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Embraer (EMBR3): prejuízo líquido ajustado de R$ 466,9 milhões no 1T23, ações caem 8,1%

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A Embraer reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 466,9 milhões no primeiro trimestre de 2023, ante perdas de R$ 412,3 milhões no mesmo período do ano passado. Assim, houve alta de 13,2% no prejuízo da empresa no período.

A empresa teve receita líquida de R$ 3,726 bilhões no período de janeiro a março de 2023, expandindo ante os R$ 3,076 bilhões do primeiro trimestre do ano passado. Esse crescimento, de 21%, veio em linha com o projetado pela companhia, de acordo com comentário divulgado no release de resultados. O resultado foi decorrente do melhor mix de entregas na aviação comercial, forte crescimento na defesa e serviços, afirma.

Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – ficou negativo em R$ 52,9 milhões no primeiro trimestre, representando alta ante a perda de R$ 1,1 milhão de janeiro a março do ano passado. Com isso, a margem Ebitda ficou negativa em 1,4% no período, ante resultado estável (0,0%) um ano antes.

O Ebitda ajustado da Embraer foi de R$ 53,9 milhões no trimestre, crescendo em relação aos R$ 45,4 milhões no mesmo período de 2022, o que representou alta de 18,72%.

De janeiro a março, o prejuízo líquido atribuído a acionistas da Embraer foi de R$ 368,3 milhões, alta ante as perdas de R$ 170,7 milhões do mesmo período de 2022. O prejuízo, assim, expandiu 115%, informou a companhia no balanço financeiro divulgado nesta quinta-feira.

A aviação comercial  registrou crescimento de receita de 21,1% ano a ano para R$ 1.034,1 milhões devido a uma entrega adicional no 1T23 e mais entregas do E2 e menos entregas do menor 175E1. A margem bruta reportada de 0,1% contra 11,2% no 1T22, mostra uma redução devido aos benefícios pontuais ocorridos no 1T22 e mix de produtos, incluindo a curva de aprendizado e desenvolvimento de novas configurações.

A aviação executiva a teve receita de R$ 453,7 milhões, a receita foi de US$ 87,1 milhões, estável em relação ao mesmo período do ano anterior devido a mudanças no mix de entregas de jatos leves. A margem bruta do 1º trimestre foi de -0,4% em comparação com 18,5% no 1º trimestre de 2022 devido ao mix de aeronaves e não recorrência de benefícios pontuais do ano passado.

Em defesa & segurança a teve receita de R$ 507,5 milhões, 57,0% maior na comparação com o mesmo período de 2022 devido a maior reconhecimento de receita para o C-390. Margem bruta reportada de 24,8% contra 12,1% reportada no 1T22 principalmente explicada por melhores acordos comerciais em reposição aos antigos.

Na parte de serviços & suporte e reportou receita de R$ 1.694,7 milhões, representando um crescimento de 20,4% comparado ao 1T22 devido ao crescimento nas vendas conforme planejado pela Companhia. Margem bruta de 27,1% acima dos 26,9% reportados no 1T22 devido a melhor eficiência empresarial e performance de serviços MRO.

A Embraer entregou 15 jatos no primeiro trimestre de 2023, sendo 7 aeronaves comerciais e 8 jatos executivos (6 leves e 2 médios).

A carteira de pedidos firmes (backlog) encerrou o 1T23 em US$ 17,4 bilhões, estável trimestre a trimestre, impulsionada pela evolução na Aviação Executiva e Serviços.

O fluxo de caixa livre ajustado do 1T23 foi de R$ 2.069,3 milhões, caixa negativo devido a preparação para maior número de entregas no segundo semestre, com forte influência do crescimento dos estoques no valor de R$ 3.711 milhões durante o 1T23.

Relações de entregas e blacklogs

A Embraer entregou 15 jatos no primeiro trimestre de 2022, sendo sete comerciais e oito executivos (seis leves e dois médios). Esse volume representa um crescimento de 7%, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Em 31 de março, a carteira de pedidos firmes totalizava US$ 17,4 bilhões.

O período foi marcado pela confirmação de que, pelo 11º ano consecutivo, a série Phenom 300 da Embraer se mantém como o jato leve mais vendido do mundo, de acordo com a General Aviation Manufacturers Association (GAMA). A Embraer entregou 59 jatos da série Phenom 300 em 2022 e acumula mais de 700 aeronaves entregues desde a sua entrada em serviço. A versão aeromédica (MEDEVAC), o Phenom 300MED, recebeu o Certificado de Tipo Suplementar (STC, na sigla em inglês) da Federal Aviation Administration (FAA), agência reguladora dos Estados Unidos, e da European Aviation Safety Agency, equivalente da União Europeia.

No segmento de Serviços & Suporte, a Embraer anunciou a assinatura de um contrato de serviços com a Força Aérea das Filipinas (PAF, na sigla em inglês) para apoiar a frota de A-29 Super Tucano do país. O acordo fornecerá suporte a mais de 200 componentes do A-29. A empresa também revelou três novos clientes para uso do Beacon, plataforma de coordenação de manutenção que conecta recursos e profissionais para o retorno mais rápido das aeronaves ao serviço.

Air New Zealand e Embraer assinaram acordo de colaboração para programas de aeronaves sustentáveis de próxima geração, ampliando o número de integrante do Grupo Consultivo Energia da Embraer. A Embraer Defesa & Segurança realizou exposição do seu portfólio de produtos e soluções inovadoras nos mercados europeu, asiático e no Oriente Médio, antes dos recentes anúncios realizados na LAAD, a principal feira de defesa e segurança da América Latina.

Os resultados da Embraer (BOV:EMBR3) referentes suas operações do primeiro trimestre de 2023 foram divulgados no dia 04/05/2023. Confira o Press Release!

Teleconferência

A Embraer manteve sua ambiciosa meta (guidance) de entregas de aeronaves para este ano. O descompasso, porém, até o momento, parece visível. No 1º trimestre, a Embraer entregou 7 aeronaves comerciais, entretanto a meta é entregar de 65 a 70 equipamentos desse tipo em 2023.

Na aviação executiva, foram entregues 8 aeronaves no primeiro trimestre do ano. O guidance para 2023, reafirmado pela empresa na apresentação dos resultados do 1TRI23 à imprensa, na manhã desta quinta-feira (4), prevê a entrega de 120 a 130 aeronaves para esse segmento.

“As restrições da cadeia de suprimentos ainda estão presentes. Continuamos a agir para mitigar esses riscos. Temos melhorias esse ano, porém o cenário é ainda desafiador”, disse Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, a jornalistas.

  • Embraer prevê melhores entregas

“Nos próximos trimestres, vislumbramos uma perspectiva melhor em termos de entregas, crescimento de receitas e rentabilidade”, garantiu o executivo, apontando perspectivas de negócios futuros, principalmente na aviação comercial e de defesa.

“O primeiro trimestre reflete a sazonalidade do setor. Esperamos maior atividade de entregas, vendas e melhores resultados nos próximos trimestres. Há várias campanhas de vendas com boas perspectivas de crescimento em 2024 e anos seguintes”, disse.

“Nós estamos totalmente comprometidos com a execução de nossos planos e estimativas para o ano”, acrescentou.

A empresa informou que há mais de 200 aeronaves em discussão de possível fechamento de negócio com potenciais clientes em diversas regiões do mundo.

  • Empresa esperava fluxo de caixa livre pior

A Embraer encerrou o 1TRI23 com dívida líquida de R$ 7,276 bilhões, ante R$ 5,387 bilhões no trimestre anterior. O aumento da posição de dívida líquida da companhia decorreu do fluxo de caixa livre negativo da Embraer gerado no 1TRI23.

O fluxo de caixa livre no 1TRI23 foi negativo em R$ 2,069 bilhões (US$ 399 milhões), atribuído pela empresa principalmente pela necessidade de aumento de estoque de peças e componentes para fabricação de aviões.

“Por incrível que parece o caixa foi melhor do que a gente imaginava. A gente esperava queimar mais caixa. A gente esperava US$ 500 milhões. A gente queimou US$ 400 milhões”, disse Antonio Garcia, CFO da Embraer.

“Mas isso é só o descasamento da receita e a formação de estoque. Nós estamos crescendo mais de 20% esse ano e então tem que ter material para atender 20% de demanda. Se olhar no primeiro trimestre, nós fornecemos 7 aviões na comercial e 8 na executiva. Para o volume que temos no guidance, nós fornecemos 6 a 7% da receita total do ano em três meses”, explicou o CFO.

“Então, simplesmente houve um descasamento entre o recebimento do faturamento dos nossos aviões para o material que a gente está comprando, que a gente deve recuperar nos próximos trimestres e até, por isso, mantemos nosso guindance de US$ 150 milhões positivos ou mais (para 2023 com relação ao fluxo de caixa livre)”, complementou Garcia.

“Primeiro, nos estamos crescendo a produção esse ano e vamos crescer a produção em 2024. Como o tempo de produção dos aviões é longo, mais de um ano, a gente acaba puxando material antecipadamente. Isso impacta o estoque”, disse.

Ele ressaltou o movimento estratégico devido à situação do supply chain, que continua desafiador. “O grande responsável pela subida dos estoques que acaba consumindo caixa é o ramp up de produção em 2023 e 2024”, justificou Francisco Gomes Neto na teleconferência com jornalistas.

VISÃO DO MERCADO

BTG Pactual

A Embraer apresentou resultados mais fracos do que o esperado no primeiro trimestre, conforme já antecipado pelas entregas menores do que o previsto de 15 aeronaves, e reafirmou a projeção para o ano, indicando uma recuperação gradual em seu desempenho financeiro neste ano, diz o BTG Pactual, em relatório.

Os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia escrevem que a receita veio 18% aquém do previsto e houve prejuízo antes de lucro e impostos maior do que o esperado, com números impactados por itens especiais, principalmente relacionados a despesas não caixa. O prejuízo líquido também aumento devido a itens especiais e impostos diferidos, dizem.

Segundo eles, os volumes mais baixos levaram ao enfraquecimento das margens, com consumo de caixa forte refletindo o estágio de estoque para o ano e o trimestre mais fraco devido à sazonalidade. A dívida líquida cresceu, implicando em maior alavancagem, com uma posição de caixa mais fraca, dizem os analistas.

Eles destacam que a carteira de pedidos terminou o primeiro trimestre de forma impressionante, indicando resultados fortes para o ano. “Ainda vemos a Embraer bem posicionada no mercado de aviação e acreditamos que oferece uma exposição interessante para a recuperação da indústria da aviação”, dizem.

O BTG Pactual tem recomendação de compra para os recibos de ações (ADRs) da Embraer, com preço-alvo de US$ 19.

Citi

A Embraer apresentou resultados financeiros fracos no primeiro trimestre, abaixo do consenso do mercado, com uma queima de caixa substancialmente maior do que há um ano, além da ausência de menção sobre novos pedidos, diz o Citi.

Os analistas Stephen Trent e Filipe Nielsen escrevem que as margens da fabricante de aeronaves vieram piores que o esperado, explicando a diferença entre o resultado de fato e as estimativas.

O banco nota que a queima de caixa se intensificou por conta do volume de entregas mais alto nos próximos trimestres, mantendo a alavancagem em patamares elevados, apesar de abaixo do que estava há um ano.

O Citi tem recomendação neutra para Embraer, com preço-alvo em US$ 16 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), potencial de alta de 7,7% sobre o fechamento de ontem.

Goldman Sachs

Os resultados da Embraer no primeiro trimestre vieram abaixo do esperado pelo mercado, mas similar ao que a companhia apresentou no mesmo período durante os últimos dois anos, diz o Goldman Sachs.

Os analistas Noah Poponak, Anthony Valentini e Ben Blake escrevem que o fluxo de caixa livre foi negativo em US$ 419 milhões, mas inclui aumento de estoque para entregas nos próximos trimestres.

O banco nota que as receitas de US$ 717 milhões foram 3% acima das estimativas, enquanto as margens vieram bem abaixo da projeção para os primeiros três meses do ano. A boa notícia é que a companhia reiterou as metas para o ano.

O Goldman Sachs tem recomendação de compra para Embraer, com preço-alvo em US$ 20 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse).

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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