Durante um evento promovido pela TC, nesta segunda, 11, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, anunciou que o Real Digital será lançado ainda em 2022, provavelmente no segundo semestre do ano.
No entanto, como afirmou Campos Neto, este lançamento será ainda uma versão piloto e não estará disponível para toda a população do país. Ainda segundo o presidente, a CBDC nacional, será uma versão digital da moeda nacional o REAL e, portanto terá seu valor com base no STR (Sistema de Transferência de Reservas).
Segundo aponta o portal do Banco Central, o STR, é o sistema que realiza a transferência de recursos entre instituições financeiras. É o sistema central do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), responsável pela transferência de fundos com liquidação bruta em tempo real (LBTR). Para utilizar o STR, é necessário que a instituição financeira tenha conta no BCB.
“A gente tem o STR, um sistema que liquida todos os ativos e tem como garantia o Real. Então a gente vai ter como se fosse um sistema em cima desse, um STR digital, onde vai ser garantido pela moeda digital, o Real Digital, e os bancos vão conseguir emitir stablecoins em cima dos seus depósitos”, explicou Campos Neto.
O presidente do BC não forneceu mais detalhes sobre o funcionamento do Real Digital e nem se às provas de conceito que estão sendo desenvolvidas pelas empresas ligadas ao mercado de criptomoedas também serão lançadas, em versão piloto, junto com o Real Digital, no entanto, disse que o CBDC nacional terá um limite de emissão, ou seja, um suprimento fixo com uma quantidade máxima a ser emitida tal qual o Bitcoin.
“Isso (usar o STR no Real Digital) é uma forma de criar a digitalização da moeda sem criar uma ruptura no balanço dos bancos. Esse projeto deve ter algum tipo de piloto no segundo semestre”, disse.
Conforme anunciou no começo de março, o Banco Central, selecionou a exchange de criptomoedas, Mercado Bitcoin, para desenvolver uma prova de conceito com o Real Digital. Além do MB, entre as empresas de criptomoedas, o protocolo de DeFi Aave também foi selecionado e a ConsenSys em parceria com a Visa e Microsoft.
Embora não tenha abordado o assunto no evento, Campos Neto já declarou também que entre os objetivos do Real Digital está habilitar contratos inteligentes e finanças descentralizadas na plataforma de CBDC do Banco Central.
“A iniciativa do Real Digital é uma resposta ao rápido progresso de transformação digital e à demanda da sociedade por meios nativos de liquidação em um novo ambiente. Avançamos muito desde a criação do grupo de trabalho sobre moedas digitais em 2020 e a cada passo dado amadurecemos as condições para que importantes ganhos de eficiência possam ser concretizados”, afirmou no ano passado Campos Neto.
Por Cassio Gusson