Meio-Dia Mercado: Ibovespa opera com queda firme, com agravamento da guerra e crise imobiliária chinesa

As ações da Vale também contribuíram para essa queda, recuando mais de 3% devido à divulgação de uma produção menor no terceiro trimestre e aos receios em relação ao setor imobiliário chinês. Por outro lado, a Petrobras conseguiu evitar uma queda mais acentuada do índice, registrando altas de 1,4% no papel PN e 1,8% no ON, graças ao aumento expressivo no preço do petróleo.

As companhias aéreas enfrentam desafios com o aumento do custo do combustível, resultando em quedas firmes para Gol e Azul, que registraram perdas de mais de 6% e 5%, respectivamente. O Irã, aliado do Hamas, pressionou pela redução na produção de petróleo dos países árabes em represália aos ataques de Israel e ao apoio dos Estados Unidos, o que impulsionou o preço do petróleo tipo Brent, atingindo US$ 91,08 o barril, um aumento de 1,3%.

A tensão no Oriente Médio também afetou o mercado de ouro, com o preço subindo 1,8% e atingindo US$ 1.970,60 a onça-troy (31,104 gramas) em Nova York. Na China, as notícias positivas sobre o crescimento do PIB acima do esperado foram neutralizadas pela declaração da gigante imobiliária Country Garden de que não tem recursos para pagar suas dívidas no exterior, intensificando a crise no setor e ameaçando a economia chinesa.

Nos Estados Unidos, a atenção se concentra nos juros de longo prazo, que continuam a subir, e nos resultados das empresas do terceiro trimestre. Destaque para o Morgan Stanley, que registrou uma queda de 6,4%, a maior em três anos, após anunciar ganhos abaixo do esperado em sua área de investimentos. Além disso, os dados de novas construções de casas nos EUA em setembro, com um crescimento de 7% em relação a agosto, mas abaixo das expectativas, e a queda de 4,4% nas permissões de novas construções, maior do que o previsto, indicam desafios no setor devido aos juros mais altos nos financiamentos, aumentando o temor de um resfriamento na economia.

Os índices de Wall Street também estão em queda, com o Dow Jones recuando 0,34%, o S&P500 caindo 0,5%, e o Nasdaq registrando uma queda de 0,6%. O índice do dólar, o DXY, subiu 0,13%, acompanhando o aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, com o título de dez anos subindo 0,02 ponto percentual, atingindo 4,87%. O título de 30 anos teve um aumento de 0,03 ponto, chegando a 4,98%.

No Brasil, o dólar futuro também subiu pelo segundo dia consecutivo, em linha com o cenário negativo no exterior, com um aumento de 0,2%, chegando a R$ 5,064. As projeções dos contratos futuros de juros também estão em alta, com um acréscimo de 0,06 ponto percentual nos prazos mais curtos e um aumento de 0,02 a 0,04 ponto nos prazos mais longos. O clima de incerteza e preocupação está se refletindo nos mercados financeiros, à medida que os investidores monitoram atentamente os desenvolvimentos geopolíticos e econômicos.