O Bank of America reduziu sua recomendação para a Cielo de compra para neutra, ao mesmo tempo em que diminuiu o preço-alvo de R$ 7,50 para R$ 5,40. No entanto, ainda há um potencial de alta de 16% em relação ao fechamento de sexta-feira.
O banco americano ajustou suas estimativas de lucros para a maior processadora de pagamentos do Brasil, levando em consideração uma concorrência mais acirrada do que o esperado e uma desaceleração no crescimento do setor. Além disso, os analistas destacaram que o ciclo de flexibilização monetária, com a queda da taxa Selic, resultará em ganhos insignificantes, uma vez que os ativos e passivos vinculados às taxas de mercado estão equilibrados.
Embora o desempenho das ações da Cielo em 2022 (+130%) tenha sido impulsionado por revisões de lucros positivas, os analistas agora veem mais riscos negativos do que positivos para as projeções futuras. Eles esperam um crescimento de lucro de um dígito em 2024.
As projeções atualizadas refletem despesas de vendas mais altas, já que a administração planeja expandir sua força de vendas para proteger os volumes contra a concorrência, bem como um menor crescimento do Volume Total de Pagamentos (TPV), considerando a perda recente de participação de mercado e o amadurecimento da indústria.
Por outro lado, o valuation da Cielo (BOV:CIEL3) limita o risco de quedas mais acentuadas, uma vez que as ações estão sendo negociadas a um múltiplo de 6,1 vezes o preço sobre o lucro (P/L) esperado para 2024, bem abaixo da média histórica de 10 vezes.
Considerando o valor estimado de R$ 10 bilhões para a participação da Cielo na Cateno, um negócio de alta margem e poucos ativos, a aquisição da Cielo está sendo negociada a apenas 2,5 vezes o P/L esperado para 2024, o que deve evitar uma queda mais significativa das ações.