Os mercados internacionais operam sem direção única nesta quarta-feira, refletindo dados divulgados na Europa e aguardam indicadores dos Estados Unidos, como a ata do Federal Reserve e a produção industrial americana.
No Reino Unido, a taxa de inflação teve variação negativa de 0,4% em julho na base mensal, abaixo do consenso, que previa retração de 0,5%, mas o núcleo registrou alta de 0,3% em julho na mesma base de comparação, acima da previsão de 0,2%. Os dados mostram uma economia ainda muito pressionada, gerando alerta sobre alta de juros pelo Banco da Inglaterra.
Na zona do euro, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,3% no segundo trimestre ante o mesmo período imediatamente anterior, em linha com a expectativa de analistas, assim como a base anual, que mostra alta de 0,6%. Já a produção industrial subiu 0,5% em junho na comparação mensal, contrariando uma retração estimada de 0,10%.
Na Ásia, os mercados fecharam em baixa, ainda mostrando preocupação com o ritmo da economia chinesa, já que dados recentes não são nada animadores. Além disso, o JP Morgan elevou sua previsão de inadimplência corporativa para mercados emergentes, devido aos crescentes temores de contágio do setor imobiliário na China motivados pela dificuldade da Garden Country em pagar as dívidas.
Nos Estados Unidos, a grande expectativa do dia é pela ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), que será divulgada às 15h. No encontro de julho, o Fed elevou os juros para o intervalo entre 5,25% e 5,50%.
A expectativa por parte dos investidores é que o documento traga pistas sobre a trajetória de juros no país, após a publicação de dados recentes que são utilizados como balizadores para a política monetária.
Antes disso, às 8h, será divulgado o índice de hipotecas de 30 anos da semana passada, enquanto às 9h30 será a vez da licença de construção preliminar de julho, no qual a projeção é de 1,46 milhão de novos pedidos.
Às 10h15, serão divulgados os dados da produção industrial de julho, com o consenso prevendo uma alta de 0,30% na base mensal. Por fim, às 11h30, a EIA divulga os estoques de petróleo da semana passada, que tem projeção de uma queda de 2,5 milhões de barris.
No Brasil, diante de uma agenda econômica esvaziada, o destaque é a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulga, às 8h, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana de agosto, que tem como objetivo medir a variação do custo de vida das famílias.
Às 9h40, Campos Neto fará uma palestra no 35º Congresso Nacional da Abrasel, em Brasília. Já é a terceira aparição em público do presidente do BC esta semana.
No âmbito político, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, sinalizou ontem à noite que a votação final do arcabouço fiscal e desoneração da folha de pagamentos devem acontecer na semana que vem, caso haja consenso entre os deputados, em reunião agendada para a próxima segunda-feira. O indicativo demonstra que o atrito entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara foi dissipado.
Ontem, o Ibovespa encerrou em queda, contaminado pelos mercados globais, diante dos receios com a economia chinesa. No mercado de câmbio, o dólar fechou em alta, impactado por dados americanos e preocupação com a China.
No mercado de commodities, os futuros do minério de ferro negociados em Dalian, na China, subiram 0,52%, a 738,50 iuanes, ou US$100,95 por tonelada. Já o petróleo tipo Brent operava em queda de 0,07%, a US$84,83, na expectativa pela divulgação dos estoques de óleo da semana passada pelo Departamento de Energia dos EUA.
DESTAQUES CORPORATIVOS
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negocia com o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, acordo para que companhia pague ao menos R$30 bilhões para encerrar litígios com Receita Federal após projeto sobre o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) aprovado no Congresso.
Os ex-executivos da Americanas Flavia Carneiro e Marcelo Nunes estão negociando uma delação premiada “explosiva” com o Ministério Público Federal, apontando ex-colegas de diretoria como os autores das fraudes vivenciadas pela companhia, disse a coluna do jornalista Lauro Jardim.
O Nubank registrou lucro líquido ajustado de US$262,7 milhões, acima do consenso de US$197,6 milhões. A receita total acumulou US$1,9 bilhão, também superior ao US$1,7 bilhão estimado pelo consenso.
O novo CEO da Eletrobras, Ivan Monteiro, está conversando com ministros e políticos em Brasília em busca de interlocutores para resolver o impasse da empresa com o governo, que quer mais poder na companhia, segundo fontes. (CNN)
A Via convocou uma assembleia geral extraordinária, no dia 1º de setembro, para tratar de possível aumento de capital com a adição de até 3 bilhões de ações ordinárias.
A Tesla (TSLA) cortou preços na China pela segunda vez nesta semana, acelerando ainda mais uma guerra de preços no país. O estoque do sedã premium Modelo S e o utilitário esportivo Modelo X tiveram uma redução de preço de até USS9.600, segundo comunicado da empresa.
A Intel (INTC) desistiu da aquisição da israelense Tower Semiconductor (TSEM), avaliada em US$5,4 bilhões, por não ter conseguido uma aprovação regulatória a tempo na China. A crescente tensão entre Pequim e Washington, envolvendo semicondutores, já indicava dificuldades para o acordo. A Intel pagará à Tower uma taxa de rescisão de US$353 milhões.
O lucro da Carisberg no primeiro semestre subiu para US$918 milhões, superando em quase 3% a previsão de analistas. A receita por hectolitro aumentou 10%, em uma demonstração de que os consumidores aceitaram pagar mais por cervejas premium, mesmo após aumentos de preços sem precedentes, justificados pela alta de grãos, alumínio, frete e energia. A fabricante elevou sua perspectiva de lucro anual.
Com informações do TC