Os preços dos contratos futuros de petróleo estão operando em alta nesta sexta-feira, com os investidores repercutindo os cortes na produção da Arábia Saudita e Rússia.

“A prorrogação do corte de fornecimento de um milhão de barris por dia pela Arábia até ao final do ano deverá provocar um déficit de mais de 1,5 milhão de barris por dia (bpd) no quarto trimestre do ano”, afirma o UBS.

“Juntamente com a queda dos estoques, isso deverá empurrar o preço do Brent para US$ 95 o barril no final do ano”, continua.

“Os preços do petróleo subiram significativamente durante o verão, alimentados por saldos físicos de petróleo bruto e liderado por um mercado de produtos refinados ainda mais forte”, dizem os analistas da RBC Capital Markets.

Ainda assim, os investidores estão um pouco reticentes quanto à recuperação econômica da China, que ainda está em ritmo mais lento do que o esperado.

Dados divulgados na quinta-feira mostraram que as exportações e importações globais na segunda maior economia do mundo caíram em agosto, à medida que a queda na procura externa e os fracos gastos dos consumidores comprimiam as empresas.

Ainda há a expectativa da manutenção de juros altos por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norteamericano) e Banco Central Europeu (BCE), devido à inflação que se mantém elevada.

A Arábia Saudita está perfeitamente consciente da corda bamba que caminha entre o aperto do mercado e a perturbação de qualquer progresso alcançado até agora pelos bancos centrais na domesticação da inflação impulsionada pelo aumento dos preços, disse John Evans, da corretora de petróleo PVM.

Por volta de 9h24 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para outubro subia 0,84%, cotado a US$ 87,61 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para novembro avançava 0,85%, cotado a US$ 90,69 o barril.