nós não esperavamos que esse assunto pudesse retornar. Representa um retrocesso, um anacronismo. Hoje são pouco mais de três países que usam esse modelo. Do ponto de vista regulatório, ele é um contraste ao que a gente teve com a aprovação do Voo Simples [que foi visto como positivo]”, disse. “Caso ele [a gratuidade] realmente prospere, será um retrocesso importante em relação ao que foi construído”, disse.

A retomada do mercado aéreo tem cada vez mais ganhado força no Brasil e a Gol espera um segundo trimestre bastante favorável. Kakinoff disse que a demanda em março, que costuma ser o início da baixa temporada, superou a demanda de janeiro, que é tradicionalmente um mês de alta temporada no Brasil. O resultado, disse, seria um feito inédito do setor.

“A performance positiva em março não teve neste ano o fator do carnaval. Não tivemos carnaval no primeiro trimestre no sentido da celebração, o que poderia ter trazido uma redução, mas isso não aconteceu”, disse.

O bom momento da demanda deve trazer resultados favoráveis para o segundo trimestre. O executivo ponderou que o número de passageiros voados entre abril e junho será naturalmente menor do que o primeiro, mas há indicadores bastante favoráveis.

“Em alguns indicadores, como o Rask [receita operacional por assentos-quilômetro oferecidos], devemos ter, em contraste com outros anos, um indicador até superior ao primeiro trimestre”, disse.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

A receita líquida da Gol ficou em linha com as projeções do BBI, devido ao aumento da demanda e capacidade doméstica, bem como ao crescimento da receita por assento-quilômetro oferecido (RASK) e de carga.

Como esperado, os preços dos combustíveis aumentaram, mas uma frota de aeronaves mais eficiente e um real mais forte ajudaram a reduzir os custos de manutenção, reduzindo o custo por assento-quilômetro disponível ex-combustível (CASK-ex combustível) em 12% A/A . Com isso, o Ebitda superou em 15% a expectativa do mercado.

Bradesco BBI mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$ 21,00…

Credit Suisse

A equipe de análise do banco destaca que a receita superou o consenso em 4%, atingindo níveis pré-Covid com rendimentos fortes. A margem operacional recorrente foi de 5,6% contra margem negativa no 4T21.

Além disso, o lucro operacional de R$ 181 milhões superou o consenso da Bloomberg de prejuízo de R$ 46 milhões.

Itaú BBA

O faturamento sequencialmente crescente atendeu às expectativas dos analistas, “enquanto o Ebitda foi uma surpresa positiva, ficando acima da nossa estimativa e das projeções da empresa anunciadas no início de abril”.

O resultado veio apesar dos ventos contrários do aumento dos preços dos combustíveis e dos rendimentos um pouco menores no trimestre. “Olhando para o futuro, a Gol sinalizou melhorias mensais sequenciais no 1T22 nas vendas de passagens, sugerindo a continuidade de sua tendência de recuperação”.

Itaú BBA tem recomendação market perform com preço-alvo sugerido de R$ 22,00…

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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