As ações da Mitre despencavam cerca de 20% nesta quinta-feira na B3, após a incorporadora divulgar a compra de quatro terrenos do seu controlador Fabricio Mitre, no valor de R$13,5 milhões, para desenvolvimento de um projeto imobiliário em Trancoso, na Bahia.
O negócio levantou a desconfiança do mercado em termos de governança, já que a empresa tem foco de atuação em São Paulo, o que se refletia no desempenho dos papéis, que tinham o maior tombo diário desde março de 2020, quando a bolsa sofreu uma hecatombe com a pandemia de COVID-19.
Em meio à derrocada das ações, a Mitre divulgou comunicado explicando a aquisição, e agendou uma teleconferência para as 14 horas para dar mais detalhes.
“A transação está relaconada ao ‘rebranding’ e relançamento da marca Daslu, adquirida recentemente pela empresa, para, fundamentalmente, assinar empreendimetnos imobiliários de altíssimo padrão com a marca Daslu Properties, que sejam únicos e se tornem objetos de desejo”, escreveu a companhia, acrescentando que o prpojeto será lançado “em breve”.
Por volta das 13h32, os papéis ordinários da Mitre (BOV:MTRE3) caíam 19,00%, a R$3,58, e chegaram a bater mínima intradiária de R$ 3,51. O Ibovespa operava em queda de 0,51%, a 113.024 pontos. No ano, os ativos sobem 13,93%.
Para o analista do TC Matrix, Malek Zein, a aquisição da Mitre acaba levantando preocupações com a governança corporativa da empresa, mas também com a estratégia e comunicação com os investidores, uma vez que o discurso da Mitre, desde que abriu capital na bolsa, com um IPO, é de foco e concentração em São Paulo.
“Então por que você está comprando na Bahia? E aí o primeiro terreno que você compra na Bahia é do seu controlador… a mensagem não é boa, ainda que o valor seja irrisório”, afirmou Malek, durante participação na TC News.