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Cielo (CIEL3): lucro líquido recorrente de R$ 422 milhões no 3T22, aumento de 99%

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A Cielo, líder do setor de adquirência no País, obteve lucro líquido recorrente de R$ 422 milhões no terceiro trimestre de 2022, aumento de 99% na comparação com o mesmo período de 2021 e considerando os resultados consolidados com a Cateno, negócio de gestão de cartões da companhia.

É o quinto trimestre consecutivo de crescimento dos ganhos sobre o mesmo período do ano anterior, informou a empresa, que está em lua de mel com o mercado por causa da melhora dos resultados e é a ação que mais sobe do Ibovespa este ano.

O lucro líquido da Cateno alcançou R$ 259,6 milhões no 3T22, registrando o maior resultado da série histórica, com crescimento de 41,9% sobre o 3T21 e 6,1% sobre 2T22, impulsionado pela expansão da receita líquida, bem como pelo controle dos gastos.

A receita líquida da companhia ficou em R$ 2,63 bilhões, uma queda de 12,4% em relação ao mesmo período de 2021. Se consideradas apenas Cielo e Cateno, no entanto, houve alta de 24% na mesma base de comparação.

Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – totalizou R$ 1,006 bilhão no 3T22, um crescimento de 45,2% em relação ao 3T21 e praticamente em linha com as projeções do consenso Refinitiv de R$ 1,025 bilhão. A margem Ebitda foi de 38,2% entre julho e setembro de 2022, um aumento de 15,1 p.p. na comparação ano a ano.

O volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) processados pela empresa foi de R$ 221 bilhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 23% sobre igual período de 2021 e estável em relação ao trimestre anterior.

A companhia também destacou que os produtos de prazo, soluções que permitem aos clientes da Cielo antecipar seus fluxos de recebíveis, oriundos de transações a crédito à vista e parcelado, totalizando R$ 30 bilhões em volume antecipado, crescimento de 35% frente ao 3T21. Dentre os produtos de prazo, destaque para a expansão da linha de aquisição de recebíveis, que apresentou crescimento de receita de 170% frente ao 3T21 e 20% contra o 2T22.

A companhia encerrou o terceiro trimestre com 1,093 milhão de clientes ativos (com transações nos últimos 90 dias), uma redução em relação a um ano antes (quando eram 1,269 milhão) e ao trimestre anterior (1,109 milhão). A Cielo destaca, no entanto, que a base ativa do Varejo, segmento que é foco da credenciadora, apresentou crescimento de 1,4% sobre o segundo trimestre do ano.

A base ativa do Varejo, segmento foco da Cielo, apresentou crescimento de 1,4% sobre o 2T22. No número total, a base ativa encerrou o 3T22 inferior em 1,4% frente ao 2T22, principalmente devido à suspensão na política de concessão de subsídios para terminais de captura (POS) na modalidade de venda, que impacta principalmente as afiliações no segmento de Empreendedores.

Os gastos normalizados totais e o volume financeiro de transações (ratio de gastos normalizados) ficou em 0,33%, melhoria de 0,04 pp contra 3T21. Entende-se como gastos normalizados, o total de gastos excluídos itens não recorrentes e determinados custos variáveis.

As despesas operacionais somaram R$ 324,4 milhões no 3T22, um crescimento de 7,5% em relação ao mesmo período de 2021.

As variações, em ambas as bases de comparação, decorrem principalmente da linha de outras despesas operacionais líquidas, impactada majoritariamente por reversão de valores provisionados na linha de Reembolso de gastos, dada as melhores tendências operacionais, o que reduz as projeções para o reembolso de despesas a ser realizado no ano, além de efeito baseline, uma vez que no 3T21 houve provisão de recebimento de reembolso.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 122,8 milhões no terceiro trimestre de 2022, uma elevação de 344,9% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2021.

A Cielo investiu R$ 66,7 milhões em novas iniciativas para garantir saltos adicionais de qualidade nos serviços prestados, aumentar a produtividade comercial e avançar na modernização de operações e base tecnológica. O montante mencionado inclui R$ 40,3 milhões em despesas reconhecidas no 3T22 e investimentos (CAPEX) de R$ 26,4 milhões

Em 30 de setembro de 2022, a companhia registrou o total de disponibilidades de R$ 3,549 bilhões, uma redução de R$ 1,923 bilhões frente a 30 de setembro de 2021. “A redução das disponibilidades em comparação ao trimestre anterior e ao ano anterior é explicada pelo aumento de capital alocado em produtos de prazo”, comenta a empresa.

Na data base de encerramento do balanço, a Cielo registrou um total de empréstimos e financiamentos de R$6.575,4 milhões, um aumento de R$386,3 milhões comparado a 30 de setembro de 2021 e uma redução de R$372,3 milhões comparado a 30 de junho de 2022. O aumento do total de empréstimos em relação ao ano anterior e a redução frente ao trimestre anterior são explicados pela variação no saldo de captações de curto prazo.

Cielo aprova pagamento de juros sobre o capital próprio no montante total de R$ 148 milhões

A Cielo aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio, no montante total de R$ 148.849.647,14 sujeito à incidência de imposto de renda.

Os JCP serão distribuídos e pagos aos acionistas nas proporções de suas participações no capital social da Companhia, sendo que não farão jus aos JCP as ações mantidas em tesouraria.

O valor final por ação dos JCP é de R$ 0,05524544702.

Os resultados da Cielo (BOV:CIEL3) referente a suas operações do terceiro trimestre de 2022, foram divulgados no dia 31/10/2022. Confira o Press Release!

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Entre os destaques negativos vistos pela empresa, e também pelos analistas, estão, principalmente, os desafios quanto ao crescimento receita e a competição no setor de adquirentes.

O volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês), por exemplo, cresceu 23% na base anual, para R$ 221 bilhões. Na base trimestral o crescimento foi de apenas 0,1%, trazendo uma desaceleração, o que os executivos atribuíram à sazonalidade.

Para o próximo ano, a Cielo enxerga que o crescimento do TPV tende a desacelerar mais.

Segundo Filipe Augusto dos Santos Oliveira, diretor financeiro (CFO), a inflação decrescente, em 2023, pode ser negativa para a companhia, por, justamente, diminuir o volume total de transações. Além disso, o fato de a penetração dos cartões estar elevada na base histórica torna mais difícil um crescimento maior quando o assunto é clientes alcançados.

Já quanto ao consumo das famílias, que também vem cambaleando, o executivo preferiu não traçar expectativas, por ser um fator difícil de se prever. Apesar de o endividamento estar alto, é possível que o recuo das taxas de juros impulsione maiores gastos dos consumidores.

O mesmo recuo das taxas de juros, de acordo com Oliveira, tende, do outro lado, a diminuir os gastos da Cielo com seu endividamento, além de retirar, parcialmente, certa pressão existente na frente do retorno de capital aos acionistas.

A relação e risco retorno de uma empresa aos seus acionistas considerada aceitável está diretamente ligado à taxa de juros do país – é esperado que a companhia, por oferecer mais risco do que títulos do Tesouro, pague mais do que a taxa básica.

Segundo Cielo, margens não avançam mais por “irracionalidade do mercado”.

“É importante dizer que quando pegamos a rentabilidade do setor hoje, a Cielo é a empresa mais acertada e mesmo assim ela está abaixo daquilo necessário para pagar o custo de capital dos investidores”, explicou o CFO. “Há uma necessidade de reprecificação das taxas, mas é difícil dizer agora se isso irá continuar ou não. Se o mercado fosse racional, Cielo poderia implementar margens maiores”.

A Cielo, neste momento, continuará observando seus pares e a avançar naquilo que já tem feito.

“Variações macroeconômicas e em termos de competitividade vão acontecer, mas estamos apresentando disciplina”, afirmou Estanislau Mendes, diretor executivo (CEO) da Cielo.

O novo modelo comercial da adquirente, com bastante foco em grandes contas e no varejo, segundo Estanislau Mendes, por exemplo, vem se mostrando um sucesso.

“Estamos nos tornando muito mais eficientes. Conhecemos mais os clientes e apresentamos proatividade. Oferecemos serviços de pagamento mas também outros serviços com valor agregado, com softwares, por exemplo”, debateu o CEO.

A Cielo apresentou uma receita operacional líquida crescendo 12,4% na base anual, chegando a R$ 2,63 bilhões no consolidado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) saltou 45,2%, para R$ 1 bilhão, com a margem saindo de 23% para 38,2%.

A companhia, no último ano, repassou preços mas também avançou por conta do recuo de despesas, com menores subsídios aos clientes, e pelo ganho de espaço de serviços – aumentando a representatividade do cartão de crédito nas transações e da antecipação de recebíveis.

De acordo com a empresa, a ideia é continuar avançando na digitalização, conhecendo cada vez mais seus clientes e oferecendo os serviços que eles precisam.

VISÃO DO MERCADO

Credit Suisse

O Credit Suisse definiu o resultado da Cielo como neutro, destacando, do lado positivo, a lucratividade da companhia.

“Do lado positivo, o lucro líquido recorrente de R$ 422 milhões, alta de 99% no ano e 10% no trimestre, superou o nosso consenso em cerca de 8%, confirmando mais um trimestre de sólida lucratividade”, abrem os especialistas da instituição suíça. “Do lado negativo, a qualidade dos resultados veio mais fraca, com TPV suave e receitas compensadas por menores impostos e custos operacionais”.

Credit Suisse tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 7,50…

Genial Investimentos

Já a Genial Investimentos aponta que o ambiente competitivo continua a proporcionar uma melhora na precificação, mas ainda veem um cenário de longo prazo com bastantes incertezas em relação ao ambiente competitivo, produtos (exemplo: PIX), regulação e novas tecnologias que podem impactar o resultado da empresa.

“Por ora, acreditamos que a Cielo continue uma trajetória de recuperação dada a situação das concorrentes, mas parcialmente já precificado na bela performance das ações esse ano”, avaliam os analistas.

Itaú BBA

O Itaú BBA achou que o resultado foi mais forte do que o esperado e destacou o ganho de margens.

“As receitas comparáveis cresceram com um mix de melhores volumes (alta de 23% no ano) e taxas. A reprecificação passou, e uma maior participação de produtos financeiro aumentou o rendimento em 3 pontos-base anualmente”, defendem os analistas do banco brasileiro. “O mix de clientes continua a melhorar com o aumento do número de pequenos e medios negócios. As margens operacionais melhoraram, compensando a pequena perda de volumes”.

Do lado negativo, o BBA apontou a desaceleração do TPV e a estabilidade da base de clientes, com a companhia priorizando a qualidade ao invés da quantidade.

“Ainda assim, uma boa entrega geral, equilibrando crescimento com lucratividade, suporta estimativas otimistas”, expõe os analistas.

Itaú BBA tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 6,50…

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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