A São Martinho, uma das maiores empresas do setor de cana-de-açúcar, reportou lucro líquido de R$ 221,6 milhões no primeiro trimestre do ano-safra 2022/23, encerrado em 30 de junho. O resultado representa aumento de 16,6% ante o registrado em igual período da temporada 2021/22, de R$ 190,09 milhões.
O Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – recorrente cresceu 27,2% no 1T23, totalizando R$ 875,7 milhões.
A margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) ajustada atingiu 51,3% entre abril e junho, baixa de 0,8 ponto percentual (p.p.) frente a margem registrada em 2T21.
“A melhor performance no período reflete, principalmente, maior volume de vendas de etanol (+40,8%), com preço médio de comercialização superior em 29,6% no trimestre – além de preços maiores do açúcar (+13,8%)”, explica a empresa.
A receita líquida alcançou R$ 1,707 bilhão no primeiro trimestre da safra, alta anual de 29,2%. O lucro caixa ficou em R$ 226,8 milhões no trimestre, 4,9% inferior ao verificado no mesmo período da temporada passada. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, passou de 1,02 vez em junho de 2021 para 0,96 vez no mesmo mês de 2022.
A receita líquida das vendas de açúcar alcançou R$ 513,7 milhões ao final do 1T23, uma redução de 18,6% em relação ao mesmo período da safra anterior, refletindo a contração de 28,5% no volume comercializado – decorrente da decisão de mix focado na produção de etanol no 1T23, além da decisão de concentrar a comercialização de açúcar ao longo dos próximos trimestres, com preços em R$/ton superiores.
A receita líquida das vendas de etanol avançou 83,4% no 1T23 (em relação 1T22) somando R$ 1.044,3 milhões. A melhor performance no período reflete principalmente a melhor dinâmica de preços – dado, a valorização do preço do petróleo no período – além do maior volume de exportação de etanol no 1T23, com preço líquido superior ao mercado doméstico, contribuindo para a melhor performance neste primeiro trimestre em relação ao mesmo período da safra anterior.
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 298,8 milhões no segundo trimestre de 2022, uma piora de 130,8% sobre as perdas financeiras na mesma etapa de 2021.
As despesas gerais e administrativas somaram R$ 52,3 milhões no 2T22, um recuo de 31,2% em relação ao mesmo período de 2021.
O CPV caixa registrado no 1T23 somou R$ 759,8 milhões, 43,1% superior ao mesmo período da safra anterior, em decorrência, principalmente, (i) do efeito de menor diluição de custos fixos, dado a produção (em ATR produzido) cerca de 16% inferior no trimestre – dado menor produtividade e postergação do início da safra na USM e USC, (ii) variação no preço de insumos, notadamente diesel e (iii) além do aumento do Consecana (+16,8%) no período.
O capex de manutenção da Companhia somou R$ 319,3 milhões no 1T23, representando um aumento de 32,7% no período. O aumento do capex decorre, principalmente do efeito inflacionário nos preços de insumos, principalmente, diesel e fertilizantes, no período comparativo, além de maior período de entressafra, dado a postergação do início do período de moagem para 2ª quinzena de abril, na Usina São Martinho e Usina Santa Cruz.
O capex de melhoria operacional totalizou R$ 35,7 milhões no 1T23, aumento de 18% em relação ao 1T22, e se deve, principalmente, à reposição de parte da frota. Quanto ao capex de expansão, os investimentos totalizaram R$ 209,6 milhões no 1T23, associados, principalmente, aos investimentos destinados a UTE (leilão A-6 de 2019), e ao projeto de etanol de milho, além de montantes menores relacionados ao projeto de fechamento de circuito de água na Usina São Martinho, dentre outros.
Em junho/2022, a dívida líquida da Companhia totalizou aproximadamente R$ 3,2 bilhões – aumento de 9,9% em relação a março/2022. O aumento do endividamento líquido da Companhia no período reflete, principalmente, maior capital de giro no período, além dos investimentos em andamento, já anunciados pela Companhia.
O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 0,96 vez em junho/22, queda de 0,06 vez em relação ao mesmo período de 2021.
Produção
No primeiro trimestre da safra 22/23, a Companhia processou um total de 7,8 milhões de toneladas de cana-de açúcar, apresentando redução de 10,5% em relação ao volume processado no mesmo período da safra anterior. Essa redução reflete principalmente os efeitos das condições climáticas ocorridas ao longo dos períodos – como clima mais seco, além dos efeitos das geadas (que ocorreram em julho/21 em parte dos nossos canaviais – afetando a produtividade de parte da área colhida no 1T23 e mês de julho/22) – tal efeito não se apresentará ao longo dos períodos seguintes.
Adicionalmente, houve postergação do início da moagem nas unidades Usina São Martinho e Usina Santa Cruz no 1T23 – iniciado na 2ª quinzena do mês de abril/22. Considerando a redução de 6,1% no nível de ATR médio (126,8 kg/ton), o total de ATR produzido neste primeiro trimestre da safra resultou volume 15,9% inferior em relação ao mesmo período da safra passada. Esse efeito é sazonal, e está alinhado com o guidance de produção.
Os resultados da São Martinho (BOV:SMTO3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2022/2023 foram divulgados no dia 09/08/2022. Confira o Press Release complete!
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters