Inflação do Reino Unido cai mais que o esperado mas permanece acima de 10% pelo 7º mês seguido

A taxa de inflação dos preços ao consumidor (CPI) no Reino Unido caiu para 10,1% em relação ao ano anterior em março de 2023, abaixo dos 10,4% do mês anterior, mas ligeiramente acima das expectativas do mercado de 9,8%.

A taxa permaneceu acima da marca de 10% pelo sétimo período consecutivo e bem acima da meta de 2% do Banco da Inglaterra por quase dois anos, sugerindo que os formuladores de políticas podem continuar a aumentar os custos dos empréstimos para combater a inflação.

O Índice de Preços ao Consumidor foi impulsionado pelo aumento mais forte nos preços dos alimentos em mais de quatro décadas, informou o Escritório de Estatísticas Nacionais na quarta-feira. Os economistas esperavam uma desaceleração para 9,8%.

As principais pressões de alta vieram de alimentos e bebidas não alcoólicas (19,1% ante 18,0% em fevereiro), recreação e cultura (4,6% ante 4,0%) e bens e serviços diversos (6,7% ante 6,6%).

O custo de habitação e serviços públicos também continuou a aumentar a um ritmo sólido (26,1% vs 26,6%), enquanto a inflação desacelerou nos transportes (0,8% vs 2,9%) e restaurantes e hotéis (11,3% vs 12,1%).

A inflação no setor de serviços manteve-se em 6,6%, enquanto alimentos e bebidas não alcoólicas tiveram alta de 19,1%, a maior desde 1977.

As contas de supermercado continuaram subindo, com a inflação de preços de alimentos e bebidas não alcoólicas atingindo uma alta de 45 anos de 19,1%. O ONS disse que foi impulsionado por aumentos recordes nos custos de pães, bebidas quentes, chocolates e confeitos.

Tanto o núcleo da inflação – que exclui preços de alimentos e energia – quanto o crescimento dos preços de serviços permaneceram estáveis ​​em março em 6,2% e 6,6%, respectivamente.

Os dois indicadores de inflação subjacente estão sendo observados de perto pelos formuladores de políticas do BOE, com serviços vistos como um substituto para as pressões salariais na economia.

Reação do Mercado

Os investidores rapidamente passaram a precificar novos aumentos de juros do Banco da Inglaterra, continuando o ciclo de aperto mais rápido em quatro décadas. Os formuladores de políticas liderados pelo governador Andrew Bailey sinalizaram que uma pausa era possível se as pressões inflacionárias diminuíssem, mas a leitura de hoje sugere que os preços no Reino Unido têm mais impulso do que nos EUA ou na zona do euro.

Os operadores do mercado monetário precificaram uma taxa de juros de pico do BOE de mais de 5% neste ciclo, a mais alta deste ano. Eles também esperam dois aumentos consecutivos de 25 pontos-base em maio e junho, de acordo com os swaps atrelados às datas das reuniões.

A libra subiu em relação ao dólar e os gilts caíram à medida que o mercado se ajustava à perspectiva de aumentos mais acentuados nas taxas. A libra subiu 0,4%, para US$ 1,2469, enquanto o rendimento das notas de dois anos subiu 13 pontos básicos, para 3,82%.

“O trabalho do Banco da Inglaterra ainda não terminou”, disse Kitty Ussher, economista-chefe do Institute of Directors. “Para resolver os problemas subjacentes, o MPC ainda precisa aumentar as taxas novamente quando se reunir em algumas semanas.”

A taxa de inflação da Grã-Bretanha mantém mais força do que os preços nos EUA e na Europa, onde o CPI vem caindo há meses. Nos EUA, os preços subiram 5% em março, a menor alta em quase dois anos. Na zona do euro, o IPC do mês passado caiu para 6,9%, o menor desde fevereiro de 2022.

source: tradingeconomics.com

🇬🇧 Inflação ao consumidor (CPI) de março (03h00)

A Inflação ao consumidor (CPI) no Reino Unido referente o mês de abril será divulgado no dia 24 de maio de 2023.