A Unipar Carbocloro segue na disputa pela Braskem e reitera a ambição de dobrar de tamanho em dez anos, mesmo em um cenário macroeconômico desafiador. A companhia – uma das maiores produtoras de PVC (policloreto de vinila) e a principal no segmento de cloro-soda no País – registrou R$ 186 milhões de lucro líquido no segundo trimestre, queda de 65% sobre o mesmo período de 2022. Os executivos da companhia disseram ao Broadcast, contudo, que o resultado era esperado.
O presidente da Unipar (BOV:UNIP3) (BOV:UNIP5) (BOV:UNIP6), Mauricio Russomanno, afirmou que a empresa foi impactada por uma redução de preços em meio a um ciclo de baixa comum dentro do setor, com o aumento da oferta de produtos químicos em conjunto com a redução na demanda.
“Já esperávamos a pressão nos preços e nas commodities de uma maneira geral porque a maior disponibilidade do produto com o menor mercado afeta a precificação. Mas estamos entrando preparados neste ciclo do trimestre”, afirmou Russomanno, acrescentando que a companhia realizou diversos avanços operacionais, além de reduzir custos.
Russomanno ressaltou que o nível de utilização das fábricas da Unipar se mantiveram em patamares positivos e que a companhia continua a investir sem deixar de lado a segurança financeira. O executivo destaca que a empresa segue com dívida líquida negativa e que mantém uma margem Ebitda consistente, em 28,1%.
“Os resultados, obviamente, são inferiores ao do ano passado, mas em nível muito saudável. A nossa margem Ebitda é muito mais alta em comparação com outras empresas do setor e continuamos investindo no futuro”, disse Russomanno, reforçando que os resultados do primeiro semestre foram o terceiro melhor da história da companhia.
Questionado se a empresa manteria o planejamento para dobrar de tamanho em até dez anos, Russomanno foi enfático: “não vai ser uma redução de preços que vai retirar a nossa estratégia de longo prazo”.
Braskem
O diretor financeiro e de relação com investidores da Unipar, Marcos Rabello, confirmou que a empresa permanece interessada na aquisição da Braskem (BOV:BRKM5) e mantém diálogo com todos os representantes para que a proposta possa ser realizada novamente, uma vez que a anterior teve o seu prazo vencido.
Segundo Rabello, a proposta voltará “no momento certo”, que segundo ele ocorre ou após o due diligence (análise aprofundada) ou após a sinalização positiva das partes que estão no processo da aquisição. O executivo comenta, entretanto, que vem acompanhando um movimento de depreciação na Braskem.
“Estamos observando movimentos da companhia, que continua depreciando o resultado mais rápido do que o segmento de uma forma geral. As provisões gerais aumentaram também”, se referindo aos recursos adicionais que a Braskem direcionou por conta do acidente com sal-gema em Alagoas.