Analistas do JPMorgan elevaram a recomendação das ações de Arezzo, Lojas Renner e Vivara de “neutra” para “overweight”, bem como promoveram ajustes nas estimativas e nos preços-alvos dos papéis e de outras varejistas, segundo relatório a clientes nesta quarta-feira.
A equipe de analistas ressaltou que as ações do varejo brasileiro têm estado sob pressão significativa, com os papéis do segmento de vestuário e joias caindo 20% em média no último mês, contra declínio de 2% do Ibovespa .
Mas mesmo reduzindo previsões de lucros na maioria dos casos, bem como os preços-alvos, em razão de perspectivas mais desafiadoras para o segundo semestre, consideram que alguns movimentos foram exagerados.
No caso de Lojas Renner (BOV:LREN3), os analistas avaliam que as discussões estruturais ainda estão na mesa, mas que o “sell-off” parece exagerado. Ainda assim, reduziram o preço-alvo de R$ 19,00 para R$ 15,50 e cortaram as previsões para lucro líquido em 2023 e 2024 em 9% e 13%.
“É improvável que a tão esperada recuperação do segundo semestre para Lojas Renner seja o que muitos – inclusive nós – esperavam, com tendências de crescimento ainda suaves, apesar das comparações mais fáceis”, afirmaram. “Ainda assim, numa base relativa dentro do seu grupo de pares, a Lojas Renner apresenta a mais elevada qualidade de lucros, na nossa opinião.”
Vivara (BOV:VIVA3) teve o preço-alvo elevado de R$ 26,00 para R$ 34,00, com os analistas considerando a ação com o melhor equilíbrio entre crescimento versus “valuation”.
“A empresa vem mostrando tendências distintas do restante do setor com crescimento acelerado a partir de sua expansão na marca Life. E, no que diz respeito à rentabilidade, as tendências também são positivas”, escreveu a equipe do JPMorgan.
“A maturação das lojas deverá ajudar na alavancagem operacional e começar a compensar as pressões pré-operacionais, enquanto a nova fábrica deverá continuar a impulsionar uma maior eficiência de produção, reduzindo os custos dos produtos sem impactar a proposta de valor”, acrescentaram.
Em relação à Arezzo (BOV:ARRZ3), embora tenham reduzido o preço-alvo de R$ 93,50 para R$ 74,00, os analistas do JPMorgan veem um risco positivo para as projeções no mercado e um melhor posicionamento relativo em vestuário e calçados, bem como um bom ponto de entrada na ação da companhia, que consideram, assim como Vivara, uma das com melhor desempenho no setor.
“A empresa deve mostrar resultados sólidos no segundo semestre de 2023 com base em uma execução no topo de uma estrutura mais enxuta após a reestruturação do primeiro semestre, enquanto o capital de giro deve se normalizar gradualmente”, avaliam.
Os analistas também reiteraram classificação “neutra” para Alpargatas (BOV:ALPA4), com o preço-alvo passando de R$ 9,00 para R$ 8,50; e para Grupo Soma (BOV:SOMA3), que teve o preço-alvo reduzido de R$ 11,00 para R$ 6,50.