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Ambev (ABEV3): lucro líquido ajustado de R$ 3,085 bilhões no 2T22, crescimento de 4,2%

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A Ambev registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,0858 bilhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), crescimento de 4,2% em relação aos R$ 2,9627 bilhões no 2T21, informou a companhia.

O desempenho, segundo a companhia de bebidas, foi impulsionado pelo crescimento do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), parcialmente compensado por maiores despesas financeiras.

A receita líquida totalizou R$ 17,989 bilhões entre abril e junho, um avanço de 14,5% (reportado) ante o registrado no mesmo período do ano anterior. Na comparação com o orgânico, o avanço foi de 19,6%.

Segundo a companhia, a receita foi impulsionada pelo desempenho do volume e crescimento da receita líquida por hectolitro (ROL/hl) de 12,7%. A receita líquida cresceu na maioria das unidades de negócios: NAB Brasil aumentou 43,3%), América Latina Sul (LAS2) expandiu 40,4%, Cerveja Brasil cresceu 22,7% e Canadá avançou 3,2%, enquanto na América Central e Caribe (CAC) reduziu em 0,2%.

Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado foi de R$ 5,538 bilhões no segundo trimestre deste ano, aumento de 4,7% ante o Ebitda ajustado de R$ 5,289 bilhões no mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda recuou de 33,7% para 30,8% entre os dois períodos.

“O crescimento foi impulsionado pelo desempenho da receita, que, conforme previsto, continua a crescer à frente do Ebitda devido aos obstáculos nas commodities que impactam o Custo do Produto Vendido (CPV) e às contínuas pressões inflacionárias”, aponta a empresa.

O lucro bruto foi de R$ 8,614 bilhões, alta de 11,2% ante R$ 7,745 bilhões no mesmo período do ano passado.

O fluxo de caixa das atividades operacionais cresceu 17,5% comparado com R$ 1.873,5 milhões no 2T21.

⇒ Produção

O crescimento do volume liderado por NAB Brasil (+16,2%), Cerveja Brasil (+8,5%) e América Latina Sul (“LAS”) (+1,5%), e apoiado pelo retorno contínuo de ocasiões fora de casa. Os volumes do Canadá e da América Central e Caribe (“CAC”) reduziram em 2,9% e 10,5%, respectivamente.

No trimestre, a Ambev entregou mais de 40 milhões de hectolitros, um recorde para um segundo trimestre, informou.

“Apesar do aumento da inflação em nossos mercados, nossa estratégia comercial continuou a impulsionar nosso desempenho de receita, uma vez que a recuperação das ocasiões fora de casa continuou”, apontou.

“O desempenho na LAS permaneceu alinhado com as tendências anteriores, com volume crescendo 1,5%, auxiliado pela Bolívia, que continua a se recuperar de sequenciais ondas de infecções causadas pela covid-19. Por outro lado, permanecemos atentos aos desdobramentos do macroambiente na região que poderiam prejudicar os nossos negócios, especialmente na Argentina”, destaca a companhia.

Outro destaque diz respeito ao aumento de custos, com as commodities continuando a ser um fator determinante, levando a um aumento de 17,8% no CPV/hl excluindo depreciação e amortização no trimestre. O SG&A cresceu 17,7%, principalmente impactado pela pressão inflacionária associada a maiores investimentos em vendas e marketing, mas parcialmente compensado por menor provisão de remuneração variável. Como resultado, o Ebitda ajustado da Ambev aumentou em 17,6%.

O volume cresceu 6,1% no consolidado, impulsionado principalmente pelo Brasil, onde a premiumização contínua, a resiliência do core e o contínuo desenvolvimento das inovações no core plus resultaram em um crescimento de 8,5% no volume da cerveja, enquanto o volume de NAB aumentou 16,2%, impulsionado pela distribuição alavancada pelo BEES e consistente estratégia comercial, destacou a companhia.

Os volumes da América Central e Caribe e do Canadá, o volume caiu 10,5%, principalmente impulsionado por restrições da cadeia de fornecimento de garrafas na República Dominicana e no Panamá, bem como uma dinâmica competitiva de curto prazo mais acirrada no Panamá.

Os resultados da Ambev (BOV:ABEV3) referentes às suas operações do segundo trimestre de 2022 foram divulgados no dia 27/07/2022. Confira o Press release na íntegra!

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Apesar do macro ainda desafiador, analistas enxergam os resultados como chave para uma mudança positiva nas percepções de curto/médio prazo
A pressão dos custos no primeiro semestre vieram, segundo o executivo, principalmente pela da alta dos preços das commodities, com a guerra na Ucrânia – importante produtor de grãos. “Tivemos gastos elevados principalmente com alumínio e cevada, que foram, no entanto, compensados pela melhora do mix de produtos da companhia e pelo consumo fora de casa”, comentou.

Segundo Lira, a Ambev pretende continuar aumentando sua receita, com foco no volume e também nos ganhos por hectolitro, e seguir disciplinada em fazer hedges para minimizar as oscilações de preços dos insumos.

“Temos focado em melhorar a rentabilidade de capital, investindo no lado de custos e de despesas, assim como melhorando a alocação de recurso nossos negócios. Além disso, estamos buscando digitalizar e monetizar nossos ativos. As plataformas BEES (B2B) e Zé Delivery (B2C) estão nos estágios iniciais, mas já impulsionando nossos resultados”, explicou o CFO.

As despesas financeiras, por conta dos hedges, aumentaram em quase R$ 200 milhões no segundo trimestre na base anual – e é previsto que elas continuem em patamares próximos. Gastos com carrego e com juros também pesaram nesta frente.

No segundo trimestre, ainda do lado dos custos, a Ambev projeta um aumento das despesas com marketing e venda, por conta, principalmente, da Copa do Mundo.

“Estamos estudando o que podemos fazer nesta Copa que irá nos dar uma condição melhor em 2023. Perguntamos para agências, consultores, funcionários. Montamos um plano para solucionar problemas e, em parte, nosso foco será utilizar a janela, principalmente, para conquistar usuários, principalmente no Zé Delivery, estruturar marcas e plataformas”, falou Jean Jereissati, diretor executivo (CEO) da Ambev.

O evento, no entanto, faz a Ambev se posicionar de maneira mais otimista. “No segundo semestre, temos confiança de que os resultados serão melhores do que no primeiro. Entregamos lucro líquido aumentando, bem como o Ebitda, neste balanço. Isso faz a gente acreditar que conseguiremos melhorar”, comentou Lira. “Estamos muito animados com a Copa, que será na entrada do verão, o que nunca aconteceu. Temos mais uma ocasião grande de consumo e já estamos nos preparando”.

A companhia vê ainda alguma folga, nas despesas administrativas, por conta da queda na base anual dos gastos com bônus aos funcionários, uma vez que em 2021 houve o pagamento também daquilo que foi postergado em 2020, por conta da pandemia.

“O que podemos prometer é a disciplina, o que permanece intacto, e também vamos buscar aumento de receita, como estamos sempre fazendo e o que acaba também ajudando nossas margens. Esse crescimento permanece sendo nossa prioridade”, defendeu o CFO. “Sonhar com o Ebitda crescendo acima de 10,9% nos parece ainda um bom desafio. Essa foi a nossa lógica, mesmo com trimestres desafiadores na base comparativa”.

Na frente de estratégias de preço, a Ambev prefere também não definir planos. “É difícil afirmar algo nesta frente por conta da concorrência, não cometemos sobre política de preço. Porém, a gente tem procurado trabalhar com uma política de preço mais flexível, olhando para o consumidor e queremos queremos proteger o máximo possível o consumidor”, explicou o CFO.

VISÃO DO MERCADO

Bank of America

O Bank of America considerou os resultados da Ambev no segundo trimestre consistentes do ponto de vista de receita, mas diz que há ressalvas.

“Embora o desempenho da receita tenha sido forte, acreditamos que a margem pode decepcionar o mercado, pois mostra uma alavancagem operacional mais limitada devido ao custo mais alto de fazer negócios”, escrevem Isabella Simonato e Guilherme Palhares, analistas do BofA.

Embora o resultado do trimestre tenha superado as estimativas do banco em vários indicadores, os analistas mantiveram a recomendação neutra para a ação. A preocupação, dizem eles, está no segundo semestre.

“Esperamos que o desempenho da receita seja mais desafiador no segundo semestre, devido às duras comparações do terceiro trimestre e à recuperação de preços, o que pode afetar a participação de mercado no Brasil, enquanto os custos devem acelerar em relação ao ano anterior.”

Os analistas esperam uma redução significativa nos custos no Brasil apenas para 2023. “Portanto, as margens devem ser relativamente semelhantes aos níveis de 2022, enquanto há desafios em outros mercados, principalmente na Argentina devido à turbulência econômica”.

Bank of America tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 18,00…

BTG Pactual

O crescimento de volume de cerveja da Ambev no Brasil foi não só consistente, mas “um tanto impressionante”, segundo a equipe do BTG Pactual, que também se surpreendeu com margens melhores do que o esperado.

“O Brasil pode estar em sua melhor forma em anos”, escreveram os analistas. Eles destacaram que o resultado da operação de cerveja no Brasil foi bem em volumes e margens, com os preços médios da cerveja subindo mais forte do que vinha subindo — 11,2% na base anual — enquanto os custos unitários cresceram apenas 13,6%.

“Uma contribuição do marketplace abaixo do esperado e uma demanda geral de cerveja mais forte claramente ajudaram, mas há alguma mágica sendo feita com o gerenciamento de receita, com o aumento da penetração RGB [garrafas retornáveis] garantindo ganhos de participação no ‘mainstream’ (onde a concorrência agora está lutando) sem sacrificar a ‘premiumização’”, dizem os analistas. Por mainstream eles se referem aos rótulos Brahma, Skol e Antarctica, por exemplo.

A grande dúvida da equipe do banco, no entanto, é se a Ambev conseguirá repor preços sem que esse patamar alto de volumes seja sacrificado. “Ainda nos perguntamos como as composições de volume do terceiro trimestre de 2021 serão difíceis no próximo trimestre, mas mais do que isso, nos perguntamos se a próxima temporada de preços será capaz de sustentar o impulso de crescimento de volume, permitindo que a Ambev recupere um pouco dos lucros. As condições para isso nunca pareceram tão favoráveis (demanda mais forte, concorrência mais fraca), o que por si só justifica ser mais otimista, embora a avaliação ainda deixe pouco espaço para erros”, afirmam.

BTG Pactual mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$ 16,00…

Citi

As ações da Ambev devem subir nesta quinta-feira, acredita o analista do Citi, Sergio Matsumoto. Entre as razões para isso, estão o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) 1% acima do consenso de mercado e o crescimento de 10,4% de volumes no Brasil (sendo um avanço de 8,5% só em cerveja no país).

“O crescimento do volume de cerveja no Brasil aproveitou o momento de reabertura [de bares e restaurantes] e o clima favorável em junho, e parece sustentável”, escreve. Ele observa que a empresa ganhou 0,9 ponto percentual de participação de mercado no canal off-trade, como é chamado o varejo.

Outro fator positivo é o ganho em preço na operação dos países da América do Sul, que refletiu os aumentos de preços e a melhoria do mix de marcas e pode se sustentar, segundo o analista. “A menos que os ventos contrários da Argentina venham à tona”, acrescenta.

De acordo com o analista, as principais questões para a direção da empresa são a melhoria das perspectivas de margem com redução de custos de alumínio e aumento do mix de garrafas retornáveis e participação de bares e restaurantes nas vendas.

Outro ponto de atenção, aponta Matsumoto, é a contribuição de créditos fiscais para os resultados da empresa no período. O Ebitda, por exemplo, foi de R$ 5,5 bilhões, 22% acima da projeção do Citi. No entanto, o Ebitda seria de R$ 4,6 bilhões sem os créditos fiscais, apenas 2% acima da estimativa do banco.

Citi mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 18,50…

Itaú BBA

O resultado da Ambev no segundo trimestre foi ligeiramente positivo, segundo os analistas do Itaú BBA. Eles destacaram que os crescimentos de volume e receita foram consistentes, mas a rentabilidade ainda está ficando para trás.

“Os preços das commodities continuam pressionando os custos, enquanto o preço do diesel afetou as despesas de vendas, gerais e administrativas, pesando na rentabilidade da empresa”, escreveram Gustavo Troyano, Renan Moura e Victor Gaspar.

Eles destacaram, ainda, que houve surpresa positiva com o resultado da operação na América Latina, especialmente diante da dinâmica de hiperinflação.

No entanto, afirmam que parte do mercado já estava precificando o bom desempenho em volumes, o que faz com que parte da tendência de alta já estivesse capturada.

Itaú BBA tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 18,00…

Credit Suisse

“Mais uma vez a Ambev desafiou o ‘status quo’, apresentando resultados impressionantes mesmo diante de uma dinâmica de consumo mais fraca”, escrevem Marcella Recchia e Fernanda Sayão, analistas do Credit Suisse, em relatório sobre o resultado da empresa no segundo trimestre.

De acordo com elas, o crescimento de 8,5% no volume de cervejas no Brasil no segundo trimestre superou as expectativas de todo o mercado, que previa algo entre um dígito baixo ou um dígito médio de avanço, ou seja, algo entre 1% e 6%. “Máquina de volumes”, definiram as analistas.

Mesmo com contribuição importante de benefícios fiscais, o resultado da cervejaria, dizem as analistas, supera as estimativas em todos os indicadores financeiros. O que elas classificaram como um resultado “impressionante”.

Entre os destaques, estão os ganhos com mix de embalagens e rótulos e a retomada do consumo fora do lar.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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