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Aeris (AERI3): prejuízo líquido de R$ 39,4 milhões no 4T22

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Aeris, companhia que produz equipamentos utilizados na produção de energia eólica, teve prejuízo líquido de R$ 39,4 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo o lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 18,1 milhões, registrado um ano antes.

A receita operacional líquida da empresa totalizou R$ 654,7 milhões, alta de 11,2% em base anual de comparação.

A principal causa desse aumento está relacionada à variação de +14,3% no preço médio de venda das pás (em USD/MW), a qual foi parcialmente compensada pela redução de 8,6% no volume faturado em MW. Parte do aumento de preço se deve ao reajuste retroativo do repasse do custo de materiais diretos. A unidade de negócios de serviços nos EUA também contribuiu positivamente para o aumento da receita.

ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ficou em R$ 80,8 milhões nos últimos três meses do ano passado, avanço de 4,8% na base anual, com margem Ebitda de 12,3%, um ganho de 0,9 ponto percentual.

Em comunicado, a Aeris informou que os resultados foram frustrados por uma série de desafios não previstos e relacionados a mudanças nos projetos de pás em linhas já maduras e na estabilização dos ciclos de produção das unidades que se tornaram maduras ao longo do ano.

Segundo a companhia, esses problemas resultaram numa entrega de volumes abaixo do projetado, o que combinado a um prazo médio maior de fabricação dos equipamentos, principalmente nas atividades de acabamento, resultou num aumento de seis meses na posição de estoques de matérias-primas, afetando negativamente a necessidade de capital de giro num cenário de elevação da taxa básica de juros, a Selic.

Os custos com materiais diretos representaram 75,3% do CPV em 2022 vs 81,6% em 2021, uma redução de 6,3 pontos percentuais. O aumento da representatividade dos custos de mão de obra decorre da menor eficiência operacional apresentada principalmente nas linhas que iniciaram o ano de 2022 com status de não maduras. Tais linhas demandaram um maior ciclo de fabricação nas atividades de acabamento, o que também afeta negativamente a necessidade de capital de giro da Companhia.

As despesas gerais e administrativas (DGA) totalizaram R$ 27,4 milhões, um aumento de 10,2% em relação ao 3T22.

As despesas financeiras líquidas foram de R$ 88,5 milhões, um aumento de 7,7% em relação ao 3T22, causado principalmente pela variação dos encargos financeiros e parcialmente compensados pelo aumento do rendimento de aplicações financeiras.

A variação cambial líquida apresentou uma perda de R$ 32,3 milhões no 4T22, refletindo a menor eficácia dos instrumentos de Hedge cambial decorrentes de variações não planejadas do plano de produção e do fluxo de recebimento de matérias primas.

O retorno sobre o capital investido  (ROIC) foi de 11,3% em 2022 vs 12,3% em 2021. A redução de 90 bps deve-se ao aumento do capital investido médio que passou de R$ 1.484,2 para R$ 1.603,6 milhões.

O fluxo de caixa das atividades operacionais consumiu R$ 13,3 milhões em 2022. O principal destaque foi a combinação entre o aumento na posição de adiantamento de clientes e a redução das contas a receber no montante de R$ 689,1 milhões que foi totalmente consumida pelo aumento dos estoques de R$ 699,9 milhões, principalmente causado pelo aumento no prazo médio de fabricação decorrente das mudanças de projetos solicitadas pelo clientes.

Em 2022, a Companhia investiu R$ 87,1 milhões vs R$ 394,4 milhões em 2021. Esses investimentos foram destinados à conclusão das adequações fabris necessárias para o atendimento das linhas de produção instaladas no 4T21 e ao aumento da capacidade produtiva nas estações de acabamento de pás a fim de balancear os gargalos produtivos na busca da redução do prazo médio de fabricação. Considerando que a Companhia passará a operar com a totalidade das linhas classificadas como maduras a partir do 1T23, o uso dos recursos provenientes da oferta primária realizada em 2020 destinados a expansão de capacidade está concluído.

Em 31 de dezembro de 2022, a dívida líquida da companhia era de R$ 757,4 milhões, um crescimento de 34% na comparação com a mesma etapa de 2021.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 2,8 vezes em dezembro/22, aumento de 0,5 vez em relação ao mesmo período de 2021.

⇒ Operacional

A produção equivalente foi de 675 megawatts (MW) no último trimestre do ano passado, montante 4,8% menor em comparação com o mesmo período do ano passado. Toda a produção da Aeris no período foi direcionada para atender ao mercado interno.

Considerando os 12 meses do ano, a empresa fabricou 1,8 mil pás eólicas, o suficiente para atender a 2,8 gigawatts (GW) em capacidade instalada.

No final de 2022, a empresa tinha 17 linhas de produção ativas, a mesma quantidade reportada um ano antes. Destas, 16 eram maduras e uma em fase de maturação.

De acordo com a empresa, no período havia 130 Sets faturados e disponíveis para retirada do cliente, ante 168 um ano antes. Cada Set é um conjunto de três pás eólicas.

⇒ Acumulado do ano

No acumulado de 2022, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 92,8 milhões, ante o lucro atribuído de R$ 69,1 milhões em 2021

Em 2022, a receita líquida atingiu R$ 2.468,9 milhões, em linha com o mesmo período do ano passado. Entre janeiro e dezembro, o Ebitda somou R$ 267 milhões, alta de 7,9%, com margem em 10,8%, alta de 0,8 p.p.

No 4T22, a Dívida Líquida totalizou R$ 757,4 milhões e a Alavancagem Líquida, medida pelo indicador Dívida Líquida/EBITDA, atingiu 2,8x.

Os resultados da Aeris (BOV:AERI3) referente suas operações do quarto trimestre de 2022 foram divulgados no dia 10/02/2023. Confira o Press Release completo!

Teleconferência

O diretor presidente da Aeris, Alexandre Negrão, destacou durante teleconferência com investidores que o mercado eólico no Brasil e no mundo continua robusto e no próximo trimestre as agências globais deverão apresentar seus relatórios com números oficiais de pás eólicas instaladas a nível global. Segundo ele, a companhia continua confiante na teoria de descarbonização e terá grande parte do share desse mercado.

“Estamos em conversa com clientes para readequação de preços e de extensão de contratos e isso mostra que apesar das dificuldades e da entrega aquém daquilo que imaginávamos a confiança entre a Aeris e os clientes continua forte. Estamos trabalhando forte para restabelecer o equilibro econômico e financeiro a níveis históricos”, disse.

De acordo com a Aeris, as linhas de produção maduras geraram R$ 71 milhões de EBITDA, com margem EBITDA de 12,8%, sendo positivamente afetada por repasse retroativos de custos de matérias primas. Já as linhas não maduras geraram R$ 5 milhões com margem de 7,2%, enquanto que as unidade de negócio de serviços apresentaram EBITDA de R$ 4 milhões com margem de 16,4%.

Em 2022, a receita operacional líquida atingiu R$ 2,4 bilhões, em linha com o mesmo período do ano anterior. No 4T22, a ROL foi de R$ 654 milhões, um aumento de 4,7% quando comparado ao 3T22. Segundo a companhia, a principal causa desse aumento está relacionada à variação de 14,3% no preço médio de venda das pás (em USD/MW), a qual foi parcialmente compensada pela redução de 8,6% no volume faturado em MW. Parte do aumento de preço se deve ao reajuste retroativo do repasse do custo de materiais diretos. A unidade de negócios de serviços nos EUA também contribuiu positivamente para o aumento da receita.

Já a margem bruta apresentou um aumento de 3,9 pontos percentuais em relação ao 3T22, atingindo 15,5% no 4T22. Em 2022 a margem bruta foi de 11,9%, aumento de 0,4 pontos percentuais em relação a 2021.

Os custos com materiais diretos representaram 75,3% do CPV em 2022 em comparação aos 81,6% em 2021, uma redução de 6,3 p.p.. O aumento da representatividade dos custos de mão de obra decorre da menor eficiência operacional apresentada principalmente nas linhas que iniciaram o ano de 2022 com status de não maduras. Tais linhas demandaram um maior ciclo de fabricação nas atividades de acabamento, o que também afeta negativamente a necessidade de capital de giro da companhia.

O fluxo de caixa das atividades operacionais consumiu R$ 13 milhões em 2022. O principal destaque foi a combinação entre o aumento na posição de adiantamento de clientes e a redução das contas a receber no montante de R$ 689 milhões que foi totalmente consumida pelo aumento dos estoques de R$ 700 milhões, principalmente causado pelo aumento no prazo médio de fabricação decorrente das mudanças de projetos solicitadas pelos clientes. O fluxo de caixa das atividades de investimento, consumiu R$ 87 milhões em 2022.

De acordo com dados da Aeris, as potenciais ordens cobertas por contratos de longo prazo totalizam 2.126 sets de pás com potência equivalente a 10,5 GW. Usando-se a taxa de câmbio de encerramento do 3T22, a receita líquida potencial dos contratos de longo prazo da companhia totaliza R$ 8 bilhões.

Em 2022 foram produzidas 1.800 pás, o que equivale a 2,8 GW em potência de aerogeradores. Desde a primeira pá entregue em 2012, já são mais de 13.600 pás produzidas, o suficiente para equipar 14,2 GW equivalentes de usinas eólicas, mais do que a potência da usina hidrelétrica de Itaipu. Desse montante, foram destinados 3,9 GW para exportação e 10,3 GW para o mercado doméstico, sendo 8,3 GW para usinas eólicas que já entraram em operação no Brasil e 2,0 GW de pás que já estão em parques em construção ou se encontram disponíveis para coleta dos clientes nos pátios da Aeris. De acordo com o diretor de planejamento e de relações com investidores, Bruno Lolli, as projeções de entrega, receitas e de resultados operacionais para 2022 foram frustradas por uma série de desafios não previstos relacionados às mudanças nos projetos de pás em linhas já maduras e na estabilização dos ciclos de produção das linhas que se tornaram maduras ao longo do ano de 2022. Ele ainda afirmou que o desafio com as pás maiores fez com que as projeções não fossem cumpridas em 2022.

A Aeris Energy investiu R$ 87 milhões em 2022 contra os R$ 394 milhões em 2021. A companhia afirmou que esses investimentos foram destinados à conclusão das adequações fabris necessárias para o atendimento das linhas de produção instaladas no 4T21 e ao aumento da capacidade produtiva nas estações de acabamento de pás a fim de balancear os gargalos produtivos na busca da redução do prazo médio de fabricação. Considerando que a companhia passará a operar com a totalidade das linhas classificadas como maduras a partir do 1T23, o uso dos recursos provenientes da oferta primária realizada em 2020 destinados a expansão de capacidade está concluído.

Lolli declarou que a companhia tem um investimento relevante para 2023 que é a renovação de um contrato e a adição de uma linha de produção. O executivo ainda afirmou que hoje a Aeris não tem planos de ativos para expansão para os Estados Unidos e afirmou que produzir no Brasil ainda continua sendo uma decisão melhor. Mais segundo ele, isso é uma decisão recorrente com os clientes.

VISÃO DO MERCADO

BTG Pactual

Os resultados do quarto trimestre da Aeris foram em linha com nossas estimativas conservadoras. Mais precisamente, as pás faturadas totalizaram 130 (vs. 168 no 4T21 e 161 no 3T22), ou 675MW (-5% a/a; -9% t/t). A receita líquida foi de R$ 655 milhões (+11% a/a; +5% a/t; em linha), enquanto o EBITDA foi de R$ 81,3 milhões (+21% a/a; +26% t/t; em linha), com margem de 12,4%.

O EBITDA ajustado, excluindo impactos não recorrentes relacionados a incentivos de longo prazo (R$ 227 mil) e despesas de consultoria (R$ 278 mil), atingiu R$ 80,8 milhões (+20% a/a; +25% t/t; em linha), com margem de 12,3%. No final das contas, a Aeris registrou prejuízo líquido de R$ 39 milhões (+R$ 18 milhões no 4T21).

Com os resultados do quarto trimestre, a empresa encerrou 2022 com produção de 2,8 GW (vs. 3,2-3,6 GW de guidance), receita líquida de R$ 2,5 bilhões (vs R$ 2,6-3,1 bilhões previstos) e EBITDA de R$ 267 milhões (vs. guidance de R$ 270-340mn).

A Aeris mencionou dois motivos para não cumprir seu guidance de produção (GW) de 2022: ciclo de inspeção de qualidade mais longo do que o esperado; e processos de acabamento mais lentos do que o esperado em algumas linhas de produção. Volumes mais fracos do que o esperado se traduziram em receita inferior, parcialmente compensados por preços mais altos.

O EBITDA, que ficou 1% abaixo do piso do guidance, foi afetado por uma receita menor, embora parcialmente compensado por margens melhores do que o esperado. Por fim, a Aeris disse que o guidance do capex não foi atendido devido ao adiamento de algumas atividades para o 1T23. Em meio a um cenário difícil para a indústria de energia eólica permanecemos Neutros.

BTG Pactual tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 2,00…

XP Investimentos

Os analistas da XP entendem que a Aeris observaram a continuidade dos fracos níveis de produtividade da empresa como o principal destaque negativo durante o trimestre, com produção de 675 MW representando cerca de 40% dos volumes projetados durante o trimestre (vs. 95% no 2T22 e 53% no 3T22), refletindo em parte as dificuldades operacionais de se produzir modelos de pás maiores e mais complexos.

“Finalmente, o desempenho do capital de giro continua preocupante, com altos níveis de estoque continuando a impactar a geração de caixa (mitigado por aumentos de adiantamentos de clientes)”, diz a XP.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

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