A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 44,56 bilhões no primeiro trimestre do ano, um crescimento de 38 vezes em comparação com o lucro de R$ 1,17 bilhão apurado no mesmo intervalo do ano anterior. O aumento foi de 3.718%
O resultado veio também acima do projetado pelo consenso da Refinitiv, que previa lucro de R$ 37,16 bilhões. Enquanto isso, o lucro recorrente somou R$ 43,3 bilhões, alta de 2.969%, sobre os R$ 1,141 bilhão de um ano antes.
O crescimento do lucro acompanha a alta da receita líquida, que somou R$ 141,6 bilhões, crescendo 64,4% na base anual e 6% na base trimestral.
O Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – chegar a R$ 77,7 bilhões, ante R$ 62,9 bilhões no quarto trimestre de 2021 e R$ 48,9 bilhões nos três primeiros meses. Em relação ao consenso da Revinitiv, o Ebitda ficou pouco abaixo do previsto, que era de R$ 76,334 bilhões.
A receita líquida de vendas da petroleira avançou 64,4% em um ano, atingindo R$ 141,6 bilhões no 1T22. Já na comparação trimestral, o avanço foi de 5,6%.
De acordo com o relatório dos resultados do 1T22 da Petrobras, que, trimestralmente, o impacto veio da alta de 27% do Brent, em conjunto ao maior volume de vendas de petróleo no mercado interno em razão da venda da refinaria de Mataripe (RLAM), concluída no final de novembro de 2021. Ainda, houve também maior volume de exportação de petróleo decorrente ao crescimento da produção de petróleo e da realização de exportações em andamento do 4T21.
Segundo o relatório financeiro da Petrobras, esses efeitos foram parcialmente compensado pelo maior volume de vendas de derivados no mercado interno, por conta de fatores sazonais e ao desinvestimentos da RLAM, impactando vendas de diesel, gasolina e GLP no primeiro trimestre.
No total das receitas, na comparação anual do primeiro trimestre, destacaram-se as altas da gasolina (+75,3%), da querosene de aviação (+122,3%) e do diesel (54,5%).
A Petrobras, por fim, registrou ainda um resultado financeiro positivo em R$ 2,9 bilhões, ante déficit de R$ 13,8 bilhões nos três meses imediatamente anteriores e prejuízo de R$ 30,7 bilhões em março de 2021. “O resultado financeiro reflete, principalmente, a apreciação do Real frente ao dólar, com valorização de 15%”, explica a estatal.
O resultado financeiro melhora também acompanhando o menor endividamento da petroleira, que encerrou março com uma dívida bruta de R$ 58,5 bilhões, ante R$ 70,9 bilhões em igual período do ano anterior. A dívida líquida ficou em R$ 189,8 bilhões, ante R$ 265,7 bilhões em dezembro.
O fluxo de caixa livre da Petrobras totalizou R$ 40,4 bilhões no 1T22, expansão 30,2% na comparação anual, mas recuo de 3,6% frente ao quarto trimestre.
O balanço indica que as exportações somaram R$ 35,1 bilhões, uma alta de 54% na comparação anual e de 16,7% ante o 4º trimestre de 2021.
As despesas operacionais ficaram em R$ 11,1 bilhões, estáveis na base anual, mas crescendo 734% na trimestral. A diferença na comparação com o fim de 2021 se dá, porém, porque a companhia registrou na época efeitos de ganho de capital com a venda de ativos.
Em exploração e produção, a Petrobras alcançou uma receita de R$ 102,5 bilhões, crescendo 60,4% ao ano, com um lucro bruto de R$ 62,5 bilhões, alta de 21% na mesma comparação.
Se o real mais forte beneficiou o resultado financeiro da petroleira, ele elevou levemente também os gastos da produção no Brasil. O lifiting cost medio apurado foi de US$ 5,22 por barril ou equivalente (boe), alta de 6% na base anual.
Na frente de refino, a receita de vendas alcançou R$ 128,4 bilhões, crescendo 67,4% no ano – mesmo com as menores vendas de gasolina, diesel e GLP por conta da sazonalidade e também pela conclusão da venda da RLAM.
A diferença maior mesmo se deu, no entanto, no braço de gás e energia, que saiu de um prejuízo de R$ 509 milhões entre outubro e dezembro para um lucro de R$ 2,3 bilhões. “Com a recuperação dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, houve redução na demanda de gás natural para geração termelétrica, o que levou a um menor volume de GNL regaseificado e à redução do custo médio com a compra de gás”.
A Petrobras finalizou o primeiro trimestre de 2022 com uma dívida líquida de US$ 40,1 bilhões, queda de 15,9% inferior ao valor reportado no encerramento do último trimestre do ano passado.
Assim, a relação de alavancagem, medida pela dívida líquida e o Ebitda ajustado, ficou em 0,81 vez, ante 1,09 vez (4º trimestre de 2021) e 2,03 vezes (1º trimestre de 2021).
Conforme o resultado da estatal, a queda da dívida bruta ocorre principalmente em função de pré-pagamentos e amortização de dívidas.
Dessa forma, a dívida bruta totalizou US$ 58,8 bilhões de janeiro a março, 17,5% abaixo contra o valor registrado no mesmo período de 2021 e em linha com o valor do 4T21.
⇒ Petróleo Brent dispara
O preço do barril de petróleo Brent, referência para a Petrobras, registrou alta de 23% nos primeiros três meses do ano, comparado ao 4T21 e 60% na comparação anual, para uma média de US$ 93 o barril.
Em termos de cotações, a companhia informou que o dólar médio de venda no 1T22 foi de R$ 5,23, com o barril do petróleo Brent em US$ 101,40, levando o preço dos derivados básicos no mercado interno a R$ 544,25.
Isso significa que o dólar médio no trimestre diminuiu 4,4% no ano e 6,3% no trimestre.
⇒ Dívida e Investimentos da Petrobras
No 1T22, os investimentos totalizaram US$ 1,8 bilhão, sendo 53% correspondentes a investimentos em crescimento.
Os investimentos no segmento de exploração e produção totalizaram US$ 1,4 bilhão, sendo aproximadamente 61% em crescimento. Os investimentos concentraram-se principalmente no desenvolvimento da produção em água ultra-profundas do polo pré-sal da Bacia de Santos (US$ 0,5 bilhão), desenvolvimento de novos projetos em águas profundas (US$ 0,2 bilhão) e investimentos exploratórios no pré e pós-sal (US$ 0,1 bilhão).
No segmento refino transporte e comercialização, os investimentos totalizaram US$ 0,3 bilhão no 1T22, sendo aproximadamente 16% investimento em crescimento. já no segmento gás e energia os investimentos totalizaram US$ 0,1 bilhão no 1T22, sendo aproximadamente 64% investimentos em crescimento.
Petrobras aprova o pagamento de dividendos no valor de R$ 3,7154 por ação ON e PN
O conselho de administração da Petrobras aprovou a distribuição de dividendos no valor de R$ 3,71 por ação preferencial e ordinária em circulação.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) nesta quinta-feira (05).
Os dividendos serão pagos em duas parcelas iguais nos meses de junho e julho. Será considerada a posição acionária do dia 23 de maio para papeis negociados na B3 e 25 de maio para as ADRs. As ações serão negociadas ex-direitos na B3 e na NYSE a partir de 24 de maio de 2022.
Segundo a companhia, o benefício está alinhado à política de remuneração aos acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Petrobras poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos). Além disso, a política também prevê a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que a sustentabilidade financeira da companhia seja preservada.
Os resultados da Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) referente suas operações do primeiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 05/05/2022. Confira o Press Release completo!