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Petrobras (PETR4): lucro líquido de R$ 43,34 bilhões no 4T22 superando projeções; cenário desafiador para 2023

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A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 43,341 bilhões no quarto trimestre de 2022, número 15% acima dos R$ 37,6 bilhões esperados pelo consenso Refinitiv e 37,6% superior ao registrado na mesma etapa de 2021.

A estatal (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) divulgou seus números na noite desta quarta-feira (1). Confira o documento!

Já na comparação trimestral, houve uma queda do lucro de cerca de 6%; no 3T22, a companhia havia lucrado R$ 46,1 bilhões. “Esse resultado é explicado principalmente pela desvalorização do [petróleo] brent, menores margens de derivados, maiores despesas com impairment, parcialmente compensado pelos ganhos com acordos de coparticipação nos campos de Sépia, Atapu e Búzios e pela valorização do real frente ao dólar, gerando um resultado financeiro favorável para a Petrobras”, diz o release de resultados.

No ano de 2022, a estatal registrou lucro de R$ 188,3 bilhões, alta de 76,6% frente 2021 e o maior lucro já registrado por uma empresa de capital aberto, segundo dados do TradeMap.

A receita líquida da Petrobras no quarto trimestre, por sua vez, foi de R$ 158,579 bilhões, alta de 18,2% na comparação ano a ano e um pouco acima do consenso, de R$ 155,4 bilhões. Na comparação com o 3T22, contudo, houve um recuo de 6,8%.

A empresa informou que a receita com a venda de derivados atingiu R$ 99,2 bilhões no quarto trimestre, 21,3% acima do registrado no mesmo período de 2021. As exportações da companhia foram de R$ 36,1 bilhões, alta de 20,1% contra o quarto trimestre de 2021.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização [Ebitda, na sigla em inglês] ajustado ficou em R$ 73,1 bilhões, ante R$ 76 bilhões projetados pela Refinitiv. O resultado representa um aumento de 16,1% frente a mesma etapa de 2021.

O retorno sobre o capital (ROCE) atingiu 15,9% no quarto trimestre de 2022, alta de 8,1 pontos percentuais (p.p.) na comparação ano a ano.

O lucro bruto da Petrobras foi de R$ 76,637 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, alta de 29,8% em relação ao mesmo período de 2021.

O resultado financeiro líquido do 4T22 foi positivo em R$ 1,5 bilhão, ante um resultado negativo de R$ 8,0 bilhões no 3T22,
refletindo a valorização cambial do real frente ao dólar (R$ 5,22 em dezembro contra R$  5,41 em setembro de 2022) e ganhos em variações monetárias de dividendos antecipados.

Em 31 de dezembro de 2022, a dívida líquida da companhia era de US$ 41,516 bilhões, uma redução de 12,8% na comparação com a mesma etapa de 2021.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 0,63 vez em dezembro/22, queda de 0,46 p.p. em relação ao mesmo período de 2021.

Dividendos

O Conselho de Administração da Petrobras autorizou, por maioria, o encaminhamento à Assembleia Geral de Acionistas, prevista para 27 de abril de 2023, a proposta de distribuição de dividendos equivalentes a R$ 2,74573369 brutos por ação preferencial e ordinária em circulação. Com isso, os dividendos totalizam R$ 35,7 bilhões no período

Fim do PPI

A Petrobras afirmou que não há qualquer discussão para que a companhia altere sua Política de Preços.

Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa reiterou seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato da volatilidade externa e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.

“Qualquer alteração deverá ser debatida pelos órgãos internos de governança da Petrobras, especialmente a diretoria e o Conselho de Administração, e será divulgada ao mercado”, afirma a estatal.

O esclarecimento foi feito após notícia do jornal O Globo, citando fontes, de que o governo pretende acabar com a paridade internacional de preços de combustíveis (PPI) e substituí-la pela média ponderada dos custos de produção de combustíveis da Petrobras, com peso de 85%, enquanto os 15% restantes estariam atrelados aos preços internacionais.

Em breve análise, o Bradesco BBI apontou que ainda haveria muita incerteza sobre os efeitos práticos das variáveis dessa fórmula.

“Interpretamos os custos de produção de combustíveis no Brasil como o preço do barril de petróleo bruto (agora em cerca de US$ 85 o barril) mais aproximadamente US$ 2 o barril para refinar, ou seja, US$ 87 por barril. Os preços internacionais da gasolina atualmente estão em US$ 103 o barril de óleo cru e US$ 119 o barril refinado. Se esta fórmula fosse implementada sob nossa interpretação, isso significaria que a gasolina no Brasil seria vendida a US$ 88 o barril e o diesel a US$ 90 o barril, com um desconto de 15% e 24%, respectivamente. Isso seria uma notícia negativa para a Petrobras”, apontaram os analistas. A nota do BBI, vale destacar, foi divulgada antes da Petrobras negar a notícia.

Teleconferência

O novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participou na manhã desta quinta-feira (2) de teleconferência com analistas, sua primeira no cargo. Entre os destaques, ficaram suas falas sobre a remuneração aos acionistas – sob holofotes dos investidores e do governo após a mudanças no alto comando da estatal.

Depois de a petroleira distribuir dividendos recordes no ano passado, de R$ 215,8 bilhões, Prates não negou possível mudança, em 2023, na distribuição, classificando o atual cenário como “mais desafiador”.

Entre os motivos para isso estão as questões macroeconômicas, com possível recuo do petróleo, novos investimentos e prováveis mudanças nos preços cobrados pela companhia e na política de desinvestimentos.

“Teremos uma robustez de dividendos em 2023. Pretendemos ter lucros à altura dos registrados em 2022, mas o cenário é mais desafiador”, declarou.

Na frente macro, o presidente da estatal destacou que o cenário do último ano foi um pouco anormal, com a reabertura das economias após a pandemia da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia, que gerou um ramp up do preço do petróleo.

Preços da Petrobras

Já quanto aos preços cobrados, de acordo com Prates, a Petrobras irá avançar em maior competitividade e irá se defender quando acusada de que está tirando concorrentes do mercado.

“Preço da paridade de importação é o preço do nosso concorrente. Apesar de a capacidade de refinaria estar bem mais alta por conta da demanda, tivemos momentos com capacidade baixa, um indicativo de que o governo (anterior) queria abrir espaço para a concorrência do importado. Isso provavelmente vai mudar”, explicou o executivo.

Quanto à venda de refinarias, que também beneficiou o caixa da Petrobras nos anos anteriores, o novo presidente definiu que a Petrobras “não venderá ativos por decisões governamentais”.

“Não nos iremos nos desfazer de refinarias ou de presença em regiões inteiras do país porque o governo quer. Quem decidirá isso é o conselho, uma diretoria executiva competente, sempre mantendo o diálogo com investidores”, comentou.

Transição energética

A Petrobras pode vir a gastar mais caixa também com maiores investimentos na transição energética – o que, para Prates, é algo inevitável.

“Devemos esperar um aumento de atenção para energias alternativas de nossa parte. Focaremos no upstream e no pré-sal, que são nossas atividades principais e que são importantes para o financiamento dessa frente. É impossível descontinuar nossas principais operações. Não há salto direto entre os combustíveis fósseis e o uso de energias limpas”, defendeu.

Gás Natural

O diretor explicitou ainda uma atenção com o gás natural, que seria um “meio termo” entre os combustíveis fósseis e uma matriz energética limpa.

“Quando migramos para o gás natural, estamos fazendo uma transição energética. É um meio termo. Gasificar o transporte rodoviário, por exemplo, é uma espécie de descarbonização. Nós não exploramos nem metade do nosso potencial nesta frente”.

Relação com investidores

De acordo Prates, por fim, a relação de investidores com a Petrobras é uma relação de trade off e pode sofrer alterações com o passar do tempo.

“Você deixa dinheiro com a empresa, que apresentará projetos para o futuro. O investidor decide se quer estar conosco ou se quer o dinheiro certo do dividendo no curto prazo. Essa relação, porém, vai mudando. Eu chego a ter dúvida se as regras internas são necessárias. A relação muda e nós vamos combinando com os investidores. É claro que há mínimos legais, mas dentro das empresas acho que essa troca tem de ser fluída”, debateu.

Prates afirmou que espera entregar uma Petrobras que “irá sobreviver por mais 70 anos” e que quer provar que ser sócio do governo brasileiro em uma área estratégica “não é mau negócio”.

“Falei com investidores e disse que teremos muito diálogo, para evitar antipatias. Hoje, com todos canais que temos de comunicação e com todas as regras, é possível dialogar antes de tomar decisões que investidores não gostam. Uma empresa do tamanho da Petrobras tem que levar isso em conta. Investidor ver em ser sócio do estado brasileiro uma vantagem e não uma desvantagem. Se alguém tem dúvida disso, temos que provar que é diferente”, afirmou.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão e TC

 

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