Os investidores abrem o último pregão do mês avaliando as condições do novo cenário para os juros, com perspectivas de fim do aperto monetário nos Estados Unidos e Europa e, ao mesmo tempo, de uma reversão da política expansiva no Japão.

Semana do payroll, nos EUA (6ªF), e do Copom (4ªF), será movimentada também pelos balanços da Apple, Amazon, Petrobras e Bradesco, todos na 5ªF, e pela retomada da agenda legislativa a partir de amanhã, 1º de agosto.

Os futuros de índices dos EUA e as bolsas europeias operavam com volatilidade e pequenas variações. Na Ásia, o fechamento foi positivo, refletindo o rali de sexta-feira nos EUA.

Em Hong Kong, a economia se expandiu +1,5% no último trimestre, em um ritmo mais lento frente ao ano anterior, segundo estimativas antecipadas pelo governo após o encerramento dos negócios. A previsão média do mercado apontava para uma expansão do PIB de +3,5% no período, acima dos +2,7% apurados no primeiro trimestre.

Os mercados europeus operam sem direção definida nesta segunda-feira, reverberando indicadores econômicos na zona do euro e na Alemanha.

Os investidores repercutem a primeira prévia do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, que teve variação de 0,3% na base trimestral e 0,60% na base anual, enquanto os consensos esperavam 0,20% e 0,50%, respectivamente. Já o índice de preços ao consumidor na região foi de 5,3% em julho, em linha com a expectativa do mercado.

Os números são uma boa notícia para a região, principalmente no quesito inflação, já que a Europa vem sofrendo muito com custos elevados de energia, devido à guerra na Ucrânia, assim como os preços dos alimentos, diante das dúvidas sobre o abastecimento no bloco.

Por outro lado, as vendas do varejo na Alemanha frustraram a expectativa dos analistas, que previam uma alta de 0,2% em junho, enquanto o dado apresentou queda de -0,8%, mostrando uma dificuldade de recuperação do país, diante uma inflação ainda elevada na região.

No mercado de dívida, o prêmio do título norte-americano para 10 anos subia para 3,984% às 6h31 (horário de Brasília). Entre as divisas, a libra e o euro se apreciavam em relação ao dólar. Em outros mercados, os contratos de petróleo WTI se valorizavam, enquanto o ouro recuava. O bitcoin operava com ganhos.

No mercado de commodities, os futuros do minério de ferro negociados em Dalian, na China, subiram 0,54%, a 841,50 iuanes, ou US$117,67 por tonelada, mostrando certa recuperação depois de sucessivas quedas, diante de dúvidas sobre a economia chinesa.

As negociações para a reforma tributária no Senado e articulações na Câmara sobre o novo regime fiscal ganham força. Quanto ao Copom, está dado que iniciará o processo de quedas da Selic, mas há dúvidas sobre a intensidade desse primeiro corte.

A divergência nas apostas entre economistas do mercado e operadores dá bem a medida da emoção. Enquanto traders projetam chance elevada (75%) de 50pb já na largada, 70% das instituições financeiras esperam 25pb, apesar da estreia de Gabriel Galípolo no colegiado.

Em entrevista no fim de semana, Haddad defendeu haver “espaço razoável” para derrubar a Selic. “São 10 cortes de 50 pb para chegar à taxa neutra defendida pelo BC”, disse. Ao jornalista Luis Nassif, da TV GGN, criticou o Banco Central “pouco plural” e “muito monolítico”.

Antes do Copom, saem o IPC-S (amanhã, 3ªF) e o IPC-Fipe (4ªF). Além disso, tem produção industrial amanhã (3ªF), que deve recuar 0,1% em junho. A balança comercial de julho também sai nesta 3ªF.