A Tesla (NASDAQ:TSLA) divulgou ganhos do segundo trimestre de 2023 após o fechamento do mercado de quarta-feira (19), revelando um recorde de receita trimestral, porém com margens mais baixas devido a cortes de preços e incentivos. Embora o preço das ações tenha permanecido estável inicialmente, houve uma queda durante a teleconferência de resultados. No momento da publicação (19h34, horário de Brasília), as ações TSLA estavam em queda de -4,5%, a US$ 280,20.

A Tesla também é negociada na B3 através do ticker (BOV:TSLA34).

Isso ocorreu porque o CEO Elon Musk e outros executivos não forneceram informações precisas sobre o Cybertruck e um veículo pronto para robotaxi, incluindo datas de entrega. Durante a teleconferência, Musk também mencionou que a produção de veículos diminuiria no terceiro trimestre devido a paralisações para melhorias na fábrica.

No segundo trimestre, a receita registrada foi de US$ 24,93 bilhões e lucro por ação ajustado de US$ 0,91 centavos. A estimativa dos analistas consultados pela Refinitiv era de receita de US$ 24,47 bilhões e lucro por ação ajustado de US$ 0,82 centavos.

O lucro líquido (GAAP) aumentou 20% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 2,70 bilhões. No entanto, a receita operacional diminuiu 3% em comparação com o trimestre anterior, chegando a US$ 2,40 bilhões.

No primeiro trimestre de 2023, a Tesla registrou um lucro líquido de US$ 2,51 bilhões e uma receita de US$ 23,33 bilhões. No segundo trimestre do ano passado, o lucro líquido foi de US$ 2,27 bilhões com uma receita de US$ 16,93 bilhões.

Durante a teleconferência de resultados, Elon Musk afirmou: “Continuamos com a meta de entregar 1,8 milhão de veículos este ano, mas esperamos uma redução na produção no terceiro trimestre devido a paralisações de verão para melhorias na fábrica”.

No início deste mês, a Tesla anunciou que entregou um total de 466.140 veículos no segundo trimestre e produziu 479.700 veículos elétricos. As entregas superaram as expectativas de Wall Street e foram impulsionadas em parte por incentivos e descontos. No entanto, as margens operacionais atingiram o nível mais baixo em cinco trimestres, chegando a 9,6%. A margem bruta total foi de 18,2%, também baixa no mesmo período.

A Tesla explicou aos acionistas que suas margens mais baixas no segundo trimestre foram resultado da redução nos preços médios de venda, devido à combinação do mix de carros vendidos e aos custos associados ao aumento da produção das células de bateria internas da empresa, conhecidas como células 4680, entre outros fatores.

A receita do negócio automotivo principal da Tesla aumentou 46% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 21,27 bilhões, um aumento sequencial de cerca de 6,5%. A receita de geração e armazenamento de energia, proveniente de instalações solares e baterias de backup, aumentou 74% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 1,51 bilhão. A receita de “serviços e outros”, que inclui taxas de reparo de veículos fora da garantia, registrou um aumento de 47%, chegando a US$ 2,15 bilhões, impulsionada pelo aumento do número de veículos nas ruas.

Os custos de pesquisa e desenvolvimento da Tesla aumentaram para US$ 943 milhões (em comparação com US$ 771 milhões no primeiro trimestre). A empresa mencionou que está focada em estar na vanguarda do desenvolvimento de IA e iniciou a produção de seu supercomputador chamado Dojo, usado para treinamento computacional.

No primeiro trimestre de 2023, o Model Y da Tesla se tornou o veículo mais vendido globalmente.

Durante a teleconferência de resultados, a Tesla informou que o desenvolvimento do Cybertruck está progredindo conforme o planejado, mas até o momento estão sendo produzidas apenas versões “candidatas a lançamento”. Essa notícia pode desapontar os fãs que estão ansiosos pelo início das entregas do veículo inspirado em ficção científica, anunciado por Elon Musk pela primeira vez em 2019. Recentemente, a Tesla publicou uma foto nas redes sociais mostrando trabalhadores da fábrica ao redor de um Cybertruck nas instalações em Austin, Texas, com a legenda: “Primeiro Cybertruck construído no Giga Texas!”.

Musk afirmou durante a teleconferência de resultados que o Cybertruck incorporará muitas novas tecnologias, com 10.000 peças e processos exclusivos. Ele reconheceu que é difícil prever a rampa inicial, mas a Tesla planeja produzir o Cybertruck em grande volume no próximo ano e entregá-lo ainda este ano.

Musk também revelou que a Tesla investirá mais de US$ 1 bilhão no Dojo no próximo ano. O Dojo é um supercomputador desenvolvido pela Tesla para aprendizado de máquina e treinamento em visão computacional. A empresa coleta vídeos e dados de seus clientes e veículos para aprimorar o software existente e desenvolver novos recursos para seus sistemas de assistência ao motorista.

Musk mencionou seu objetivo de alcançar a autonomia total dos veículos Tesla há vários anos, prometendo que um Tesla seria capaz de realizar uma viagem pelo país sem intervenção do motorista até 2017. No entanto, essa promessa ainda não foi cumprida. Os sistemas de assistência ao motorista da Tesla, comercializados como piloto automático ou capacidade totalmente autônoma nos EUA, requerem a prontidão de um motorista humano para assumir o controle do veículo quando necessário.

Além disso, Musk discutiu suas ideias futuristas, mencionando a combinação de um implante cerebral Neuralink com um membro robótico produzido pela Tesla. Ele afirmou que acredita ser possível fornecer às pessoas um corpo ciborgue altamente capaz, comparando-o ao personagem fictício “O Homem de Seis Milhões de Dólares” e brincando que seria um “Homem de Dezesseis Mil Dólares”.