A Tenda lançou nove empreendimentos no quarto trimestre de 2022, com um valor geral de venda (VGV) de R$ 704,2 milhões, uma baixa de 15,8% na comparação com o período equivalente em 2021.
O comunicado foi feito pela empresa (BOV:TEND3) nesta terça-feira (17).
Apesar disso, a incorporadora focada no segmento de mais baixa renda informou, em prévia operacional divulgada na noite de terça (17), que o preço médio desses empreendimentos avançou 36,7% na mesma base comparativa, e atingiu R$ 202,2 milhões.
Com isso, a empresa encerrou o ano de 2022 com 31 projetos lançados e um VGV acumulado de R$ 2,3 bilhões, 33% inferior aos R$ 3,06 bilhões obtidos no ano anterior.
As vendas líquidas da Tenda encerraram o último trimestre de 2022 em R$ 657 milhões, uma baixa de 15,9% na comparação anual. No ano completo, a incorporadora registrou R$ 2,28 bilhões em vendas líquidas.
A velocidade das vendas (VSO) teve uma queda de 6 pontos percentuais na comparação com o quarto trimestre de 2021, e encerrou 2022 em 25,9%.
Os distratos, ou seja, a rescisão de contratos de compra por parte dos clientes, representaram 12,7% das vendas brutas da companhia no quarto trimestre, um resultado 1,1 p.p. menor do que o registrado em igual período do ano anterio. Nos 12 meses, os distratos somaram 18,1%.
Em termos de portfólio, a Tenda encerrou 2022 com um banco de terrenos de R$ 15 bilhões em VGV, um valor 21,6% maior que em 2021. Do total, 47,6% são permutas.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
Analistas do BBI também avaliam os números operacionais da Tenda como positivos e ressaltam o foco da construtora em reformular as margens e priorizar a geração de caixa. “A redução de lançamentos fazia parte do acordo da empresa com os detentores de dívidas, portanto não necessariamente negativa, principalmente considerando o constante aumento de preços”, explicam analistas.
De acordo com o BBI, o processo de recuperação de margem provavelmente levará mais do que alguns trimestres para refletir no lucro por ação e as restrições de caixa provavelmente persistirão.
Bradesco BBI mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$ 8,00…
BTG Pactual
O BTG Pactual avalia que a Tenda apresentou resultados operacionais mistos no 4T22, com lançamentos fracos, mas velocidade de venda sólida e aumento dos preços de venda.
O aumento dos preços de venda é uma estratégia para continuar recuperando a lucratividade.
“Estamos otimistas com o segmento de baixa renda após as recentes mudanças no programa CVA. Mas, apesar de um valuation barato (0,6x P/VP), a Tenda enfrenta um curto prazo difícil devido ao fraco momento operacional (números fracos, fluxo de caixa, etc.), daí nossa recomendação neutra”, escreve o time do BTG em relatório.
O CVA é o Programa Casa Verde Amarela, que voltará a se chamar Minha Casa Minha Vida.
Goldman Sachs
O Goldman Sachs vai na mesma linha de BBI e XP e comenta que foi um bom trimestre para a Tenda, pois os números operacionais ficaram 25 a 30% à frente de suas expectativas.
Além disso, analistas do Goldman Sachs apontam que a empresa continua a elevar os preços médios de suas unidades, de forma a recompor sua rentabilidade.
Goldman Sachs mantém recomendação de venda com preço-alvo de R$ 5,00…
XP Investimentos
“A Tenda reportou dados operacionais positivos no 4T22, em linha com a estratégia da companhia de focar em a rentabilidade reduzindo lançamentos”, avalia XP Investimentos.
De positivo, analistas destacam o preço médio por unidade vendida atingindo R$ 189,8 mil (+20,5% na base anual), o que deve ajudar a Tenda a melhorar a rentabilidade daqui para frente. Além disso, as vendas superaram as estimativas da XP em 22%, levando a velocidade de vendas (VSO) a acelerar significativamente para 25,9% (+5,6 p.p. T/T).
XP mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$ 11,00, devido aos riscos de execução que vê no processo de recuperação da rentabilidade da empresa.
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