O Itaú BBA rebaixou sua recomendação para as units da Klabin de outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente a compra) para market perform (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente a neutro), após avaliar que o potencial de alta da ação é limitado, considerando sua valorização de cerca de 10% no acumulado do ano. O banco também projeta perspectivas desafiadoras para o setor de papel e celulose. O preço-alvo para KLBN11 foi ajustado de R$ 23 para R$ 24 por ação.
Como resultado, as units KLBN11 caíram 2,0%, sendo negociadas a R$ 21,50, às 14h27 desta quinta-feira (6), enquanto os ativos SUZB3 tiveram uma queda menos expressiva de 0,7%, chegando a R$ 44,12.
A desaceleração da atividade global enfraqueceu a demanda por celulose no primeiro semestre de 2023 (1S23), ao mesmo tempo em que a redução dos gargalos logísticos globais e o aumento contínuo da capacidade aumentaram a disponibilidade de celulose. Como resultado, os preços da celulose de fibra curta na China caíram cerca de 40% no 1S23, atingindo o ponto mais baixo em maio.
Diante disso, os analistas esperam que os preços da celulose continuem sob pressão no segundo semestre de 2023 (2S23), embora acreditem que o pior já tenha passado.
No geral, as estimativas do BBA projetam que os preços na China fiquem em torno de US$ 500 por tonelada no 2S23. Portanto, os preços da celulose em 2023 e 2024 são estimados em cerca de US$ 570/tonelada e US$ 550/tonelada, respectivamente.
O Itaú BBA destaca que a indústria brasileira de papel enfraqueceu em relação ao ano anterior, devido às condições macroeconômicas ainda desafiadoras. Segundo a IBÁ, as vendas totais de papel (domésticas + exportações) caíram 10% em relação ao ano anterior nos primeiros 4 meses de 2023. No entanto, o setor de Tissue (papéis de higiene) parece ter sido mais resiliente, com um aumento total de 4% nos volumes em relação ao ano anterior nos primeiros 4 meses de 2023.
Portanto, o banco espera que as condições ainda difíceis na indústria brasileira de papel limitem os resultados da Suzano e Klabin, já que os negócios de papel e embalagens normalmente representam cerca de 10% e 50% de seus respectivos Ebitdas (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustados.
Em termos de rentabilidade, o banco reduziu sua projeção de Ebitda para a Klabin (BOV:KLBN11) de R$ 7,1 bilhões para R$ 5,9 bilhões, principalmente devido a uma receita mais fraca.
O Itaú BBA revisou para baixo sua projeção de Ebitda para a Suzano (BOV:SUZB3), passando de R$ 18,9 bilhões para R$ 17,8 bilhões em 2023, devido principalmente à redução nos volumes de celulose e à valorização da moeda brasileira.
Apesar disso, os analistas mantiveram sua recomendação de compra para as ações da Suzano e aumentaram o preço-alvo de R$ 51 para R$ 56. Isso se deve ao benefício esperado de um custo de capital mais baixo para a empresa. O banco também destaca que a Suzano continua sendo sua principal escolha no setor.
Além disso, considerando a valorização de 10% nas units KLBN11 em relação à queda de 9% das ações SUZB3 no acumulado do ano, a relação risco-retorno da Klabin parece menos interessante em comparação com a Suzano.