O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI) subiu 0,1% em maio, informou o Departamento do Trabalho, após alta de 0,4% em abril.
O resultado foi ligeiramente abaixo do consenso de mercado de um ganho de 0,2%, já que o custo da energia caiu 3,6%. Por outro lado, a habitação foi o maior contribuinte para o aumento mensal, seguido por um avanço nos preços de carros e caminhões usados.
A inflação dos preços ao consumidor nos Estados Unidos caiu para 4,0% em maio de 2023, a menor desde março de 2021 e ligeiramente abaixo das expectativas do mercado de 4,1%, impulsionada pela queda nos preços da energia.
Além disso, a taxa básica, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, desacelerou para 5,3%, a menor desde novembro de 2021, apoiando o argumento de que o Federal Reserve considere interromper seu atual ciclo de aperto monetário.
Já o núcleo do CPI tem variação de 5,30% em maio de 2023 em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Juros americanos
O CME aponta 98,4% de chance de manutenção das taxas de juros como estão na reunião do Fed que acontece hoje e amanhã. Para julho, as apostas de um novo aperto de 25 pb subiram a 63,1%.
A desaceleração da inflação americana em maio veio alinhada a falas recentes de membros do Fed sobre a possibilidade de uma pausa nos aumentos de juros para avaliar a situação da economia. A medida principal desacelerou 0,1% no mês, ajudada pela queda da gasolina, e na base anual, em 4%, seu nível mais baixo em dois anos.
O núcleo, que é bastante observado pelo BC, ainda preocupa, pois na comparação mensal ficou em +0,4% pelo terceiro mês seguido, ainda que dentro do consenso. Na base anual, +5,3%, de +5,5% em abril. Após a leitura, as bolsas sobem mais, dólar e retornos dos Treasuries acentuam queda.
Reação do mercado
CIBC: O CPI é “consistente” com a manutenção dos juros pelo Fed; queda da gasolina limitou o avanço do índice cheio. No caso do núcleo, os preços de veículos usados e moradia impulsionaram o resultado, em linha com o previsto. O ritmo anual do índice cheio teve desaceleração considerável, a 4,0% em maio, o mais fraco desde maio de 2021
Núcleo de serviços excluindo-se aluguéis de moradia, teve alta de 0,2% em maio ante abril, no ritmo mais fraco que a tendência dos três últimos meses e condizente com manutenção dos juros
Charles Schwab: “A boa notícia é que a ‘rigidez’ da inflação agora está confinada a um número menor de categorias em comparação com o início do ano”
Capital Economics: CPI fará com que o Fed não eleve juros nesta 4ªF, mas sinalize que caminha para uma alta nos juros em julho. Núcleo segue desconfortavelmente elevado; índice cheio desacelerou com base de comparação favorável e queda de energia. Veículos usados mostraram alta forte, mas há sinais de relaxamento em problemas na oferta
Em serviços, quadro foi misto, com alta em aluguéis, mas desaceleração com moradia em geral; passagens aéreas caíram 3,0%.
HFE: CPI mostrou melhora geral e, junto a informações sobre o mercado de trabalho, aumenta expectativas de taxas na faixa atual até o fim do ano. Amanhã, continuamos esperando que o FOMC mantenha os juros estáveis, em 5,00% a 5,25%.