O CEO da Ryanair (NASDAQ:RYAAY), Michael O’Leary, pediu uma reformulação da administração da gigante americana de aeronaves Boeing (NYSE:BA), após atrasos nas entregas e um período de negociações turbulentas entre as duas empresas.

A Ryanair e a Boeing também são negociadas na B3 através do tickers (BOV:R1YA34) e (BOV:BOEI34), respectivamente.

A companhia aérea irlandesa de baixo custo encerrou as negociações sobre um pedido substancial de jatos Boeing 737 Max 10 no valor de dezenas de bilhões de dólares em setembro de 2021, depois de não chegar a um acordo sobre preços. Executivos de ambas as empresas devem retornar à mesa nas próximas semanas.

A Ryanair é o maior cliente da Europa do 737 Max de fuselagem estreita e falou de um novo pedido potencialmente no valor de cerca de £ 33 bilhões para até 250 do Max 10 maior, de 230 lugares.

O’Leary disse à CNBC após os resultados anuais da Ryanair na segunda-feira que a empresa estava “muito decepcionada com o desempenho” da Boeing do ponto de vista comercial nos últimos 12 meses.

“Vi alguns comentários recentemente de que a administração da Boeing perdeu o rumo e acho difícil discordar desses sentimentos”, disse O’Leary.

“Eles estão atrasados ​​nas entregas de aeronaves, não ouvimos nada deles sobre o Max 10, apesar de termos encerrado as negociações com eles em setembro passado.”

A Boeing reportou um prejuízo trimestral maior que o esperado e uma receita abaixo do consenso no primeiro trimestre de 2022, registrando um prejuízo líquido de US$ 1,2 bilhão.

O titã dos EUA desfrutou de uma demanda ressurgente por seu robusto 737 Max, que retornou ao serviço no final de 2020 depois de ser afastado após dois acidentes fatais. No entanto, problemas de produção e atrasos na certificação arrastaram outros programas de aeronaves.

“A Boeing precisa de uma reinicialização da administração, certamente no lado civil das aeronaves”, disse O’Leary.

“Eles precisam obter algum gerenciamento que resolva os atrasos na entrega de aeronaves e resolva os desafios de produção enfrentados não apenas pelo Max, mas também pelo Max 10 e também pelo 787.”

Após o colapso das negociações em setembro, um porta-voz da Boeing disse que a Ryanair é um “parceiro de longa data” e que a Boeing está “comprometida em apoiá-los”.

A Ryanair divulgou na segunda-feira um prejuízo líquido de 355 milhões de euros (369,06 milhões de dólares) nos 12 meses até o final de março, com a pandemia de Covid-19 ainda pesando nas viagens internacionais.

A empresa disse que não foi capaz de fornecer uma orientação precisa de lucros futuros devido às incertezas em torno da guerra na Ucrânia e da pandemia, mas que espera um retorno à “lucratividade razoável” este ano.

Com informações de CNBC