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Carrefour (CRFB3): prejuízo líquido ajustado de R$ 375 milhões no 1T23, ações despencam

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O Carrefour Brasil reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 375 milhões no primeiro trimestre de 2023, revertendo lucro líquido ajustado de R$ 421 milhões do mesmo intervalo de 2022, informou o varejista.

O resultado da companhia foi impactado pelo aumentos das despesas financeiras e administrativas.

A receita líquida somou R$ 24,385 bilhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 29,4% na comparação com igual etapa de 2022, enquanto as vendas brutas atingiram R$ 27,1 bilhões, 30,7% acima.

O resultado é fruto da combinação do crescimento LfL (mesmas lojas) de 5,7% no Atacadão (6,5% com impacto de calendário), 5,7% Crescimento LfL ex-gasolina no Carrefour Varejo (6,3% com impacto calendário), expansão orgânica em Cash and Carry (+3,9%) e integração do Grupo BIG, que representou 17,3% do crescimento total (incluindo efeito de conversão).

ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado totalizou R$ 1,038 bilhão no 1T23, um recuo de 16,8% em relação ao 1T22. Excluindo o Grupo BIG, a cifra ficou em R$ 1,254 bilhão, avanço anual de 0,6%.

A margem Ebitda ajustada atingiu 4,3% entre janeiro e março deste ano, uma retração de 2,4 pontos percentuais (p.p.) frente a margem registrada em 1T22, uma diluição de 2,3 p.p. que reflete o impacto da integração do Grupo BIG, as despesas de conversão e o ramp-up de vendas das lojas BIG convertidas.

O volume bruto negociado (GMV, na sigla em inglês) atingiu R$ 1,6 bilhão no 1T23, crescimento de 43% na base anual. O GMV no Atacadão representou 2,7% das vendas totais do Atacadão.

O resultado foi impulsionado tanto pela categoria alimentar – destaque para o desempenho do Carrefour 1P com crescimento anual de 83% – quanto pela categoria de não alimentar, que cresceu em 24%, segundo a companhia.

O faturamento do Banco Carrefour totalizou R$ 13,7 bilhões no 1T23, +14,8% na base anual, devido ao desempenho de dois dígitos no cartão Carrefour (+10,6%) e no cartão Atacadão (+17,8%), impulsionado pelo aceleração na integração do Grupo BIG.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 756 milhões no primeiro trimestre de 2023, uma elevação de 132,1% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2022.

O lucro bruto atingiu R$ 4,804 bilhões no primeiro trimestre de 2023, um aumento de 29% na comparação com igual etapa de 2022. A margem bruta foi de 19,7% no 1T23, baixa de 0,1 p.p. frente a margem do 1T22.

As despesas gerais e administrativas totalizaram R$ 3,8 bilhões no 1T23 (+52,2% a/a), refletindo o aumento esperado nas despesas relacionadas à integração do Grupo BIG e a aceleração das conversões de lojas. As despesas VG&A do Grupo BIG, incluindo o VG&A referente à integração e conversão de lojas, somou R$ 954 milhões, ou 73,4% do total do VG&A adicional observado no trimestre. Excluindo o Grupo BIG, as despesas SG&A aumentaram 13,9% a/a e representaram 14,0% das vendas líquidas.

O faturamento do Banco Carrefour totalizou R$ 13,7 bilhões no 1T23, +14,8% a/a, devido ao desempenho de dois dígitos no cartão Carrefour (+10,6%) e no cartão Atacadão (+17,8%), impulsionado pelo aceleração na integração do Grupo BIG. O recém-lançado cartão de crédito Sam’s Club continuou seu rápido ramp-up e atingiu R$ 150 milhões em faturamento no trimestre, +5,4x vs. 4T22. A penetração do cartão de crédito Sam’s Club nas vendas da unidade de negócios atingiu 5,4% em março (4,8% no 1T23) mostrando o aumento da relevância do cartão para o cliente.

A conversão das lojas do Grupo BIG para os nossos formatos continuou a ser executada antes do previsto. Concluiremos a conversão de todas as 124 lojas até o final de junho de 2023, seis meses antes do planejado. O capex total para as 124 conversões de lojas está dentro do guidance de R$ 1,9 bilhão anunciado no fechamento da transação.

No 1T23, a companhia abriu 23 lojas convertidas Atacadão, das quais 21 eram originalmente Maxxi. Com isso, finalizaram a conversão do formato Maxxi para Atacadão – das 58 lojas iniciais Maxxi, converteram 46 em lojas Atacadão e 2 serão convertidas em Sam’s Club. As restantes 10 lojas estão em processo de fechamento.

O custo líquido da dívida (incluindo recebíveis descontados) totalizou R$ 505 milhões no 1T23, R$ 276 milhões superior a/a, mas praticamente em linha t/t, devido ao aumento do nível de endividamento da empresa e maiores taxas de juros no Brasil. O resultado financeiro líquido foi de -R$ 756 milhões no 1T23.

O Capex total foi de R$ 734 milhões, impulsionado pelos investimentos em expansão, que foram de R$ 579 milhões no 1T23, R$ 463 milhões acima do 1T22, pelas conversões de lojas do Grupo BIG e abertura de novas lojas do Atacadão. O efeito negativo nos ativos de direito de uso está basicamente relacionado à integração da aquisição do Grupo BIG e alinhamento de sistemas e critérios.

Em 31 de março de 2023, a dívida líquida da companhia era de R$ 20,256 bilhões, um crescimento de 115% na comparação com a mesma etapa de 2022.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 3,16 vezes em março/23, alta de 1,55 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.

Os resultados do Carrefour (BOV:CRFB3) referentes suas operações do primeiro trimestre de 2023 foram divulgados no dia 02/05/2023. Confira o Press Release!

Teleconferência

O presidente do Carrefour no Brasil, Stéphane Maquaire, disse hoje em teleconferência de resultados de janeiro a março, que a migração de hipermercados Big para Atacadão leva a alta nas vendas rapidamente, durante o processo de conversão de lojas em andamento desde 2022, mas outras conversões estão com desempenho abaixo do previsto.

No plano de migração de pontos, há unidades de hipermercado do Big sendo transformadas em atacarejo do Atacadão. Ainda há unidades de hipermercado do Big virando hipermercados do Carrefour, e lojas do Maxxi Atacado se transformando em Atacadão.

O Carrefour tem tido desempenho menor que o esperado com migração de hipermercado Big para hipermercado Carrefour.

A empresa mantem em discussão um plano de novas reformas de Carrefour em Atacadão, se entender que a mudança faz sentido.

Segundo o CEO, mesmo com essa questão relativa a algumas migrações “não se pode dizer que está tudo perdido”, porque a equipe tem trabalhado nas lojas com vendas abaixo do esperado.

O executivo ainda comentou o ambiente de concorrência mais acirrada com o aumento de inaugurações da companhia e da concorrência — no caso, a rede Assaí — e também de cadeias regionais, mas reforça que não mudou política de preços. Disse que foram abertas 100 lojas de Atacadão em 18 meses.

A empresa diz que deve ser feita a conversão de todas as 124 lojas restantes, do plano em andamento, até o final de junho de 2023, seis meses antes do planejado. O investimento total para as 124 conversões de lojas está dentro do previsto de R$ 1,9 bilhão anunciado no fechamento da transação.

De janeiro a março foram abertas 23 lojas convertidas em Atacadão, das quais 21 eram originalmente da atacadista Maxxi. Com isso, foi finalizada a conversão do formato Maxxi para Atacadão – das 58 lojas iniciais Maxxi, foram convertidas 46 em lojas Atacadão e 2 serão convertidas em Sam’s Club.

As 10 unidades restantes estão em processo de fechamento.

Ações trabalhistas da rede Big

O comando do Grupo Carrefour ainda disse hoje que tudo considerado “relevante”, em termos de passivos na rede Big, comprado dos vendedores Advent (sócio majoritário da rede) e Walmart (minoritário), “ficou” em 2022, disse Marcela bretas, diretora de relações com investidores.

A companhia ainda foi perguntada sobre as informações na imprensa relativas a ações trabalhistas pendentes na rede. O diretor financeiro, Eric Alencar, disse que a empresa sempre adota uma posição conservadora na análise e “tudo o que a empresa sabe está provisionado”.

O Valor publicou ontem que há acordos em andamento com empregados do Big, num total de mais de 500 processos e valor total dos processos de R$ 329 milhões. No começo do ano, o valor provisionado dessas ações era de R$ 17,8 milhões.

A empresa ainda informou que o Carrefour vai converter mais três hipermercados Carrefour em Atacadão, e que as aberturas de Atacadão neste ano estão sendo feitas com “mais cuidado” nesse ambiente de juros mais altos, e mais focado em “conversão de lojas”|, disse o CEO Stéphane Maquaire. Serão de 10 a 15 novas lojas orgânicas da rede neste ano.

“Vamos seguir com dinâmica de conversões de hiper em Atacadão se acharmos que vale ter um atacado no lugar”, disse ele.

De 146 hipermercados que existirão após a integração do Big, a rede vai transferir algumas lojas ao ano para Atacadão, para Sam’s Club ou fazer um “combo”.

A empresa ainda confirmou que deve fazer modelo “sale and leaseback (SLB)” com centros de distribuição, mas ele não deu detalhes. Logo, a rede deve vender centros e alugar de volta os imóveis, como forma de reduzir a sua alavancagem. O diretor financeiro afirmou que espera redução de endividamento no fim do ano — a relação entre dívida líquida e Ebitda ficou em 2,44 vezes, quase o dobro de um ano atrás por conta do aumento da dívida com a compra de Big, e pelo efeito da alta dos juros.

A ação da empresa abriu o pregão em alta, mas durante a teleconferência o papel virou, e ao fim da teleconferência caía 10,15%. O papel entrou em leilão neste fim da manhã e lidera as perdas do Ibovespa.

VISÃAO DO MERCADO

As ações do Carrefour Brasil renovaram mínimas desde a sua estreia na B3 em 2017, após o varejista alimentar reportar prejuízo no primeiro trimestre do ano, enquanto analistas veem um curto prazo ainda desafiador, por razões macroeconômicas, mas também efeitos envolvendo a integração da operação do BIG.

Às 13:, os papéis eram negociados a R$ 9,49, queda de 9,2%, pior desempenho do Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, que rondava a estabilidade. Na mínima do dia, as ações da rede, que além da bandeira Carrefour também é dona da marca Atacadão, chegaram a R$ 9,32.

BTG Pactual 

De acordo com analistas do BTG Pactual, a desaceleração de números da companhia observada nos primeiros meses do ano tende a continuar no curto prazo, com o efeito de uma inflação de alimentos menor e desafios adicionais relacionados à integração do Grupo BIG pesando nos resultados consolidados.

Luiz Guanais e Gabriel Disselli avaliam também que a divisão de financiamento ao consumo do Carrefour deve ser pressionada pelo ambiente de altas taxas de juros – e inadimplência – no Brasil, trazendo riscos negativos para as estimativas – que afirmaram que pretendem revisar em breve, segundo relatório.

Na noite da véspera, o Carrefour Brasil divulgou um prejuízo líquido aos acionistas controladores de R$ 113 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo lucro de R$ 370 milhões um ano antes, citando elevação nos custos e investimentos para conversão de lojas adquiridas do BIG.

O Ebitda ajustado foi de R$ 1,04 bilhão entre janeiro e o final de março, queda de 16,8% na base anual, enquanto a margem Ebitda ajustada ficou em 4,3% no trimestre, contra 6,6% no mesmo período de 2022.

Em conferência sobre o resultado, o presidente-executivo do Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire, afirmou que a expectativa da companhia é de inflação muito fraca e talvez desinflação em produtos alimentícios no segundo trimestre. Mas que espera que as vendas do grupo no segundo semestre sejam “fortes”.

Citi

Para o Citi, os resultados financeiros vieram bem abaixo do esperado no primeiro trimestre, refletindo uma integração conturbada das operações do Grupo Big e os números dos serviços financeiros.

Os analistas liderados por João Pedro Soares escrevem que as margens das operações de atacado foram uma surpresa positiva, mostrando estabilidade em um ambiente competitivo acirrado e de redução na inflação.

“Dito isso, ainda há muitos pontos não recorrentes e ajustes nas operações combinadas do Carrefour Brasil e Grupo Big que reduzem nossa visibilidade na qualidade da performance das operações da companhia”, diz o banco.

O aumento nas provisões do Banco Carrefour foi uma surpresa negativa e eles querem entender o que causou isso, se é uma deterioração conjuntural ou se foi algo que deve se normalizar ao longo do ano.

Citi tem recomendação neutra com preço-alvo em R$ 18,50.

Itaú BBA

Após o resultado, analistas do Itaú BBA cortaram a recomendação das ações para “market perform”, ante “outperform”, estabelecendo um novo preço-alvo de 13,5 reais para os papéis, de 17 reais anteriormente.

“Continuamos construtivos sobre a aquisição do BIG no longo prazo, mas decidimos ficar à margem por enquanto para que possamos avaliar melhor as tendências associadas e o momento operacional”, afirmaram Thiago Macruz e equipe em relatório enviado a clientes.

No setor, Assaí caía 6,08% e GPA perdia 1,59%.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Reuters

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