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Beatriz Gutiérrez Müller critica Ralph Lauren por plagiar o design do serape mexicano

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Os designs feitos pelas antigas culturas mexicanas encantam o mundo inteiro, a ponto de marcas internacionais como Ralph Lauren (NYSE:RL) não conseguirem deixar de copiá-los repetidamente. Isso foi denunciado nesta quarta-feira (19) nas suas redes sociais por Beatriz Gutierrez Muller, escritora e esposa do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador. “Ei Ralph, já percebemos que você realmente gosta de designs mexicanos. No entanto, ao copiar esses designs, você está cometendo plágio, o que é ilegal e imoral”, escreveu Gutierrez, que também exigiu que a empresa de moda “compense os danos às comunidades originais que fazem esse trabalho”.

A Ralph Lauren também é negociada na B3 através do ticker (BOV:R1LC34).

A polêmica surgiu por causa de uma saia e um roupão que imitam perfeitamente o desenho do serape original do município de Contla de Juan Cuamatzi, no estado de Tlaxcala, a leste da Cidade do México. Lá, centenas de artesãos continuam a fazer os serapes de forma tradicional, e o Ministério da Cultura condenou o que considera uma “apropriação cultural imprópria por Ralph Lauren”. Não há reação conhecida da empresa, que também mantém à venda outros produtos, como moletons e camisas claramente inspiradas nesses designs mexicanos, e os vende por preços 10 vezes maiores do que um artesanato local poderia custar.

Alejandra Frausto, chefe do Ministério da Cultura, denunciou em sua conta no Twitter que “símbolos de identidade não são mercadorias”. Frausto destacou que somente as comunidades criativas são as que decidem as formas de comercialização de suas roupas. Ao mesmo tempo, o governante convidou a população a participar do festival Original 2022, que acontecerá de 17 a 20 de novembro no Bosque de Chapultepec, na Cidade do México, com a presença de artesãos de Contla e Saltillo, as duas populações que disputam a intelectual propriedade dos serapes tradicionais, embora cada um tenha desenhos de cores muito diferentes.

Este caso é mais um exemplo da difícil batalha que o México está travando para evitar que essas marcas internacionais se inspirem em sua cultura a ponto do plágio. O caso mais recente de plágio foi o da Shein, a marca de roupas baratas, que foi acusada pela marca Yucachulas, uma marca local de Yucatan, de ter plagiado seus designs tradicionais. A empresa eventualmente retirou a peça de seu catálogo e emitiu um pedido de desculpas.

Com informações de El País

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