O saldo das operações de crédito do SFN alcançou R$5,4 trilhões em março, expansão de 0,7% no mês. Esse resultado decorreu dos incrementos mensais de 0,6% no saldo do crédito destinado às empresas, para R$2,1 trilhões, e de 0,8% no saldo do crédito para as famílias, que atingiu R$3,3 trilhões.
Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, o saldo do crédito total cresceu 12,0% em março, desacelerando ante a expansão de 12,7% no mês anterior. Por segmento, no mesmo período de comparação, tanto o crédito para às empresas quanto às famílias também desaceleraram, para 5,5% ante 6,0% em fevereiro e para 16,5% ante 17,4%, na mesma ordem.
O saldo das operações de crédito com recursos livres para as pessoas jurídicas somou R$1,4 trilhão em março, incrementos de 1,1% no mês e de 4,6% em doze meses. Esse desempenho decorreu, basicamente, da expansão da carteira de desconto de duplicatas, 7,5%, influenciada pela sazonalidade do período, bem como dos incrementos das carteiras de cartão de crédito total, 19,1%, e de adiantamentos de contratos de câmbio – ACC, 5,6%.
O saldo das operações de crédito com recursos livres às pessoas físicas totalizou R$1,8 trilhão em março, crescimento de 0,6% no mês e de 15,4% em doze meses. Destacaram-se as evoluções das carteiras de cartão de crédito total, 1,8%, aquisição de veículos, 0,8%, bem como as de crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público, 0,4%, e para aposentados e pensionistas do INSS, 0,6%.
O saldo das operações de crédito direcionado alcançou R$2,2 trilhões em março, com aumentos de 0,6% no mês e de 14,2% comparativamente a março de 2022. O crédito direcionado ao segmento empresarial recuou 0,3% no mês e cresceu 7,3% em doze meses, totalizando R$735,8 bilhões. O crédito direcionado às famílias continuou em expansão, com aumentos de 1,1% no mês e de 18,0% em doze meses.
As concessões nominais de crédito totalizaram R$523,1 bilhões em março. Nas séries sazonalmente ajustadas, o total de novas concessões recuou 1,0% no mês, com reduções de 2,6% nas operações realizadas com pessoas jurídicas e de 2,2% nas concessões a pessoas físicas. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, as concessões nominais cresceram 14,8% em março, com avanços de 11,8% nas contratações com empresas e 17,3% com as famílias.
O custo médio das novas concessões de crédito alcançou 31,6% a.a. em março, com aumentos de 0,4 p.p. no mês e de 4,7 p.p. em doze meses. O spread bancário das novas concessões permaneceu em 20,9 p.p., mantendo-se estável no mês e elevando-se 3,6 p.p. na comparação interanual.
Nas operações de crédito com recursos livres, os juros médios das novas concessões alcançaram 44,3% a.a. em março, com elevações de 0,1 p.p. no mês e de 7,0 p.p. em doze meses. Nas operações com o segmento empresarial, o custo médio do crédito livre situou-se em 24,1% a.a., mantendo-se estável no mês e crescendo 2,7 p.p. em doze meses. Nas operações realizadas com as pessoas físicas, a taxa de juros manteve-se inalterada em relação ao mês anterior, em 58,3% a.a., e aumentou 8,7 p.p. em doze meses.
O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, permaneceu estável no mês em 22,3% a.a., elevando-se 2,8 p.p. em 12 meses.
A inadimplência da carteira de crédito do SFN permaneceu estável em março, em 3,3%. A inadimplência nas carteiras de pessoas jurídicas e de pessoas físicas também ficaram estáveis em 2,1% e 4,1%, respectivamente. No crédito com recursos livres, a inadimplência aumentou 0,1 p.p. ao atingir 4,6%.
O endividamento das famílias com o SFN alcançou 48,6% em fevereiro, o que representou decréscimos de 0,3 p.p. no mês e de 1,2 p.p. em 12 meses. Nas mesmas bases de comparação, o comprometimento de renda registrou elevações de 0,1 p.p. no mês e de 0,8 p.p. em 12 meses, situando-se em 27,4%.
Crédito ampliado
O saldo do crédito ampliado em março ao setor não financeiro alcançou R$15,0 trilhões (147,6% do PIB), crescendo 0,5% no mês, devido principalmente às altas dos saldos dos títulos de dívida pública, 0,8%, e privada, 2,9%, e dos empréstimos do SFN, 0,8%. Esse crescimento foi contrabalanceado pela redução dos empréstimos da dívida externa, 1,9%, impactados pela apreciação cambial de 2,5%. Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 11,4%, prevalecendo as elevações da carteira de empréstimos do SFN, 12,2%, e dos títulos de dívida, 11,1%.
O crédito ampliado a empresas atingiu R$5,3 trilhões (51,8% do PIB), elevação de 0,3% no mês, influenciada principalmente pela alta dos títulos de dívida privados, 2,9%, contrabalançado pela redução dos empréstimos da dívida externa, 1,8%. Em relação a março de 2022, a expansão de 15,7% do crédito ampliado a empresas refletiu principalmente os aumentos de 36,5% em títulos de dívida e de 14,2% na carteira de empréstimos da dívida externa.
O crédito ampliado às famílias permaneceu estável em R$3,5 trilhões (34,7% do PIB) em março, com variação de 16,2% em doze meses, em função do incremento nos empréstimos do SFN.
Base Monetária
A base monetária alcançou R$413,3 bilhões no mês de março, crescimento de 2,4% no mês e 7,1% em doze meses. No mês, o volume de papel-moeda em circulação reduziu-se 2,1% e as reservas bancárias aumentaram 25,9%.
Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, impactaram de forma expansionista as operações do Tesouro Nacional, R$6,9 bilhões, as do setor externo, R$30,3 bilhões, e as com títulos públicos federais, R$29,9 bilhões (resgates líquidos de R$26,6 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$3,2 bilhões no mercado secundário). Impactaram de forma contracionista as operações com derivativos, R$11,7 bilhões, as de Redesconto e de Linhas de Liquidez, R$14,9 bilhões, e os depósitos de instituições financeiras, R$ 20,7 bilhões (recebimentos de depósitos voluntários a prazo, -R$16,2 bilhões, recolhimentos de recursos de depósitos a prazo, -R$5,2 bilhões e de recursos de caderneta de poupança, -R$728 milhões, liberações recursos do Proagro, +R$658 milhões e de depósitos de garantia em espécie vinculadas a Linhas Financeiras de Liquidez – LFL, +R$882 milhões).
Os meios de pagamento restritos (M1) atingiram R$584,5 bilhões, decréscimo de 1,1% no mês, resultado da redução do papel-moeda em poder do público e dos depósitos à vista em 1,6% e 0,6%, respectivamente. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 registrou contração de 1,2% no mês.
O M2 cresceu 0,5% no mês, com saldo total de R$5,1 trilhões, refletindo o aumento de 0,9% no saldo de títulos emitidos por instituições financeiras que alcançou R$3,6 trilhões, com expansão de 1,1% no saldo das letras de crédito (LCA e LCI) e de 0,2% no saldo das letras financeiras.
O saldo dos depósitos a prazo aumentou 1,0% após registrar captação líquida de R$91,7 bilhões no período, enquanto o saldo dos depósitos de poupança não apresentou variação, totalizando R$970 bilhões, após resgates líquidos de R$6,1 bilhões. O M3 cresceu 0,7% no período, totalizando R$9,8 trilhões, reflexo do aumento no saldo do M2 e do crescimento de 0,4% no saldo das quotas de fundos do mercado monetário (R$4,5 trilhões). O M4 avançou 0,6% no mês, totalizando R$10,9 trilhões. Em 12 meses a variação alcançou 10,1%.