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Gol (GOLL4): prejuízo líquido de R$ 2,85 bilhões no 2T22

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A companhia aérea Gol registrou no segundo trimestre de 2022 um prejuízo líquido de R$ 2,85 bilhões, revertendo assim o valor positivo de R$ 642,9 milhões de um ano antes.

A empresa atribui o resultado principalmente as variações cambiais e monetárias do período.

A receita operacional líquida alcançou R$ 3,24 bilhões no segundo trimestre, ante R$ 1,02 bilhão no mesmo período de 2021.

Em balanço, a companhia afirma que os resultados do segundo trimestre “demonstram a consistente recuperação da demanda em um trimestre historicamente caracterizado pela baixa sazonalidade no setor aéreo brasileiro”. A aérea acrescentou que os investimentos em tecnologia e oferta de produtos “são essenciais para ampliar a posição de liderança da Gol, tanto com a atual retomada do público corporativo como no aumento da oferta de novas rotas para os clientes que buscam destinos a lazer”.

Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – recorrente foi positivo em R$ 439 milhões no período, revertendo os R$ 547,4 milhões negativos que a Gol registrou no 2T21. A margem Ebitda da companhia foi de 13,5% no trimestre, ante 53,2% de margem negativa no 2T21.

As atividades operacionais geraram aproximadamente R$1,6 bilhão no 2T22 alavancadas pelo aumento no volume de vendas futuras (forward bookings) e iniciativas de capital de giro, parcialmente compensada pela maior saída operacional, impulsionada pelas consecutivas altas nos preços de querosene da aviação.

As despesas operacionais (CASK) somaram R$ 3,434 bilhões no 2T22, um crescimento de 86,8% em relação ao mesmo período de 2021. O Custo por Assento-Quilômetro recorrente diminuiu em 20,4% para R$ 35,38 centavos. O CASK Combustível cresceu 72,2% para R$ 16,06 centavos, devido à majoração de 80,5% nos preços do querosene da aviação (QAV).

Já a receita líquida por assento-quilômetro Ofertado (RASK) evoluiu 41% para R$ 35,94 centavos, representando um incremento de 41% também comparado ao mesmo período do ano anterior. O yield líquido registrado no 2T22 foi de 43,00 centavos (R$), resultando em um acréscimo de 66,2% comparado ao 2T21.

O RPK (passageiros pagantes transportados em um quilômetro) subiu 103% na comparação com 2021. O ASK total (número de assentos disponíveis multiplicado pelos quilômetros voados) subiu 123,7% no segundo trimestre na comparação com igual período do ano passado.

A demanda no mercado doméstico atingiu 6.457 milhões de RPK, um aumento de 88% comparado ao 2T21, atingindo 80,0% do RPK registrado no 2T19.

A oferta no mercado doméstico por sua vez atingiu 8.432 milhões de ASK, representando um aumento de 109,1% comparado ao 2T21 e 87% dos níveis atingidos no 2T19.

A taxa de ocupação foi de 76,6% e a Companhia transportou cerca de 5,6 milhões de Clientes no 2T22, um incremento de 88% comparativamente ao mesmo trimestre do ano anterior.

O PRASK líquido no 2T22 foi 51% maior comparado ao 2T21, atingindo R$ 33,21 centavos.

Despesas com combustível de aviação por ASK: maior em 72,1% decorrente do aumento no preço do barril de petróleo (WTI) em 64% e consequentemente no querosene de aviação (QAV) em 80,5% no período, parcialmente compensado por uma redução de aproximadamente 8% no consumo de combustível por hora operada.

No 2T22, o volume total de decolagens da Companhia foi de 45.538, representando um acréscimo de 131,6% comparativamente ao 2T21. O total de assentos disponibilizados no mercado foi de 8,0 milhões, também representando um acréscimo de 129% comparativamente ao mesmo período de 2021.

⇒ Frota

No final do 2T22, a frota total da GOL era de 144 aeronaves Boeing 737, sendo 110 NGs e 34 MAXs.). A frota da GOL é 100% composta por aeronaves de médio porte (narrowbody), sendo 98% financiada via arrendamento mercantil operacional e 2% financiada via arrendamento financeiro.

Em 30/06/22, a GOL possuía 95 pedidos firmes para aquisição de aeronaves Boeing 737-MAX, sendo 70 do modelo 737-MAX 8 e 25 do modelo 737-MAX 10. O plano de frota da Companhia prevê a devolução de cerca de 28 aeronaves operacionais até o final de 2023, com a flexibilidade de acelerar ou reduzir o volume de devoluções caso necessário.

A liquidez total (caixa e equivalentes de caixa, aplicações financeiras, depósitos e contas a receber) foi de R$ 4 bilhões.

Em 30/06/22, a Companhia registrou um total de Empréstimos e Financiamentos de R$ 11 bilhões, e um passivo de Arrendamentos no valor de R$ 11,6 bilhões (R$ 14,4 bilhões se considerada a metodologia arrendamento x7), totalizando uma dívida bruta de R$ 22,6 bilhões (R$ 25,4 bilhões se considerada a metodologia arrendamento x7.

O aumento da dívida bruta foi de 9,2%, no entanto, quando medida em dólares, a dívida permaneceu estável na mesma base comparativa. A relação dívida líquida ajustada sobre EBITDA UDM recorrente foi de 9,5x em 30/06/22.

O prazo médio de vencimento da dívida de longo prazo da Companhia no 2T22, excluindo os leasings de aeronaves e os bônus perpétuos, é de 2,9 anos. A taxa média da dívida em Reais aumentou para 18,3%, e nas obrigações em Dólares Americanos, excluindo leasings de aeronaves e bônus perpétuos, se manteve em 6,6%.

Projeções

A Gol revisou suas projeções financeiras para 2022 diante dos aumentos consecutivos nos preços de querosene de aviação (QAV) no País desde o início do ano, bem como os movimentos de repasse em tarifas, informou a companhia na manhã desta quinta-feira. Para o ano, a aérea projeta uma receita líquida total de R$ 15,4 bilhões, ante projeção anterior de R$ 13,7 bilhões.

No segmento de carga e outras receitas, a companhia elevou a projeção de receita líquida de R$ 800 milhões para R$ 1 bilhão no ano.

A companhia reduziu a projeção de taxa de ocupação média para o ano de 82% para 80%. A projeção de frota total média passou de 130 a 140 para 132 a 138 aeronaves no ano. “Para 2022, a companhia reitera seu foco na transformação da frota e prevê que até o final do ano 44 aeronaves 737-MAX estejam em operação, representando cerca de 32% da frota total”, disse no documento de atualização.

Para 2022, a companhia espera margem Ebitda de 20%, ante projeção anterior de 24%. A aérea reduziu a previsão de dívida financeira de aproximadamente US$ 2,1 bilhões para US$ 2 bilhões. Por outro lado, manteve a projeção de alavancagem (dívida líquida sobre o Ebitda) de 8 vezes em 2022.

Os resultados da Gol (BOV:GOLL4) referentes suas operações do segundo trimestre de 2022 foram divulgados no dia 27/07/2022.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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