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WEG paga US$ 400 milhões por negócios de motores elétricos, geradores da Regal Rexnord

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As controladas indiretas no exterior da WEG celebraram com a Regal Rexnord contrato para aquisição dos negócios de motores elétricos industriais e geradores no valor de US$ 400,0 milhões (Enterprise Value – EV).

O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:WEGE3) nesta segunda-feira (25).

O pagamento será realizado após a conclusão da transação, a qual está sujeita a ajustes de preços comuns a este tipo de operação.

A aquisição será realizada pela WEG Electric Corp e pela WEG Holding, sociedades detidas pela WEG Equipamentos Elétricos S.A., controlada direta da companhia.

Segundo fato relevante, a operação tem como foco os negócios de motores elétricos industriais e geradores, vendidos sob as marcas Marathon, Cemp e Rotor, do segmento operacional Industrial Systems da Regal Rexnord.

A receita operacional líquida destes negócios em 2022 foi de US$ 541,5 milhões, com uma margem Ebitda (Ebitda sobre Receita) ajustada de 9,5%.

“Alinhada com a estratégia de crescimento contínuo e sustentável, expansão internacional e diversificação das operações industriais do Grupo WEG, esta transação incluí a aquisição de 10 fábricas em 7 países (Estados Unidos, México, China, Índia, Itália, Países Baixos e Canadá), filiais comerciais em 11 países, e uma equipe de aproximadamente 2.800 colaboradores no mundo”, diz documento.

“A distribuição geográfica destas operações são complementares a atual presença do Grupo WEG e irão ajudar na obtenção de maior escala e eficiência na redução de custos à medida que integramos as novas operações às existentes.”

  • O que deve mudar para a WEG após a maior aquisição de sua história?

Executivos da companhia esclareceram nesta segunda-feira (25), por meio de teleconferência, a aquisição por US$ 400 milhões de negócio de motores elétricos industriais e geradores da Regal Rexnord.

O CFO André Rodrigues explicou que, com os negócios de motores elétricos e industriais da empresa americana, a companhia espera fortalecer posição como importante player global, enquanto nos de geradores, a proposta é aumentar a presença da WEG fora do Brasil.

“Com essa aquisição, impulsionamos o crescimento em mercados importantes, reforçando presença onde já temos boa participação, e ampliamos acesso a mercados onde não atuamos ou temos baixa penetração”, disse a analistas.

A Regal Rexnord tem 10 fábricas localizadas em sete países: Estados Unidos, México, Canadá, Itália, Holanda, China e Índia. Do total, 55% da receita da Regal Rexnord são referentes ao faturamento nas Américas, majoritariamente nos Estados Unidos, Canadá e México; 32% na Ásia e Pacífico, tendo como principais mercados China e Índia; e 13% na Europa, Oriente Médio e África.

  • De olho nos mercados da Ásia

Rodrigues comentou que a disposição geográfica da empresa adquirida está alinhada a estratégia atual, que facilitará integração dos negócios às operações existentes da WEG.

“Com essa aquisição, vamos dar mais um passo na conquista do mercado chinês”, disse o diretor Alberto Kuba. “Na Índia, estamos dando um passo interessante também. Nós fizemos a aquisição de uma planta industrial no ano passado e essa aquisição soma mais duas unidades fabris (da Regal), completando nosso portfólio local para o mercado indiano”, complementou.

De acordo com o diretor, as duas fábricas nos Estados Unidos atuam em motores especiais de nicho. “As fábricas da Itália e Holanda vai nos ajudar em nichos bem importantes, mas difícil de penetrar, como é o mercado de oil e gás e motores marítimos”, ressalta.

  • Perto de fornecedores e clientes

“O avanço na China é muito importante. Essa aquisição vai proporcionar um ganho de market share bastante significativo para acelerar nosso crescimento no mercado local”, disse. Kuba vê também as fábricas na Índia como essenciais: “Vai acelerar bastante nosso crescimento local”.

O posicionamento das operações da Regal Rexnord é visto como favorável à WEG e atende ao movimento global de nearshoring (estratégia das empresas de levar a produção para mais perto dos mercados onde os produtos são vendidos).

“A tendência pós-Covid está muito voltada para as fábricas próximas aos fornecedores e aos clientes. Estamos colocando cada vez mais presença onde nossos clientes estão, como China e Índia”, disse.

A Regal Rexnord alcançou receita no ano passado de US$ 541,5 milhões, 75% em equipamentos eletroeletrônicos industriais e 25 em geração, transmissão e distribuição de energia. A empresa conta com 2.800 colaboradores.

A WEG espera fechar o negócio em definitivo com a Regal no início do ano que vem, após aprovação de órgãos reguladores.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

O Bradesco BBI analisa como positiva a aquisição e considera que “a empresa está expandido suas operações globais, inclusive nos EUA, o que permite à WEG ganhar participação de mercado no mercado externo”.

Ainda assim, o banco tem recomendação neutra para o papel, com meta de preço para a ação de R$ 38,00.

Embora considere a operação positiva, o Goldman Sachs também continua com recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 44,20.

“Esta é a maior operação de M&A anunciada pela WEG, mas não vemos isso como uma transação transformacional que possa aumentar seus riscos de execução na América do Norte. A WEG já possui escala e expertise nos Estados Unidos para absorver esta M&A”, considera o BBI.

No relatório, o banco destaca também que a venda foi motivada pela necessidade da Regal se desalavancar e os recursos da transação será utilizados para reduzir sua dívida.

JPMorgan

Para o JPMorgan, a novidade é considerada benéfica para a WEG por três razões: o aumento de exposição internacional em aproximadamente 20%, considerando que o negócio adquirido gerou receitas na ordem de US$ 540 milhões em 2022; a avaliação ser considerada “atraente”, ainda que o banco considere que a WEG negocia atualmente com múltiplo elevado para 2024 (17,5 vezes o valor da empresa, ou EV, sobre o Ebitda) e; a possibilidade de aumento da margem Ebitda neste segmento ao longo do tempo.

A análise do banco destaca também as sinergias, que ajudarão na redução do múltiplo. O JP Morgan reforça que a WEG negocia acima dos múltiplos de seus pares globais, mas, ainda assim, considera o papel como overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) e mantém preço-alvo de R$ 50.

“Esperamos uma reação positiva a este anúncio, mostrando a capacidade da WEG de continuar a crescer, embora inorganicamente, e à luz de potenciais sinergias (comerciais, técnicas e de custos). No curto prazo, este negócio deve ter um impacto negativo de cerca de 0,8pp na margem Ebitda da WEG, mas um impacto positivo agregado de cerca de 3-4% em nossa opinião”, afirmou o banco em relatório antes da abertura do mercado.

Informações Infomoney

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