
O Comitê de Política Monetária (Copom) destacou, nesta terça-feira (11/11), que considera a taxa Selic em 15% suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta, desde que os juros permaneçam nesse patamar por um período “bastante prolongado”.
“A estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, afirmou o colegiado na ata da reunião de novembro, reiterando a mensagem publicada na quarta-feira (05/11).
A decisão representa uma mudança importante em relação à comunicação de encontros anteriores. Até a reunião de setembro, o comitê ainda avaliava se a manutenção dos juros altos seria suficiente para atingir a meta de inflação. Agora, o tom é de convicção — embora o Copom siga vigilante e pronto para reagir caso o cenário mude.
“(O Copom) não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, ressaltou o colegiado, acrescentando que o ambiente segue “marcado por elevada incerteza”, o que exige cautela na condução da política monetária.
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O comitê reforçou que a Selic em 15% é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o centro da meta no horizonte relevante.
“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, afirmou.
As projeções oficiais foram mantidas: inflação acumulada de 4,6% em 2025, 3,6% em 2026 e 3,3% no segundo trimestre de 2027 — todas acima do centro da meta de 3,0%. A trajetória parte de um cenário de referência com taxa de câmbio inicial de R$ 5,40, bandeira amarela de energia elétrica em 2025 e 2026 e preços do petróleo (CCOM:OILBRENT) acompanhando a curva futura por seis meses, com alta anual de 2% depois desse período.
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O Copom projeta desaceleração dos preços livres, de 4,5% em 2025 para 3,2% até o horizonte relevante, e dos preços administrados, de 5,0% para 3,5%. Esses números baseiam-se na trajetória de juros do relatório Focus, publicado em 3 de novembro.
Impacto da ampliação da isenção do IR
O comitê também revelou que incorporou uma estimativa preliminar do impacto da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda no cenário de referência.
“Esta opção por uma postura conservadora e dependente de dados é reforçada por exemplos recentes de medidas, fiscais e creditícias, que se conjecturava que poderiam levar a uma discrepância em relação ao cenário delineado, mas não provocaram divergências relevantes em relação ao que se esperava”, destacou.
O Copom reforçou que continuará monitorando os efeitos da medida para calibrar adequadamente as próximas decisões.
Cenário internacional e política monetária do Fed
O Copom observou que o ambiente externo segue incerto, com destaque para os impactos do shutdown nos Estados Unidos e suas implicações sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
“Sobre as fontes de incerteza mais imediatas, destacam-se as negociações comerciais entre Brasil e EUA e a condução da política monetária norte-americana em ambiente de government shutdown, que aumenta a dificuldade de se avaliar a conjuntura corrente”, afirmou o colegiado.
O comitê também apontou riscos de longo prazo, como a política comercial norte-americana, o aumento dos gastos fiscais em diversas economias e a precificação de fundamentos nos mercados globais.
“A avaliação predominante no comitê é de que persiste maior incerteza no cenário externo e, consequentemente, o Copom deve preservar uma postura de cautela”, concluiu.
Impactos no mercado financeiro
A manutenção da Selic em 15% tende a influenciar diretamente os principais mercados. No câmbio, a decisão pode reforçar o diferencial de juros, mantendo o real relativamente valorizado frente ao dólar (FX:USDBRL), enquanto no mercado de títulos públicos a curva de juros pode seguir estável no curto prazo, refletindo a postura conservadora do Banco Central. Já na bolsa de valores (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT), o tom mais duro do Copom pode reduzir o apetite por risco no curto prazo, impactando setores sensíveis a crédito, como varejo e construção.
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