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Tenda (TEND3): prejuízo líquido de R$ 10,5 milhões no 2T23, queda de 90,8%; ações sobem

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A Tenda reportou prejuízo líquido de R$ 10,5 milhões no segundo trimestre de 2023, montante 90,8% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2022, informou a construtora.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 47,7 milhões no 2T23, um crescimento de 247,6% em relação ao 2T22.

A margem Ebitda ajustada atingiu 6,7% entre abril e junho deste ano, alta de 11,9 pontos percentuais (p.p.) frente a margem registrada em 2T22.

Já o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi negativo em 48,3% no 2T23, piora de 13,3 p.p. na base anual.

A receita líquida somou R$ 710,5 milhões no segundo trimestre deste ano, crescimento de 13,3% na comparação com igual etapa de 2022.

A alta foi decorrente da melhora nas vendas de imóveis e da subida dos preços que vem sendo praticada pela companhia há vários trimestres seguidos com o objetivo de recompor a sua rentabilidade após os estouros nos orçamentos de obras.

O preço médio dos apartamentos da Tenda foi de R$ 203 mil no segundo trimestre ante R$ 177 mil um ano antes. No mês de julho, chegou a R$ 210 mil, já absorvendo os novos incentivos ao MCMV.

O lucro bruto ajustado atingiu a cifra de R$ 158,8 milhões no segundo trimestre de 2023, um aumento de 55,3% na comparação com igual etapa de 2022. A margem bruta ajustada foi de 22,4% no 2T23, alta de 6 p.p. frente a margem do 2T22.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 15,9 milhões no segundo trimestre de 2023, uma elevação de 50,8% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2022.

Em 30 de junho de 2023, a dívida líquida da companhia era de R$ 625,6 milhões, uma redução de 5,5% na comparação com a mesma etapa de 2022.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/patrimônio líquido, ficou em 90,2% em junho/23, alta de 27 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.

A Tenda finalizou o 2T23 com R$ 14,786 bilhões em VGV no seu banco de terrenos, redução de 2,1% em relação ao 1T23 e aumento de 14,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em relação a Alea, o VGV no seu banco de terrenos atingiu R$ 2,521 bilhões, aumentos de 51,4% e 295,2% em relação ao 1T23 e 2T22, respectivamente.

Os resultados da Tenda (BOV:TEND3) referente suas operações do segundo trimestre de 2023 foram divulgados no dia 02/08/2023.

Teleconferência

As regras do Minha Casa Minha Vida (MCMV) trouxeram novas e boas perspectivas para a Tenda, contribuindo para que suas ações nesta quinta-feira (3), após a divulgação dos resultados do segundo trimestre, disparassem 7,3%, indo aos R$ 13,20.

Essa euforia não é por acaso, já que a faixa 1, foco na nova formatação do programa habitacional do governo federal, representa cerca de 70% do volume de negócios da companhia. O projeto de lei que cria o novo MCMV foi sancionado pelo presidente Lula no último dia 13.

Conforme a Tenda, no mês de julho, primeiro mês com os novos parâmetros do programa, a empresa atingiu o maior volume mensal de vendas desde maio de 2022, com 1.588 unidades vendidas no período (17% acima da média mensal do primeiro semestre do ano), com preço médio de R$ 210 mil por unidade – 3,5% acima do preço médio do 2T23.

Ou seja, os resultados não estiveram incorporados ao balanço de abril a junho, divulgado na véspera pela empresa, período em que a Tenda reduziu em 90% seu prejuízo, em comparação ao mesmo período do ano passado.

  • Tenda: Impacto Minha Casa Minha Vida

Luiz Mauricio, CFO da Tenda, destacou que o programa “já teve impacto importante no mês (de julho)”. Enquanto isso, Rodrigo Osmo, CEO da companhia, aponta que o cenário – a partir de agora – é diferente em relação ao início do ano.

“O contexto mudou para gente de janeiro para cá. De certa forma, se o Pode Entrar (programa habitacional da prefeitura de São Paulo) deixar de ser interessante pra nós, isso não será nenhum problema. A gente ganhou até agora 3 mil unidades (no Pode Entrar) e tem mais 1,5 mil unidades em lista de espera, mas todas eles (os empreendimentos) são projetos pequenos”, disse, acrescentando que esses projetos ganharam competividade por atender ao mesmo extrato de renda do Minha Casa Minha Vida.

“Então, esses terrenos (onde estão projetados os empreendimentos da Tenda no programa Pode Entrar) que teria dificuldade de rentabilização no início do ano, agora são terrenos que não teria nenhuma dificuldade de rentabilização”, afirmou Osmo, a analistas de mercado.

Segundo ele, a empresa ainda avalia para “que lado vai” – entre o Pode Entrar e o Minha Casa Minha Vida.

  • Sem concorrência

Para complementar, Rodrigo Osmo afirmou não ver concorrentes no novo programa MCMV, apesar do governo ter anunciado a construção de 2 milhões de moradias até 2026.

“Não estamos sentindo muita competitividade no seguimento foco da Tenda. Muitas empresas manifestaram interesse de entrar no programa, que ficou abrangente agora, de até R$ 350 mil (valor máximo do imóvel). A gente está focada no segmento de entrada, de R$ 2.640,00. Hoje, próximo de 70% do que a gente vende está dentro desse segmento”, afirma.

A companhia vê ainda impulso da margem bruta com o aumento de volume a ser propiciado com o programa habitacional do governo federal. No 2T23, a margem bruta ajustada da Tenda atingiu 22,4%, uma melhora de 6,0 pp em relação ao 2T22.

  • Tenda: pressão de custos

Sobre gastos em obras, Luiz Mauricio disse que, desde maio, a empresa está rodando com os custos aderentes aos orçamentos e essa tendência deve se acomodar.

“Temos visto a estrutura de fornecedores e suprimentos de certa forma acomodada, e isso tende agora a refletir numa maior assertividade. Isso, sem dúvida, se deve as várias mudanças que fizemos internamente, mas acho que o cenário externo de pressão de materiais têm se mostrado acomodado. Então, a gente tem um conforto grande de aderência de nossos orçamentos daqui para a frente”, afirmou o CFO.

Por fim, a Tenda ressaltou durante a teleconferência que “a página do tema desvios de custo” foi virada.

“Naturalmente, se o cenário de custo se manter muito acomodado e a companhia volta ao patamar de eficiência e produtividade que já teve no passado, é possível esperar uma economia (de custo)”, ressaltou Luiz Mauricio.

VISÃO DO MERCADO

BTG Pactual

O BTG Pactual concentrou as atenções em outra linha do balanço: a margem bruta ajustada. O indicador recuou 0,4 ponto percentual ante o trimestre imediatamente anterior, mas avançou 6 p.p. na base anual, para 22,4%

“Considerando tudo, a Tenda apresentou resultados decentes. Mais importante, parece estar no caminho certo para recuperar a margem bruta visto que projetos mais antigos e menos lucrativos devem ser menos relevantes nos próximos trimestres e mudanças recentes ao MCMV são altamente favoráveis ​​para a empresa”, argumenta o banco.

As alterações no Minha Casa Minha Vida as quais os analistas se referem incluem um aumento nos subsídios para a população de baixa renda, queda nos juros e incremento no teto para o preço dos imóveis comercializados dentro do programa habitacional.

Mas, apesar das perspectivas positivas para os próximos trimestres, ambas as casas citadas ainda não recomendam a compra das ações da Tenda.

O BTG Pactual manteve a indicação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 6, pois, de acordo com o banco, a precificação atual já reflete a maior parte das expectativas de uma reviravolta positiva na empresa.

Por sua vez, a equipe do BTG Pactual avalia que, considerando tudo, a construtora mineira apresentou “resultados decentes” no segundo trimestre, exibindo recuperação e geração de caixa consistente.

“A empresa parece estar no caminho certo para recuperar ainda mais a margem bruta. Mudanças recentes no programa Minha Casa, Minha Vida são altamente favoráveis para da Tenda, que está indo muito bem em sua recuperação”, ressalta a equipe de real estate do banco.

Itaú BBA

Os resultados, vistos como “ligeiramente positivos” pelo Itaú BBA, fez a casa elevar o preço-alvo para os papéis Tenda, subindo de R$ 8 para R$ 9 ao fim deste ano. Enquanto a recomendação segue neutra (market perform).

XP Investimentos

Para o head de real estate da XP, Ygor Altero, os números foram neutros, porém, “encorajadores em termos de geração de caixa e alavancagem financeira”. Segundo ele, o ponto negativo foi o prejuízo líquido consolidado de R$ 11,8 milhões, engatando o sétimo trimestre seguido de perdas.

Entretanto, Altero diz que o resultado ficou 53% acima das estimativas da XP, sendo melhor do que o esperado. “Mas ainda está em níveis mais fracos devido ao processo de recuperação da rentabilidade, que continua melhorando”, comenta.

O profissional da XP destaca a geração de caixa no período, já que reduziu a alavancagem financeira. “O que alivia o cenário da Tenda em relação à mudança significativa nos níveis de covenant [termos de garantia em contratos de financiamento de grandes valores] no primeiro trimestre de 2024, de 75% para 50%”, observa.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

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