A Pague Menos obteve prejuízo líquido ajustado de R$ 10 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo lucro de R$ 56,7 milhões do mesmo intervalo de 2022, informou a companhia.
A empresa atribui o resultado “principalmente ao crescimento das despesas financeiras e Extrafarma, ainda em processo de turnaround”.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 271,5 milhões no 2T23, um crescimento de 28,9% em relação ao 2T22.
A margem Ebitda ajustada atingiu 9% entre abril e junho deste ano, baixa de 0,5 p.p. frente a margem registrada em 2T22.
A receita bruta somou R$ 3,003 bilhões no segundo trimestre deste ano, crescimento de 35,9% na comparação com igual etapa de 2022.
O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 930,6 milhões no segundo trimestre de 2023, um aumento de 33,6% na comparação com igual etapa de 2022. A margem bruta foi de 31% no 2T23, baixa de 0,5 p.p. frente a margem do 2T22. Já a margem de contribuição ficou em 11,8% no 2T22, um recuo de 0,9 p.p. na comparação anual.
As despesas gerais e administrativas consolidadas totalizaram R$ 81,5 milhões no 2T23, o equivalente a 2,7% da receita bruta, recuando 0,4p.p. em relação ao 1T23 e 0,5p.p. em relação ao 2T22. “A redução de despesas está relacionada a uma maior produtividade, além da evolução de captura de sinergias organizacionais entre as empresas”, explica a Pague Menos.
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 166,6 milhões no segundo trimestre de 2023, uma elevação de 107,5% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2022.
No ano de 2023 foram investidos 67,2 milhões, majoritariamente direcionados a abertura de novas lojas. O volume de capex representa uma redução de 49% em relação ao mesmo período do ano anterior, em decorrência da redução na expansão orgânica.
Em 30 de junho de 2023, a dívida líquida da companhia era de R$ 1,372 bilhão, um crescimento de 112% na comparação com a mesma etapa de 2022.
O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 1,6 vez em junho/23, alta de 0,7 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.
Os resultados da Pague Menos (BOV:PGMN3) referente suas operações do segundo trimestre de 2023 foram divulgados no dia 07/08/2023.
VISÃO DO MERCADO
Santander
A Pague Menos reportou resultados robustos no segundo trimestre, dentro das expectativas, e anunciou um aumento de capital que deverá levantar um mínimo de R$ 328 milhões para acelerar seu processo de desalavancagem, diz o Santander, em relatório.
Os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo escrevem que não houve surpresas no trimestre, e 82% de sua base acionária, que inclui a família fundadora mais o General Atlantic, já se comprometeu com o aumento de capital.
Segundo os analistas, a receita cresceu 12% em base anual conforme previsto, mas com margem abaixo do esperado devido a base de comparação mais forte em base anual. Já a Extrafarma apresentou números piores como esperado, com vendas mesmas lojas abaixo da Pague Menos, e a administração continua confiante no processo de integração, dizem eles.
No consolidado, houve ganhos de participação de mercado em base trimestral nas regiões Norte e Centro-Oeste e algumas perdas no Nordeste, escrevem os analistas.
O Santander tem recomendação de compra para as ações da Pague menos, com preço-alvo de R$ 6,50, potencial de alta de 58% ante o valor negociado há pouco na B3.
XP
Os resultados da Pague Menos no segundo trimestre vieram em linha com estimativas, com dinâmicas positivas na integração da Extrafarma, o que explica a queda nas margens em um ano, diz a XP.
Os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt escrevem que o aumento nas receitas não se traduziu em margens por conta de menores ganhos de estoques e maiores vendas nos canais digitais.
O prejuízo líquido no segundo trimestre se explica por conta do aumento das despesas financeiras e do endividamento, foco do aumento de capital privado de até R$ 400 milhões que a Pague Menos quer realizar.
A XP tem recomendação de compra para Pague Menos, com preço-alvo em R$ 7, potencial de alta de 65% sobre o fechamento de ontem.