O ex-presidente-executivo da Americanas renunciou ao cargo duas semanas após seu início porque não esperava liderar uma empresa insolvente, disse ele nesta terça-feira à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga a fraude contábil bilionária da varejista.
Sérgio Rial, que testemunhou perante à CPI, renunciou em 11 de janeiro, mesmo dia em que a Americanas BOV:AMER3) revelou inconsistências contábeis que mais tarde foram descobertas como fraude. A varejista entrou com pedido de recuperação judicial posteriormente no mesmo mês.
“Renuncio, juntamente com o diretor financeiro, porque não foi esse o projeto que eu comprei. Comprei um desafio, não uma empresa insolvente”, disse ele aos deputados, afirmando que não esperava que a dívida da Americanas excedesse seus ativos.
Rial, antigo chefe-executivo e presidente do Conselho de Administração do Santander Brasil, disse não ter visto nenhuma evidência de que os acionistas de referência da Americanas — o trio bilionário fundador da 3G Capital — tenham participado da fraude.
“O que posso dizer: não vi nenhum indício, nem antes, nem durante e nem depois em relação a isso”, disse ele.
Rial testemunhou em março perante a senadores dizendo que a gestão anterior da Americanas havia criado dificuldades na divulgação de informações sobre a situação da empresa e o processo de sucessão.