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Copom corta Selic em 0,50 ponto para 13,25% e antevê cortes de mesma magnitude nos próximos encontros; EWZ sobe após anúncio

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou, no comunicado sobre a decisão de cortar a Selic em 50 pontos-base nesta quarta-feira, que fará uma nova redução “de mesma magnitude” nas próximas reuniões, caso seja mantido o cenário esperado pela autoridade.

Essa é a primeira queda da Selix em três anos.

Segundo o comunicado, um corte de 50 pbs “é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, embora a magnitude total do ciclo de flexibilização dependa da evolução da dinâmica da inflação.

A decisão não foi tomada por unanimidade: o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o recém-empossado diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, fazem parte do grupo de cinco diretores a favor do corte de 50 bps, enquanto quatro votaram pela redução de 25 bps – entre eles, o diretor de política econômica, Diogo Guillen.

“O Comitê avalia que a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”, disse o Copom.

A autoridade reduziu a sua projeção para a inflação deste ano para 4,9%, de 5% na reunião de junho, enquanto manteve a estimativa para 2024 em 3,4%; para 2025, a projeção é de 3%. No caso da inflação para preços administrados, a previsão é de 9,4% em 2023, uma elevação ante os 9% previstos em junho, e de 4,6% em 2024, sem alterações frente ao comunicado anterior; para 2025, a estimativa é de 3,5%.

Na decisão desta noite, o Copom também fez mudanças nos fatores que compõem seu balanço de riscos. Entre os riscos altistas, o Copom retirou menção à “incerteza residual” sobre o desenho final do arcabouço fiscal no Congresso. O comitê manteve apenas dois: uma eventual persistência das pressões inflacionárias globais e uma maior resiliência da inflação de serviços local do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.

Entre os fatores baixistas, o Copom também retirou menção à eventual queda adicional dos preços de commodities internacionais, presente na decisão de junho, e também descartou trecho que apontava para uma eventual desaceleração da oferta de crédito no mercado local. Manteve, por outro lado, o risco de uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que previsto, e o eventual impacto de um aperto monetário sincronizado globalmente se mostrar mais forte do que o esperado.

Ao comentar o cenário externo, o Copom pontuou, porém, observar “alguma desinflação” na margem, trecho este que não era detalhado na reunião de junho. Apesar disso, o comitê afirmou que os núcleos de inflação seguem elevados e os mercados de trabalho mostram-se resilientes.

Reação do Mercado

Logo após a divulgação, o EWZ (AMEX:EWZ) passou a subir quase 1%.

O EWZ IShares MSCI Brazil é um fundo de índice negociado em bolsa que busca replicar o desempenho do índice MSCI Brazil, que é composto por empresas brasileiras de grande e médio porte e é um dos principais índices de referência do mercado acionário brasileiro.

Banco do Brasil

Banco do Brasil (#BBAS3) anuncia redução de taxa de juros, em linha com a decisão do Copom. Taxa do consignado INSS cai de 1,81% a.m. a 1,77% na faixa mínima, e de 1,95% a 1,89% na máxima. Para pessoa jurídica/MPE, reduções variam de acordo com o relacionamento com clientes

Arton Advisors

Copom manteve discurso de manutenção de política contracionista e vigilância. Comitê adotou linha mais dovish, mas foi detalhista ao explicar o corte. Mercado deve reprecificar a curva de juros.

BMG

Ao indicar corte de 0,50pp nas próximas reuniões, BC quer evitar que mercado aposte em corte maior. Copom também usa ‘moderação’ e ‘serenidade’ para segurar apostas mais dovish.

JF Trust

Como mercado não precificava 100% o recuo de 50 pp, juros futuros devem recuar amanhã. Probabilidade pequena de aposta em 75 pb também ajudará a derrubar DI.

RCN confirmou ser bom estrategista: preservou reputação do Bacen e evitou ruídos de desgaste. Governo vai usar decisão para provar que Selic efetivamente tinha espaço para queda.

Febraban

Corte é primeiro passo importante para reversão de restrição monetária. Ciclo de flexibilização deve ter consequências positivas em crédito e inadimplência.

Veedha Investimentos

Copom dá cavalo de pau nas expectativas majoritárias. Corte abre a possibilidade de aumento do ritmo a 0,75pp. BC se ancorou na melhora das expectativas de inflação e em novo marco fiscal

Veja a íntegra do comunicado sobre a Selic

O ambiente externo mostra-se incerto, com alguma desinflação sendo observada na margem, mas em um ambiente marcado por núcleos de inflação ainda elevados e resiliência nos mercados de trabalho de diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas.

Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue consistente com um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres. Não obstante o arrefecimento dos índices de inflação cheia ao consumidor, antecipa-se uma elevação da inflação acumulada em doze meses ao longo do segundo semestre. As medidas mais recentes de inflação subjacente apresentaram queda, mas ainda se situam acima da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus recuaram e encontram-se em torno de 4,8%, 3,9% e 3,5%, respectivamente.

As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência* situam-se em 4,9% em 2023, 3,4% em 2024 e 3,0% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 9,4% em 2023, 4,6% em 2024 e 3,5% em 2025.

O Comitê ressalta que, em seus cenários para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; e (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada, em particular em função de condições adversas no sistema financeiro global; e (ii) os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.

O Comitê avalia que a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária.

Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 13,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

O Comitê reforca a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

O Copom avaliou a alternativa de reduzir a taxa básica de juros para 13,50%, mas considerou ser apropriado adotar ritmo de queda de 0,50 ponto percentual nesta reunião em função da melhora do quadro inflacionário, reforçando, no entanto, o firme objetivo de manter uma política monetária contracionista para a reancoragem das expectativas e a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante.

A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso. Votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual os seguintes membros: Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes.

* No cenário de referência, a trajetória para a taxa de juros é extraída da pesquisa Focus e a taxa de câmbio parte de USD/BRL 4,75, evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC). O preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e passa a aumentar 2% ao ano posteriormente. Além disso, adota-se a hipótese de bandeira tarifária “verde” em dezembro de 2023, de 2024 e de 2025. O valor para o câmbio é obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de câmbio USD/BRL observada nos cinco dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à da reunião do Copom.

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