O Credit Suisse elevou a recomendação das ações da Copasa de neutro para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), após companhia de saneamento divulgar na véspera (28) o recebimento de ofício do governo de Minas Gerais, informando que repassará os recursos para recuperação dos impactos ambientais dos rios Paraopeba e das Velhas à empresa de forma não onerosa e, consequentemente, nenhuma contribuição de capital será feita para a empresa.
Com isso, as ações da empresa (BOV:CSMG3) sobem forte nesta quarta-feira (1).
Em 2019, uma grande barragem de uma mineradora (caso Brumadinho, envolvendo Vale) localizada em Minas Gerais rompeu, causando danos significativos a vários rios. Em 2021, o governo definiu os termos finais do acordo com a empresa responsável pelo acidente para remediar seus impactos, inclusive os causados em alguns rios que afetaram os reservatórios de abastecimento de água da Copasa.
Em 14 de julho de 2021, a Copasa comunicou que recebeu ofício do estado de Minas Gerais informando que o governo injetaria parte dos recursos desse acordo de remediação (R$ 2 bilhões) na Copasa, via aumento de capital, para que a Copasa pudesse investir nas bacias hidrográficas afetadas. Apesar dos potenciais benefícios de novos recursos para investimentos, a diluição chegaria a 50% do valor de mercado da empresa e, consequentemente, elevou a percepção de risco e o Credit Suisse havia incluído um risco de diluição de 30% em seus modelos (impacto negativo de R$ 723 milhões).
O anúncio, segundo analistas, exclui risco de diluição de capital do preço-alvo do papel da Copasa. Com isso, o preço-alvo passou de R$ 16,20 para R$ 18,10, gerando um retorno potencial de 30,5% frente a cotação de fechamento de terça-feira (28) de R$ 14,22.
A equipe de research do banco diz ainda que não alterou suas estimativas para empresa, pois nenhuma outra variável ou cenário muda devido a este anúncio.