Microsoft obtém aprovação antitruste da UE para acordo com a Activision Blizzard

A Microsoft Corp (NASDAQ:MSFT) obteve aprovação antitruste da União Europeia para a aquisição da Activision (NASDAQ:ATVI) por US$ 69 bilhões nesta segunda-feira, um impulso significativo que pode levar reguladores chineses e sul-coreanos a seguirem o exemplo, apesar um veto britânico ao acordo.

A Microsoft Corp também é negociada na B3 através do ticker (BOV:MSFT34).

No momento da publicação (16h50, horário de Brasília) de terça-feira (16), as ações MSFT34 estavam em alta de 2,5%, a um último preço de R$ 64,46 reais. O mínimo de 52 semanas é de R$ 44,98 reais. O máximo de 52 semanas é de R$ 64,80 reais.

A Activision Blizzard também é negociada na B3 através do ticker (BOV:ATVI34).

As ações ATVI34 estavam em alta de 0,5%, a um último preço de R$ 385,00 reais. O mínimo de 52 semanas é de R$ 360,75 reais. O máximo de 52 semanas é de R$ 455,37 reais.

A gigante de software dos EUA ainda enfrenta uma batalha para conquistar a maior aquisição da indústria de jogos do mundo. Ela tem até 24 de maio para apelar da decisão da Autoridade de Mercados e Concorrência da Grã-Bretanha (CMA) de bloqueá-la. Uma decisão final pode levar meses.

O caso da Comissão Federal de Comércio dos EUA contra o acordo também está pendente na agência, embora o Japão o tenha aprovado em março.

A Comissão Europeia disse que a transação foi pró-competitiva devido ao acordo da Microsoft para licenciar jogos populares da Activision como “Call of Duty” para plataformas de streaming de jogos rivais.

Essas licenças são “práticas e eficazes”, disse a chefe antitruste da União Europeia, Margrethe Vestager, a repórteres.

“Na verdade, eles melhoram significativamente a condição de streaming de jogos em nuvem em comparação com a situação atual, e é por isso que os consideramos pró-competitivos”, acrescentou ela, contrastando com a posição do Reino Unido de que o acordo atingiria a concorrência nessa parte do mercado.

Ao rejeitar o acordo, o órgão regulador do Reino Unido foi visto como flexionando seus músculos no cenário regulatório global desde o Brexit.

Nos últimos meses, a Microsoft assinou acordos de licenciamento com a Nvidia (NVDA, NVDC34) , Nintendo, Boosteroid da Ucrânia e Ubitus do Japão para trazer jogos da Activision para suas plataformas, caso o acordo seja concluído.

“A Comissão Européia exigiu que a Microsoft licenciasse jogos populares da Activision Blizzard automaticamente para serviços concorrentes de jogos em nuvem. Isso se aplicará globalmente e capacitará milhões de consumidores em todo o mundo a jogar esses jogos em qualquer dispositivo que escolherem”, disse o presidente da Microsoft, Brad Smith.

CRESCIMENTO DO MERCADO DE JOGOS NA NUVEM

Vestager disse que a Comissão tem uma visão diferente dos reguladores do Reino Unido sobre como o mercado de streaming de jogos, que representou apenas 1% do mercado total no ano passado, se desenvolveria.

“Eles veem esse mercado se desenvolvendo mais rápido do que pensamos”, disse ela. “Há um pouco de paradoxo aqui, porque pensamos que os remédios que tomamos … permitirão o licenciamento para muitos, muitos mais nos mercados de jogos em nuvem”.

A CMA da Grã-Bretanha disse que o streaming é o setor de jogos que mais cresce, enquanto os consoles são um mercado maduro. Ele disse que a Microsoft já responde por 60-70% dos serviços globais de jogos em nuvem e tem outros trunfos: o Xbox, o principal sistema operacional para PC Windows e o provedor de nuvem Azure.

O CMA disse na segunda-feira que manteve seu veto. A Microsoft disse que apelará dessa decisão ao Tribunal de Apelação da Concorrência, com uma decisão que deve levar meses.

A medida da UE dará munição aos críticos da CMA contra a agência, disse Alex Haffner, sócio do escritório de advocacia Fladgate, de Londres.

“Os críticos da posição da CMA, que tem havido muitos, irão inevitavelmente aproveitar a decisão de hoje como uma prova de que o regime regulatório do Reino Unido é muito rígido e sufoca a inovação”, disse ele.

“Os advogados da Microsoft e da Activision também usarão a decisão para fornecer maior lastro ao recurso da decisão do CMA.”

Por Reuters