A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aceitou, na noite desta quarta-feira, a suspensão do teto da dívida de US$ 31,4 trilhões do governo federal por dois anos, evitando assim uma potencial inadimplência que poderia ser devastadora.
O texto agora vai para o Senado, que tem de dar a sua aprovação para então ir à sanção do presidente Joe Biden.
Após semanas de sucesso, uma ampla coalizão bipartidária se apoiou para apoiar o acordo negociado pelo presidente Joe Biden e pelo presidente da Câmara, Kevin McCarthy, com o objetivo de evitar uma catástrofe econômica iminente.
A votação de 314 a 117 ocorreu dias antes do país atingir seu limite de endividamento, após intensas manifestações entre representantes da Casa Branca e os principais membros do Partido Republicano na Câmara. Segundo o relatório diário do Tesouro americano, restavam apenas US$ 37,36 bilhões no caixa até o último dia 30.
O projeto adiaria o limite da dívida federal por dois anos, permitindo que o governo tome empréstimos ilimitados, conforme necessário, para pagar suas obrigações. Também imporia dois anos de limites de gastos e uma série de mudanças de política exigidas pelos republicanos em troca de evitar um default desastroso.
O compromisso foi elaborado com o intuito de atrair votos de ambos os partidos, permitindo que os republicanos afirmem terem obtido sucesso na redução de alguns gastos federais – embora o financiamento para o setor militar e programas para veteranos continue a crescer – ao mesmo tempo em que os democratas podem dizer que protegem a maioria dos programas electrodomésticos contra os cortes.
Antes das votações de quarta-feira, McCarthy instou os membros do seu partido a apoiarem o projeto de lei, apresentando-o como um “pequeno passo para nos colocar no caminho certo” e destacando os cortes de gastos e requisitos de trabalho conquistados pelos republicanos não acordo.
No Senado, os líderes de ambos os partidos disseram que esperavam agir rápido para aprovar a legislação antes do fim de semana. Para evitar atrasos, o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, já avisou que não permitirá a inclusão de emendas, defendidas por alguns senadores descontentes — republicanos e democratas.
O senador Chuck Schumer, democrata de Nova York e líder da maioria, alertou que os legisladores precisariam aprovar o projeto sem alterações para cumprir o prazo de 5 de junho, quando a secretária do Tesouro, Janet L. Yellen, afirmou que o governo entraria em inadimplência sem ação do Congresso.