O dólar foi impactado pela surpresa com a deflação do IGP-M de maio e o fortalecimento das expectativas de corte da Selic neste segundo semestre. Isso porque, com juros menores, o país perde a atratividade frente a outras economias internacionais.
O dólar à vista fechou em alta de 0,61%, cotado a R$5,0423, sendo negociado a R$ 5,0420 para venda e a R$ 5,0400 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,0000 e a máxima de R$ 5,0690.
“Apesar de nossas taxas ainda serem bem mais elevadas do que as dos EUA, essa diferença é recompensada lá fora pela maior segurança dos investimentos, o que faz os investidores voltarem a comprar dólar”, destacou o diretor de câmbio da corretora Correparti, Jefferson Rugik.
Segundo os especialistas, a moeda americana também reflete o alívio em relação ao imbróglio sobre a flexibilição do teto da dívida nos Estados Unidos. No fim de semana, republicanos e democratas anunciaram que chegaram a um acordo preliminar, o que vai evitar um calote histórico da maior economia do mundo.
Lá fora, o clima é de apreensão, tanto pelo dado de atividade (PMI) da China, que será conhecido hoje à noite e pode mostrar uma recuperação lenta da 2ª maior economia do mundo, como pelas incertezas quanto à aprovação pelo Congresso dos EUA do acordo para elevar o teto da dívida do país.
O Comitê de Regras da Câmara começou a analisar o projeto há pouco. A votação no plenário deve ocorrer amanhã. Houve ainda a típica pressão dos comprados no câmbio para formação da ptax de maio, na penúltima sessão do mês.
Dólar Futuro (DOLM23)
O dólar futuro para junho subiu 0,8% a R$ 5,061.
👁️ Fique de olho
Swap Cambial
O Banco Central (BC) realiza amanhã uma operação para rolagem de contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 3 de julho de 2023. A transação ocorrerá das 11h30 às 11h40 (de Brasília). Serão aceitas propostas por até 16 mil contratos, o equivalente a US$ 800 milhões.
Segundo nota do BC, serão realizados leilões diários de swap tradicional, compreendendo o período necessário para que todo o estoque que vence em 3 de julho de 2023 seja renovado. O volume total é de US$ 15,1 bilhões, o equivalente a 301.995 contratos.
O BC poderá alterar o lote ofertado a cada dia ou acatar propostas em montante inferior à oferta, conforme as condições de demanda pelo instrumento, sem prejuízo do objetivo de rolagem integral do vencimento.
Serão aceitos contratos com vencimento em 3 de julho de 2023 para 1° de novembro de 2023 e em 3 de julho de 2023 para 1° de fevereiro de 2024. As propostas serão limitadas a cinco por instituição.
PTax
A PTax, média das cotações do dólar apuradas pelo Banco Central (BC), subiu 1,3%, a R$ 5,0587 para compra e R$ 5,0593 para a venda.
A Ptax é utilizada em diversos produtos do mercado de câmbio, desde os contratos futuros e de opções de câmbio listados na B3 até os contratos derivativos de balcão negociados no mercado local e no exterior, além de operações financeiras de empresas no segmento de câmbio com entrega física.
DXY e Moedas Globais
O dólar recuou ante iene, euro e libra, ajustando ganhos recentes, após o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, tocar máxima em dez semanas no início do dia. A tramitação de projeto para elevar o teto da dívida no Congresso dos Estados Unidos seguia como foco, ao lado de declarações de dirigentes de importantes bancos centrais, como o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), e indicadores.
No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 139,76 ienes, o euro subia a US$ 1,0733 e a libra tinha alta a US$ 1,2407. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,09%, a 104,165 pontos.
Na avaliação de Marc Chandler, da Bannockburn, o dólar era pressionado pois o acordo para elevar o teto da dívida, entre o presidente americano, Joe Biden, e o da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, apoiava o apetite por risco. Mesmo que o assunto ainda esteja tramitando no Congresso, Chandler via o mercado otimista sobre o assunto.
Para a Pantheon, os líderes partidários “parecem ter os votos para aprovar o acordo sobre o teto da dívida nesta semana”, e o impacto macroeconômico das mudanças deve ser modesto.
A política monetária seguia como foco importante. Entre dirigentes do Fed, o presidente da distrital de Richmond, Tom Barkin, notou que a inflação tem se mostrado muito mais “teimosa” do que previam muitos e ainda “parece muito elevada”.
O monitoramento do CME Group mostrava, no horário citado, 68,8% de chance de uma alta de 25 pontos-base nos juros em junho pelo Fed (com 31,2% de manutenção), mas analistas em geral ressaltam que o relatório de empregos (payroll) desta sexta-feira e o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que saem antes da próxima decisão, devem ser cruciais.
Já entre os dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), Gediminas Simkus disse que pode haver altas de 25 pontos-base em junho e também em julho, para conter a inflação. Na agenda local, o índice de sentimento econômico da zona do euro caiu a 96,5 em maio, abaixo dos 98,3 previstos pelos analistas ouvidos pela FactSet. Para a Capital Economics, o dado sugere estagnação no segundo trimestre na região da moeda comum.
Entre outras moedas em foco, o dólar recuava a 79,680 rublos. A moeda da Rússia se recuperava de perdas recentes, com o noticiário da guerra no radar.
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Hoje, o dólar ( USDBRL) subiu 0,61% ante o real, com a moeda sendo negociada a R$ 5,04. No último pregão de abril, o dólar fechou cotado a R$ 4,98. Em 2022, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 5,28.
*Com informações da Dow Jones Newswires, TC e CMA