O Fundo Monetário Internacional (FMI) não espera mais que a economia britânica entre em recessão este ano, disse o órgão nesta segunda-feira, elogiando as medidas adotadas pelo governo para estabilizar a economia e combater a inflação.
O FMI disse que o Produto Interno Bruto britânico agora deve crescer 0,4% em 2023. Em abril, o Fundo previu uma contração de 0,3%, a perspectiva mais fraca para qualquer grande economia.
Embora o FMI tenha alertado que a perspectiva para o Reino Unido continua fraca, disse o governo está no caminho certo.
“As autoridades britânicas tomaram medidas decisivas e responsáveis nos últimos meses”, disse a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, em entrevista à imprensa.
“O que vemos é que o governo está priorizando, e com razão, o combate à inflação.”
O Fundo disse que a perspectiva melhorada reflete a resiliência inesperada da demanda, auxiliada em parte pelo crescimento salarial mais rápido do que o normal, maiores gastos do governo e maior confiança empresarial.
A queda nos crescentes custos de energia e a normalização das cadeias de suprimentos globais também ajudaram.
“A perspectiva de crescimento, embora tenha melhorado um pouco nos últimos meses, permanece moderada”, disse o FMI.
“A atividade econômica desacelerou significativamente em relação ao ano passado e a inflação continua teimosamente alta após o severo choque nas relações comerciais devido à guerra da Rússia na Ucrânia e, até certo ponto, à oferta de mão de obra prejudicada pela pandemia”, acrescentou.
A inflação britânica deve cair para cerca de 5% até o final deste ano, de mais de 10% em março, e deve retornar à meta de 2% em meados de 2025 – amplamente em linha com as previsões do Banco da Inglaterra mais cedo neste mês.
Pior fase já passou, diz presidente do BOE
O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês), Andrew Bailey, disse nesta terça-feira (23) que a inflação atual do Reino Unido está mais alta do que se esperava, mas já “superou sua pior fase”. Em audiência no Parlamento britânico, Bailey comentou que a inflação de serviços está se comportando mais ou menos como se previa em fevereiro, mas admitiu que o BoE subestimou a força dos preços de alimentos.
Bailey também reiterou que o BoE irá ajustar suas taxas de juros conforme for necessário para levar a inflação de volta à sua meta oficial, de 2%.
Também ecoando alerta que o BoE fez em sua última decisão de política monetária, quando o juro básico britânico foi elevado em 25 pontos-base, a 4,50%, Bailey disse que se houver “evidências de pressões” de preços mais persistentes, novo aperto da polícia monetária será necessário.