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As bolsas internacionais chegam ao último pregão do mês se arrastando, tentando se manter no positivo, à espera da inflação americana. Os últimos dias mais conturbados elevaram a preocupação dos investidores com as taxas de juros. No Brasil, os agentes aguardam dados do Banco Central sobre o resultado primário e a Pnad contínua, com dados de desemprego.
A possibilidade de paralisação do governo americano em 1 de outubro (shutdown, na sigla em inglês) permanece no radar global, uma vez que a Câmara e o Senado ainda não chegaram a um acordo sobre o orçamento para o próximo ano.
Caso haja um impasse sobre o orçamento, agências federais consideradas “não essenciais” vão interromper os serviços, já que os servidores não receberão os pagamentos durante o período e entrarão em um tipo de licença forçada. A expectativa é que haja um acordo até domingo.
Na zona do euro, a prévia da inflação de setembro, medida pelo índice de preços ao consumidor, teve variação de 4,30% na base anual, ante 5,20% em agosto, mostrando que mais um aperto por parte do Banco Central Europeu (BCE) já pode ter surtido algum efeito.
Na Alemanha, as vendas no varejo caíram 1,20% em agosto, sendo que a expectativa era uma alta de 0,50%, enquanto a taxa de desemprego alcançou 5,70% em setembro, em linha com a projeção.
No Reino Unido, a leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) mostrou um crescimento de 0,20% no segundo trimestre, mesma estimativa do consenso. A região tem se destacado em comparação a outras economias, como Alemanha e França, já que vem apresentando um crescimento mais rápido desde a pandemia.
Na Ásia, que deve ter uma liquidez reduzida nos próximos dias, devido ao feriado da Semana Dourada na China, os mercados encerram sem direção única, refletindo Wall Street na véspera e dados econômicos no Japão.
No Japão, o índice de preços ao consumidor, que exclui alimentos e energia, teve uma alta de 2,40% em setembro, uma desaceleração em comparação ao mês de agosto, quando havia ficado em 2,60%.
Já as vendas do varejo e o dado preliminar da produção industrial apresentaram certa estabilidade, o que representa uma resiliência da economia japonesa, em meio às dificuldades da região, principalmente da China.
No setor imobiliário chinês, após a notícia de que seu fundador, Hui Ka Yan, está sob custódia policial, a Evergrande soltou um comunicado para explicar a situação. A companhia informou que o executivo foi detido por suspeita de “crimes ilegais”, de acordo com a Reuters. Atualmente, a empresa está em busca da aprovação dos credores para uma reestruturação de dívida offshore no valor de US$31,7 bilhões.
Nos EUA, além da preocupação com a paralisação ou não do governo a partir de domingo, os investidores estão à espera da divulgação da inflação, que deve mostrar alguma melhora, diante de uma economia mais apertada.
Na agenda do dia, destaque para o índice de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) às 9h30, que tem como previsão uma alta mensal de 0,50% em agosto, enquanto na base anual a previsão é de 3,50%.
No mesmo horário, ainda serão divulgados o gasto e a renda de pessoal, com consenso de 0,40% para ambos. Às 10h45, os investidores aguardam o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) de Chicago, um dos grandes pólos produtivos dos EUA.
Às 11h, será divulgada a confiança do consumidor de Michigan, com a expectativa de 67,70 pontos em setembro. Encerrando a agenda, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, faz um discurso às 13h45, e a Baker Hughes divulga, às 14h, o número de sondas da semana
No Brasil, o Banco Central divulga, às 8h30, o resultado primário do setor público, enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a Pnad contínua de agosto, às 9h, que tem uma previsão de 7,8% para a taxa de desemprego.
Neste último dia da semana, autoridades do BC farão mais uma aparição pública em dois eventos. Às 9h, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa do Spring Investment Meeting. Às 11h, o diretor de política econômica, Diogo Guillen, participa do HSBC Global Emerging Markets Forum.
Na política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse estar confiante para a votação da Reforma Tributária até o final de outubro no Senado. Em relação aos projetos da Câmara, a expectativa do chefe da Fazenda é que tanto a tributação das offshores quanto a dos fundos exclusivos deverão ser votadas na semana que vem.
Essa notícia é um alento para o governo, depois de um início de atrito entre o Executivo e o Legislativo, após o presidente Lula não ceder, por enquanto, a pressão do centrão para à presidência da Caixa Econômica Federal.
Ontem, o Ibovespa encerrou em alta, amparado pelas ações de bancos e seguindo Wall Street. No mercado de câmbio, o dólar fechou em queda, refletindo uma leve melhora da cena externa.
DESTAQUES CORPORATIVOS
A Petrobras e a Vale selaram protocolo de intenções para desenvolvimento de soluções de baixo carbono. A parceria terá duração de dois anos, e prevê a avaliação de oportunidades conjuntas de descarbonização, incluindo em hidrogênio, metanol verde, biobunker, amônia verde e diesel renovável, além de captura e armazenamento de CO2. (Mover).
O presidente da estatal, Jean Paul Prates, afirmou a jornalistas que modelos internos mostram que, por enquanto, é possível para a empresa manter preços dos combustíveis inalterados sem prejudicar a rentabilidade, apesar da recente alta nos preços globais do petróleo. Prates também defendeu a exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas.
A B3 aprovou a sétima emissão de debêntures, em série única, no valor de R$2,55 bilhões. Além disso, elevou a projeção de alavancagem em 2023 de 1,9x para 2,3x.
CCR não disputou os últimos leilões de rodovias no Paraná devido a uma visão mais rigorosa sobre alocação de capital, parte da estratégia após a chegada dos novos acionistas Itaúsa e Votorantim, disse o CEO, Miguel Setas, no evento ‘CCR Day’.
Empresas e indústrias brasileiras do varejo vão retomar discussões junto ao governo pedindo fim da atual isenção de imposto de importação para remessas internacionais de até US$50, estabelecida pelo programa Remessa Conforme. Declarações recentes de Brasília de que não há previsão para se rever a isençã geraram desconforto entre os líderes do setor.
A Energisa registrou consumo consolidado de energia, cativo e livre, de 3.283,8 GWh em agosto em suas áreas de atuação, alta de 4,6%, puxada pelo consumo residencial, que avançou 8,2% pelo clima quente e base baixa de comparação em algumas distribuidoras. (Mover).
A Gerdau deve começar a reforma do alto forno 1 em 2025, prevendo investir R$200 milhões para manter a capacidade de produção de três milhões de toneladas de aço. Já o alto forno 2 deve ter reforma iniciada em 2029, com orçamento de R$66 milhões. A empresa também já desembolsou um terço dos R$11,9 bilhões previstos no plano de investimentos que vai de 2021 até 2026. (Valor).
