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Analistas elegem Gerdau como favorita, enquanto alavancagem da CSN afasta investidores

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O cenário não anda dos mais otimistas para o setor de mineração e siderurgia. Com a China, maior consumidor de minério e de aço do mundo, dando sinais de fraqueza após sua reabertura, os preços dos produtos andam longe das suas máximas.

Especialistas, no entanto, ainda trazem certo grau de ânimo para alguns papéis.

A Gerdau (BOV:GGBR4), por exemplo, vem tomando à frente como um dos papéis favoritos dos analistas – caso, por exemplo, do Bradesco BBI, que escolheu a companhia como sua top pick na última semana. Ela é, também, a empresa que possui mais recomendação de compra por analistas, segundo dados da Refinitiv.

Confira abaixo o quadro com recomendações compiladas para as ações de mineração e siderurgia:

*Upside frente ao preço de fechamento da última sexta-feira (2)

Para o BBI, o que sustenta a opinião de que a Gerdau está em uma posição melhor do que as outras, inicialmente, é a visão de que o setor de siderurgia deve sair na frente do de mineração – além de algumas particularidades específicas da companhia. Além disso, os analistas também destacam que, entre as empresas do ramo de siderurgia, a Gerdau é a que vem apresentando maior visibilidade. Trazendo, por exemplo, retorno mais claro aos acionistas, bem como uma alocação de capital mais estável.

“Aproveitamos a oportunidade para mudar nossa preferência para siderúrgicas frente a mineradoras, já que a combinação da melhora na demanda por aço nos próximos trimestres e a produção de aço chinesa mais restrita no segundo semestre de 2023 deve ajudar a aumentar os preços”, fala o time do banco, liderado por Thiago Lofiego. “Preferimos nos ater a nomes nos quais ter uma visibilidade mais clara em termos de remuneração aos acionistas e alocação de capital.”

A China, recentemente, limitou o funcionamento das suas metalúrgicas, de olho na poluição, e o BBI vê a produção de aço caindo 7% na base anual, reduzindo, com isso, a oferta.

A projeção de recuo faz as perspectivas para o aço ficarem um pouco mais otimistas, enquanto as para o minério estão majoritariamente estáveis. A Gerdau, nova favorita do banco, se beneficia disso – bem como de fatores como os estímulos nos Estados Unidos, em meio ao plano de infraestrutura de Joe Biden, e a produção e preços estáveis no Brasil.

O Credit Suisse, entre as siderúrgicas, também prefere a Gerdau, citando o fato de que os lucros da companhia não se deterioraram significativamente por conta da sua presença na América do Norte.

“Isso levou a um valuation excessivamente descontado, tornando o fluxo de caixa livre e o dividend yield [dividendo em relação ao preço da ação] esperado para 2023 muito atrativos (de 19% e 14%, respectivamente)”, avaliaram

O Itaú BBA, em relatório, contextualiza que a Gerdau voltou a ser a primeira escolha entre 53% dos investidores do setor siderurgia e mineração, seguida pela Vale, com 33%.

“Observamos que os investidores, por conta da China, revisaram ligeiramente para baixo suas projeções de minério de ferro para 2023. Em janeiro, 82% dos investidores estimavam o minério de ferro igual ou inferior a US$ 110 a tonelada, enquanto esse valor agora é de 95%”, fala a equipe de analistas do BBA, chefiada por Daniel Sasson.

Vale beneficiada por valuation e descarbonização

Apesar de as expectativas para o minério não serem das mais animadoras e levarem a Vale (BOV:VALE3) a registrar uma forte queda dos ativos em maio, de quase 12%, a empresa traz em seu case alguns fatores que fazem muitos analistas reforçarem certo grau de otimismo. A estabilidade dos preços, por si só, já seria algo minimamente positivo.

“Falando para perspectivas de commodities, o que vemos, nas projeções tanto para esse ano quanto para o outro, é uma estabilidade do preço do minério. É reflexo do PIB da China, sem muitas projeções de incremento e aceleração”, diz Hugo Queiroz, sócio e diretor da L4 Capital.

“Nas margens, com o minério no patamar de US$ 100, as empresas continuam sendo muito rentáveis. Vão continuar gerando caixa, pagando dividendos. Todas elas ainda têm valuations próximos de 4x. São ativos, que na média histórica, já negociaram perto de 8x”.

O BBI vai na mesma linha, mencionando que embora não veja uma grande recuperação no minério de ferro, sua classificação para a empresa está estável, devido à resiliência esperada nos preços do ferro, combinada com a melhoria do desempenho operacional do primeiro trimestre e uma remuneração ainda saudável dos acionista.

“Nós gostamos da Vale nos níveis atuais de valuation, no entanto, a empresa não deve ter uma grande recuperação no minério de ferro”, dizem.

O Credit Suisse expõe que a Vale é beneficiada pelo processo de descarbonização. A mineradora vem aumentando a fatia que minérios mais limpos e de alta qualidade representam nas suas vendas totais, o que sustenta a tese de investimento no longo prazo.

O BTG Pactual, em relatório divulgado nesta semana, diminuiu o preço-alvo da Vale de R$ 115 para R$ 94 – apesar de ter mantido a recomendação de compra.

“Aproveitamos a oportunidade para revisar nossas estimativas após um primeiro trimestre mais fraco do que o previsto (estamos carregando uma base de custo mais alta) e uma revisão de nossa curva de minério de ferro. Agora estamos trabalhando com uma curva de minério de ferro para 2023-2026 de US$ 105/90/85/80, de US$ 125/105/95/80 anteriormente. Isso gerou cortes relevantes em nossas projeções de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), de aproximadamente 30% para 2023 e 2024”, diz o banco. Eles, no entanto, afirmam que estímulos na China podem mudar esse cenário.

Já na visão da Genial, com a ação negociando a múltiplo de valor da empresa sobre Ebitda (EV/Ebitda) de 3,6 vezes o esperado para 2023 (abaixo do histórico), essa parece uma boa oportunidade de entrada em um ativo de qualidade na geração de caixa, pagador de dividendos, e que deverá sofrer reprecificação de múltiplos para cima, “apesar de avaliar que os investidores talvez tenham que ser pacientes no curtíssimo prazo até o jogo virar”, uma vez que a volatilidade para o minério de ferro ainda deve guiar o movimento dos ativos. Assim, reitera recomendação de compra.

Usiminas com reforma de Alto Forno e CSN muito alavancada

Voltando para a siderurgia, analistas apontam a exposição maior de Usiminas (BOV:USIM5) e CSN (BOV:CSNA3) ao mercado interno brasileiro, o que as diferenciam da Gerdau.

Ao falar de Gerdau, das 2,9 milhões de toneladas de aço vendidas entre janeiro e março deste ano, 42,3% foram oriundas do Brasil e 36,6%, da América do Norte – sendo que das vendas feitas do Brasil, quase 20% ainda foram para o exterior. Na CSN, que só possui plantas no Brasil, das 1,03 milhão de toneladas vendidas, 37,6% foram vendidas para fora. Na Usiminas, apenas 16% da receita foi proveniente de exportações.

Para o BBI, no caso da Usiminas, a ainda tímida recuperação da indústria automotiva local, com previsão de alta de 2% em 2023, deve compensar os preços cobrados menores, em meio a contratos já fixados. O recuo dos preços do coque e do carvão devem continuar tirar pressão das margens.

Já o Credit Suisse aponta que as incertezas quanto à reforma do Alto Forno 3, em Ipatinga (MG), mantêm investidores um pouco cautelosos com os papéis da companhia. A própria empresa vem projetando custos e investimentos atípicos para o longo do ano, em meio ao processo.

A questão da CSN, por fim, está ligada à alavancagem da companhia – hoje em 4,6 vezes, em meio aos seus investimentos em seu braço de energia, com a compra da CEEE-G, e cimento, com a aquisição da LafargeHolcim.

“Estamos especialmente preocupados com a deterioração de suas métricas de alavancagem, uma vez que essa aumentou rapidamente de 1,69 vez a relação dívida líquida e Ebitda no terceiro trimestre de 2022 para 2,45 vezes no primeiro trimestre de 2023”, diz o Credit Suisse.

“Olhando para frente, vemos a relação atingir 2,84 vezes no segundo trimestre de 2023, uma vez que há um desembolso de caixa programado de R$ 2,3 bilhões relacionado ao pagamento de dividendos. Além disso, estamos preocupados que esse cenário também pressione o fluxo de caixa livre da CSN e os pagamentos de dividendos daqui para frente”, aponta. O banco suíço cortou a recomendação para CSNA3 de outperform para neutra, enquanto manteve recomendação neutra para Usiminas.

Os próprios executivos da CSN já destacaram que a geração de caixa e a desalavancagem serão o foco ao longo do ano.

“Com exceção de CSN, todas as empresas estão com endividamentos baixos. Mas ela deve diminuir isso nos próximos trimestres, com foco na geração de caixa das novas frentes. Deve voltar a ser uma boa pagadora de dividendos, como Gerdau e Usiminas já são”, diz Queiroz, da L4 Capital.

O BBI, em seu relatório sobre o setor, menciona que os volumes mais fracos na siderurgia, no primeiro trimestre, já foram parcialmente compensados pela performance na frente de cimentos e mineração.

Informações Infomoney

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