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Auren Energia: Justiça homologa acordo entre Cesp e a União no processo da Usina Três Irmãos

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A Auren informou a homologação perante o Juízo da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, do acordo judicial celebrado entre a CESP e a União Federal, visando à indenização da CESP – Companhia Energética de São Paulo – pela reversão de bens não amortizados ou não depreciados em relação à Usina Hidrelétrica Três Irmãos.

O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:AURE3) nesta terça-feira (10).

A sentença homologatória do Acordo, ainda, julgou extinta, com resolução de mérito, a ação ordinária ajuizada pela CESP contra a União, na qual a empresa energética pleiteava o pagamento devido a título de reversão dos bens e instalações vinculados à exploração da Usina Hidrelétrica Três Irmãos.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI 

De acordo com análise do Bradesco BBI, a notícia é positiva e acaba com as incertezas sobre o acordo – assinado em dezembro, antes da mudança de governo – ser totalmente finalizado.

Para os analistas do banco, embora o reembolso do valor histórico de R$ 1,7 bilhão já esteja no caso-base dos analistas e gestores de mercado, o tema leva a duas discussões que podem destravar valor para a companhia: (i) o potencial pagamento de um grande dividendo antes de prováveis mudanças nas políticas de tributação de dividendos; e (ii) supondo que a Auren se torne mais um player de dividendos, um tema pode ser a compressão de sua Taxa Interna de Retorno (TIR), atualmente negociada a cerca de 11% (real) contra 9% no caso da geradora Engie (EGIE3), de controle privado.

“Quanto aos dividendos, as mudanças esperadas na tributação no Brasil podem levar as empresas em geral a acelerar os dividendos, e não achamos que a Auren seria uma exceção. A companhia será reembolsada em 84 parcelas, mas provavelmente irá securitizar o recebível, trazendo até cerca de R$ 3,0 bilhões em caixa/liquidez extra para o balanço”, aponta.

Em um caso bullish (estimado pelo BBI), a Auren poderia pagar até R$ 4,0 bilhões em dividendos relativos a 2023 (cerca de 28% de rendimento), ainda deixando a relação dívida líquida/Ebitda em cerca de 2,5 vezes. “Não está claro se a Auren pagará esse dividendo, mas o potencial existe e, independentemente disso, um grande dividendo deve ser pago no próximo anos, pois: (i) a relação dívida líquida/Ebitda é baixa; e (ii) Auren continuará sendo seletiva sobre movimentos de M&A/greenfield (novos projetos)”, destacam os analistas.

Isso porque ao longo de 2023, a Auren poderia acumular lucros contábeis para pagar até R$ 4,2 bilhões em dividendos (incluindo R$ 1,4 bilhão contabilizado no lucro líquido do acordo no 4T22 + R$ 1,7 bilhão em reservas de lucro atuais), enquanto seu saldo total de caixa (pré-dividendos) para 2023 (geração própria de fluxo de caixa + securitização de recebíveis) seria de cerca de R$ 4,9 bilhões.

Os analistas do BBI possuem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) com um preço-alvo de R$ 18,00 (upside de 28%) e com um dividend yield esperado de 15%, mas com risco de alta, pois não tem ainda no modelo a potencial securitização do reembolso, o que poderia adiantar uma quantia enorme de dinheiro, gerando dividendos maiores.

Bradesco BBI tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 18,00…

Credit Suisse

Para o Credit Suisse a notícia é positiva, pois reduz os riscos de variação de valores a receber e cláusulas de atualização monetária. “A Auren é uma geradora com baixa alavancagem e este acordo pode ajudar a sustentar um dividend yield mais alto daqui para frente”, aponta.

Itaú BBA

O Itaú BBA revisou o setor de energia e entre as mudanças reduziu a recomendação para a ação da Auren de equivalente à compra para neutra, com preço-alvo de R$ 15,70 (upside de 11% em relação ao fechamento da véspera).

O banco destaca que a Auren negocia a uma TIR implícita de 9%, contra 6,3% para os títulos do Tesouro brasileiro, o que é bom, mas não muito atraente quando comparado com muitos nomes de cobertura de energia elétrica da instituição. A empresa está majoritariamente contratada para 2023-25, mas após este período deverá se encontrar mais exposta ao ambiente de baixo preço de energia.

“Além disso, não vemos gatilhos de curto prazo para a ação, já que o principal catalisador –o acordo de Três Irmãos – já foi anunciado. No entanto, acreditamos que os investidores podem ficar mais positivos se a empresa anunciar fortes dividendos, já que as perspectivas de crescimento parecem pouco inspiradoras”, apontou.

Itaú BBA rebaixa recomendação de compra para neutra com preço-alvo de R$ 15,70…

Informações EQI e Infomoney

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