ADVFN Logo ADVFN

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for smarter Negocie de forma mais inteligente, não mais difícil: Libere seu potencial com nosso conjunto de ferramentas e discussões ao vivo.

BRF (BRFS3): prejuízo líquido de R$ 1,34 bilhão no 2T23

LinkedIn

A BRF reportou prejuízo líquido de R$ 1,34 bilhão no segundo trimestre do ano, crescimento de quase três vezes em relação ao prejuízo visto em igual período de 2022, de R$ 451 milhões.

A receita líquida recuou 5,7%, para R$ 12,2 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) somou R$ 1 bilhão, queda de 32,7% no mesmo comparativo. A margem Ebitda recuou 3,3 pontos no período, para 8,2%.

A dívida líquida da BRF cresceu 7% em um ano, chegando a R$ 15,3 bilhões e uma alavancagem (endividamento líquido pelo Ebitda) de 3,75 vezes – uma alta de 25,5%. Por outro lado, o indicador proforma, considerando os efeitos do follow-on de R$ 5,4 bilhões em julho, a alavancagem é de 2,42 vezes. O prazo médio da endividamento recuou de nove para 7,2 anos.

O destaque negativo ficou por conta das vendas internacionais da companhia, que tiveram redução expressiva de margens. Com Ebitda 75% menor no segundo trimestre, de R$ 241 milhões, a empresa viu a margem recuar 11,8 pontos percentuais, para 4%.

O CEO da BRF, Miguel Gularte, explica que o desempenho foi prejudicado pelo excesso de oferta de frango no mercado internacional. “As exportações foram castigadas, embora o preço no exterior tenha apresentado melhora. Enxergamos um equilíbrio no mercado internacional e é de se esperar um segundo trimestre melhor, embora não tenhamos um guidance“, afirmou Gularte, em conversa com jornalistas. O executivo também comemorou a habilitação de 15 plantas da companhia durante o trimestre. “Isso aumenta nossas possibilidade de vendas em outros mercados”, reforça.

Por outro lado, a operação brasileira apresentou crescimento de margens e geração de caixa. Embora a receita líquida tenha recuado 0,6%, para R$ 6,49 bilhões, a BRF registrou crescimento de 1,2% no preço médio comercializado, com Ebitda ajustado de R$ 627 milhões, crescimento de 46,8% em relação a igual período do ano passado. A margem Ebitda cresceu 3,1 pontos no segundo trimestre, chegando a 9,6%. O CFO da BRF, Fábio Mariano, afirmou que o resultado foi fruto de uma comercialização maior de produtos com maior valor agregado, como os alimentos processados. “Cerca de 75% das nossas vendas foram de processados, e isso nos garante uma margem mais confortável”, explica.

Apesar da melhora, há uma expectativa no mercado de que as margens voltem aos dois dígitos. Nesse sentido, Gularte reforçou a busca por eficiência que a BRF vem adotando desde o ano passado. Neste trimestre, a dona da Sadia reportou captura de R$ 540 milhões em eficiências operacionais. Em quase um ano, a empresa afirma ter obtido ganho operacional de R$ 1,2 bilhão.

“Com nossa estrutura de capital reforçada e uma empresa mais eficiente, vamos ter condição de aproveitar melhor as oportunidades neste segundo semestre, que sazonalmente é mais forte para nós”, lembra o executivo.

Os resultados da BRF (BOV:BRFS3) referente suas operações do segundo trimestre de 2023 foram divulgados no dia 14/08/2023.

Teleconferência

Mesmo com um resultado negativo em R$ 1,34 bilhão na última linha do balanço do segundo trimestre, o mercado viu sinais positivos no resultado da BRF (BRFS3). Analistas destacaram que a geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês), de R$ 1 bilhão veio acima das expectativas, refletindo os ganhos operacionais que a empresa vem anunciando nos últimos trimestres.

E, durante a teleconferência com o mercado, a dona da Sadia deu mais um sinal positivo ao sell side. A gestão da empresa reforçou a intenção de utilizar os recursos captados em seu último follow-on, de R$ 5,4 bilhões – a maior operação do ano até agora – para reduzir drasticamente seu endividamento, que passou dos R$ 15 bilhões no segundo trimestre. De acordo com o CFO da BRF, Fábio Mariano, a companhia poderá economizar de R$ 550 milhões a R$ 700 milhões com a recompra de dívidas.

“Nós pretendemos dar prioridade ao mercado de capitais [na recompra de dívida] versus as operações bilaterais, com bancos. Acredito que nas próximas semanas poderemos vir com novidades sobre a recompra de títulos”, afirmou Mariano, na conversa com analistas.

VISÃO DO MERCADO

Itaú BBA

Para o Itaú BBA, a dona da Sadia reportou resultados fortes em todos os segmentos, refletindo em um Ebitda 19% da estimativa do banco. “O plano de melhoria operacional da BRF roubou a cena no 2T23, contribuindo com R$ 540 milhões em eficiências e indicando que a administração está no caminho certo para entregar uma perspectiva de rentabilidade mais otimista à frente”, escreveu o analista Gustavo Troyano. Mesma visão do Bradesco BBI, que viu a geração de caixa acima do esperado como o principal ponto do balanço.

O CEO Miguel Gularte destacou que o plano de eficiência da empresa, chamado de BRF+, já gerou R$ 1,2 bilhão em ganhos operacionais desde que foi implementado no quarto trimestre de 2022. Segundo o executivo, nos três trimestres de execução, o programa já chegou a 51% do esperado pela administração.

“Vemos nossos indicadores internos [KPIs] superando a base de 2019. Eclosão, mortalidade, logística, rendimento industrial. É possível entregar o que esperamos do BRF+ ainda em 2023 – mas ele será um programa de melhoria contínua”.

Fábio Mariano reforça que a queda de 7% no custo do produto vendido (CPV) teve relação direta com os ganhos obtidos no segundo trimestre, de R$ 540 milhões.

Neste sentido, ele indica que o efeito da queda nos preços dos grãos sobre o índice ainda está por vir – o que sinaliza uma perspectiva de alívio nas margens. “Podemos dizer que 70% do ganho de eficiência já foi reconhecido nas linhas de custos e despesas. [A queda de CPV] tem muito a ver com o programa de eficiência e pouco a ver com o cenário de grãos, que deverá surtir efeito no segundo semestre”.

“Os resultados marcaram um ponto de partida melhor do que o esperado para o segundo semestre de 2023, quando a BRF deve aumentar ainda mais a tendência de lucratividade, apoiada pelo benefício de menores custos de grãos, que ainda não é refletido no P&L da empresa”, acrescentou o Itaú BBA, que tem recomendação neutra para o papel, com preço-alvo em R$ 9, abaixo do valor de tela.

O Bradesco BBI, por outro lado, tem recomendação de compra, com preço-justo estimado em R$ 17.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

Deixe um comentário