O UBS BB cortou o preço-alvo para a ação PNA da Eletrobras em 17%, indo de R$ 70 para R$ 58, após atualizar seus modelos para a companhia, mas ainda configurando um potencial de valorização de 30% em relação ao fechamento da véspera.
A recomendação de “compra” para os papéis da elétrica foi mantida, com o banco ainda apostando na perspectiva de aumento dos lucros por meio de ganhos de eficiência e no “turnaround” pós-privatização.
Vemos as ações da Eletrobras como muito baratas para serem ignoradas, após o recente ruído político em torno da empresa, que cobrou seu preço. Acreditamos que a empresa tem um valuation atrativo, com uma combinação de gatilhos de curto e longo prazo que devem resultar em uma reclassificação das ações”, apontam.
Entre as alterações que levaram ao corte do preço-alvo, os analistas apontaram novas estimativas para redução de custos com pessoal, materiais e serviços (PMSO, na sigla em inglês) e novas premissas para os preços da energia elétrica no curto, médio e longo prazos.
Para o banco, o fraco desempenho das ações da Eletrobras recentemente, além dos ruídos políticos, também reflete a tendência de preços mais baixos da energia. “Nós esperamos que a ação seja reavaliada como resultado do crescimento dos lucros por ganhos de eficiência e à medida que os preços da energia comecem a subir no médio prazo”, escreveram Giuliano Ajeje e Gustavo Cunha.
No caso das discussões de ordem política, envolvendo ações da União para ampliar seu poder de decisão sobre a empresa, os analistas avaliaram que não há espaço para negociações do tipo que levem a alterações no estatuto da Eletrobras.
“Nós achamos que a companhia continua no caminho certo. A empresa promoveu mais de 40 iniciativas, incluindo um programa de demissão voluntária, uma nova estrutura de cargos de liderança, avanço nas negociações de empréstimos compulsórios e utilizando mais de R$ 710 milhões de seu saldo de prejuízo fiscal”, cita o UBS BB.
Depois de anunciar os novos vice-presidentes, o banco espera que decisões importantes aconteçam rapidamente, levando a ganhos de eficiência e agilidade na solução de problemas por parte da empresa. “Nós acreditamos que o principal desafio da estratégia da Eletrobras reside na capacidade do seu setor de comercialização fechar contratos de energia de longo prazo em um nível financeiramente saudável”, avalia.
Desde seu processo de privatização, avaliam os analistas, a Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET5) (BOV:ELET6) ainda está aprendendo seus poderes como uma verdadeira corporação. Como a empresa entende mais agora que é uma empresa independente e deve ser capaz de se concentrar inteiramente em suas operações e gerar mais valor.