A Salesforce (NYSE:CRM) divulgou lucros e receitas que superaram as estimativas dos analistas, mas deram uma previsão decepcionante para o ano fiscal de 2023. As ações caíram cerca de -8,07% nas negociações de pré-mercado de quinta-feira (25).

A Salesforce também é negociada na B3 através do ticker (BOV:SSFO34).

A fabricante de software corporativo disse que seu conselho aprovou um programa de recompra de ações de US$ 10 bilhões, o primeiro da empresa. Mas Marc Benioff, cofundador e co-CEO da Salesforce, disse a analistas em uma teleconferência que a medida não a impedirá de fazer mais aquisições.

Resultados:

• EPS: US$ 1,19 por ação, ajustado, contra US$ 1,02 por ação, esperado pelos analistas, segundo a Refinitiv.
• Receita: US$ 7,72 bilhões contra US$ 7,69 bilhões, esperado pelos analistas, segundo a Refinitiv.

A receita aumentou 22% no trimestre encerrado em 31 de julho em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com um comunicado. O lucro líquido de US$ 68 milhões caiu em relação aos US$ 535 milhões do trimestre do ano anterior, quando a empresa obteve um grande ganho em investimentos.

Para o terceiro trimestre fiscal, a Salesforce prevê ganhos ajustados de US$ 1,20 a US$ 1,21 por ação em US$ 7,82 bilhões a US$ 7,83 bilhões em receita. Analistas consultados pela Refinitiv esperavam US$ 1,29 em lucro ajustado por ação sobre US$ 8,07 bilhões em receita. A orientação de receita teria sido US$ 250 milhões maior se não fosse o impacto das taxas de câmbio, disse a Salesforce.

A Salesforce reduziu sua orientação fiscal de 2023 para ganhos e receita. Agora, espera US$ 4,71 a US$ 4,73 em lucro por ação e US$ 30,9 bilhões a US$ 31 bilhões em receita, incluindo US$ 800 milhões em impacto negativo cambial, em comparação com uma previsão anterior de lucro de US$ 4,74 a US$ 4,76 por ação e US$ 31,7 bilhões a 31,8 bilhões em receita. Analistas consultados pela Refinitiv esperavam US$ 4,75 em lucro ajustado por ação e receita de US$ 31,73 bilhões.

A empresa já enfrentou ciclos econômicos mais fracos antes, disse Benioff.

“Os ciclos de vendas podem se alongar, os negócios são inspecionados por níveis mais altos de gerenciamento e tudo isso começamos a ver em julho”, disse Benioff. “Quase todo mundo com quem conversei está adotando uma abordagem mais comedida para seus negócios. Esperamos que essas tendências continuem no curto prazo e refletimos isso em nossa orientação.”

A desaceleração, no entanto, não foi geral.

A demanda foi mais lenta nas pequenas e médias empresas, principalmente na América do Norte e na Europa, e especificamente no varejo, bens de consumo, comunicações e mídia, disse Amy Weaver, chefe de finanças da Salesforce, na teleconferência.

“Do ponto de vista do produto, comércio e marketing tiveram desacelerações mais pronunciadas, enquanto vendas e serviços permaneceram fortes”, disse Weaver. Mesmo com a fraqueza na receita, a Salesforce reiterou sua orientação para uma margem operacional ajustada de 20,4% para o ano fiscal de 2023.

A receita de assinatura de serviços e suporte da empresa totalizou US$ 1,83 bilhão no trimestre, um aumento de 14% ano a ano. A receita na categoria de vendas, que inclui o software Sales Cloud de longa data da Salesforce para gerenciamento de oportunidades de negócios, aumentou quase 15%, para US$ 1,7 bilhão. A categoria Plataforma e Outros da empresa, que inclui o Slack, teve receita de US$ 1,48 bilhão, um aumento de 53%.

No último trimestre, a Salesforce anunciou a disponibilidade de novas ferramentas de marketing e comércio e adquiriu a Troops.ai, uma startup que desenvolveu um chatbot Slack que os vendedores podem usar para atualizar o software de gerenciamento de relacionamento com o cliente. A Salesforce, que fechou a aquisição do Slack de quase US$ 28 bilhões no ano passado, disse que aumentaria o preço da oferta de bate-papo pela primeira vez desde o lançamento do aplicativo em 2014. A empresa reiterou suas expectativas de US$ 1,5 bilhão em receita do Slack durante todo o ano fiscal.

Antes do recente declínio de 8%, as ações da Salesforce caíram cerca de 29% no acumulado do ano, em comparação com um declínio de quase 13% para o S&P 500.

Com informações de CNBC