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Vale (VALE3): lucro líquido de US$ 2,836 bilhões no 3T23, queda de 36%

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A Vale registrou lucro de US$ 2,836 bilhões de forma líquida (atribuível aos acionistas) no terceiro trimestre de 2023. Um ano antes, o lucro havia sido de US$ 4,455 bilhões. A queda anual, portanto, foi de 36%. Em relação ao segundo trimestre deste ano, porém, houve alta de 218%.

O desempenho veio acima da projeção dos analistas consultados pela Lseg, antiga Refinitiv, que era de US$ 2,55 bilhões.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou US$ 4,177 bilhões, uma alta de quase 14% na comparação anual, enquanto frente ao 2º trimestre avançou 7,8%.

No entanto, a cifra ficou abaixo da prevista pelo consenso, que era de US$ 4,724 bilhões. O resultado líquido foi impactado, principalmente, pela piora do resultado financeiro.

A margem Ebitda ajustada ficou em 39%, acima da registrada um ano antes, de 37%, mas inferior na comparação com o segundo trimestre deste ano, de 40%.

O Ebitda pro-forma, por sua vez, atingiu US$ 4,482 bilhões, ante US$ 4,002 bilhões do mesmo período do ano passado, representando um incremento de quase 12%. Frente ao segundo trimestre, o Ebitda subiu 8,13%.

Após a divulgação dos resultados, os recibos de ADRs da Vale recuavam 0,31%, invertendo o sinal que era de alta, pouco antes da divulgação do resultado.

Do lado operacional, a receita líquida da Vale somou R$ 10,623 bilhões no terceiro trimestre, alta de quase 7% na comparação anual e avanço de quase 10% sobre o trimestre imediatamente anterior.

A receita, porém, também ficou abaixo das expectativas, segundo compilação da Lseg com analistas, que era de US$ 10,98 bilhões.

Semana passada, a mineradora havia divulgado suas prévias operacionais, reportando uma queda de 3,9% na produção. Os dados foram vistos como mistos pelo mercado, levando à queda das ações, em meio ao corte de projeções para produção de cobre.

A Vale informou que os custos e as despesas operacionais (excluindo Brumadinho e descaracterização de barragens) foi de US$ 6,921 bilhões, inferior ao 3º trimestre de 2023 (-2,8%) e ao 2º trimestre deste ano (-7,7%).

As despesas com Brumadinho e de descaracterização somaram US$ 305 milhões, ante US$ 336 milhões do mesmo período do ano passado e US$ 271 milhões do trimestre imediatamente anterior.

Conforme o balanço, o custo caixa C1 de minério de ferro, excluindo compras de terceiros, diminuiu 7% t/t, atingindo US$ 21,9/t, “no caminho para atingir o guidance de US$ 21,5/t a 22,5/t para o ano”.

O Fluxo de Caixa Livre das Operações foi de US$ 1,126 bilhão no 3º trimestre, montante US$ 1,038 bilhão menor na comparação anual, por conta, principalmente, do efeito negativo do capital de giro (US$ 963 milhões menor), como resultado do aumento do volume de vendas e alterações no contas a pagar.

A Vale acrescentou que, no trimestre, ocorreu um movimento negativo no capital de giro de US$ 186 milhões, afetando a geração de caixa, explicado, por maiores vendas provisionadas, “resultante do aumento dos preços provisórios de minério de ferro no final do trimestre e maior volume de vendas provisionadas de minério de ferro (16,4 Mt no 3T23 contra 14,7 Mt no 2T23).”

Endividamento, resultado financeiro e investimentos

A dívida líquida da Vale encerrou o terceiro trimestre em US$ 10,009 bilhões, acima de um ano antes (de US$ 6,980 bilhões) e do trimestre anterior (US$ 8,908 bilhões). De acordo com a mineradora, a avanço na comparação trimestral, reflete, principalmente, os juros sobre capital próprio pagos aos acionistas no período.

Assim, ao final do setembro/23, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado foi de 0,6 vez, ante 0,3 vez de um ano antes e de 0,6 vez do final do segundo trimestre deste ano. “A meta de dívida líquida expandida da Vale é de US$ 10-20 bilhões”, detalhou a mineradora.

O resultado financeiro líquido ficou negativo em US$ 385 milhões, revertendo de saldo positivo de US$ 2,347 bilhões do mesmo período de 2022 e ampliando frente ao 2º trimestre deste ano, de menos US$ 157 milhões.

Segundo a Vale, o resultado financeiro sofreu uma piora de US$ 2,732 bilhões na comparação anual, impactando, diretamente, na redução do lucro anual, por conta ao ajuste de variação cambial acumulada em 2022 e marcação a mercado do valor das debêntures participativas.

A piora do resultado financeiro veio dos maiores gastos com derivativos e variação cambial/monetária, na comparação anual.

Os investimentos, por sua vez, somaram US$ 1,464 bilhão, ante US$ 1,230 bilhão de um ano antes e de US$ 1,208 do trimestre imediatamente anterior.

Conforme a Vale, o crescimento de US$ 300 milhões, na comparação anual, veio por conta do progresso contínuo de projetos-chave como Serra Sul 120 Mtpa, Capanema, expansão da mina de Voisey’s Bay e Salobo III.

Mais cedo, antes do fechamento do mercado, a mineradora anunciou a distribuição de proventos aos acionistas num valor bruto de R$ 2,331661567 por ação, sendo R$ 1,565890809 por ação como dividendos e R$ 0,765770758 por ação como juros sobre o capital próprio. O valor total é de cerca de R$ 10,58 bilhões.

A companhia ainda anunciou novo programa de recompra, que prevê a aquisição de até 150 milhões de ações ordinárias e seus respectivos ADRs, representando cerca de 3,5% do número de ações em circulação, conforme a posição acionária atual.

O anúncio foi feito antes do fechamento após vazamento da informação na imprensa, o que levou a uma interrupção das negociações e fez com que os ativos tivessem a negociação suspensa até a divulgação do fato relevante.

Os resultados da Vale (BOV:VALE3) referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2023 foram divulgados no dia 26/10/2023.

  • Vale aprova distribuição de proventos no valor bruto de R$ 2,33 por ação

O conselho de administração da Vale aprovou a distribuição de proventos aos acionistas no valor bruto de R$ 2,3 por ação.

A distribuição de proventos aos acionistas contempla o valor bruto de R$ 2,331661567 por ação, sendo R$ 1,565890809 por ação como dividendos e R$ 0,765770758 por ação como juros sobre o capital próprio.

  • Vale aprova novo programa de recompra de ações de até 150 milhões de ações

A Vale anunciou um novo programa de recompra de ações que prevê a aquisição de até 150 milhões de ações ordinárias e seus respectivos ADRs, representando cerca de 3,5% do número de ações em circulação, conforme a posição acionária atual.

O prazo de vigência do novo programa é de 18 meses, com início a partir do encerramento do programa vigente, que se dará em 27 de outubro de 2023 por expiração do prazo e com a aquisição acumulada de 360.324.179 de ações, as quais serão objeto de futuro cancelamento.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

O Bradesco BBI ressalta que, apesar do Ebitda ter ficado abaixo do consenso em 4%, subiu 8% no trimestre, beneficiado por maiores volumes de minério de ferro, preços mais altos e custos C1 mais baixos. O negócio de minério de ferro, em geral, foi o destaque positivo do período, com Ebitda crescendo 13% (embora em linha com o consenso) enquanto Metais Básicos foi o negativo, com Ebitda 20% menor (neste caso, abaixo do consenso).

O BBI também segue com a recomendação de compra, com target de R$ 92,00 para VALE3. “O anúncio dos dividendos deve servir como uma proteção para o desempenho das ações no curto prazo, enquanto a empresa entra em um período de sazonalidade positiva para os volumes exportados de minério de ferro”, avalia.

Eleven Financial

A Eleven Financial estima um dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação, ou rendimento de dividendos) ao redor de 10% em 2023 com o dividendo extraordinário. “Para 2024 esperamos um yield ao redor de 8% sem considerar efeitos da recompra e possíveis dividendos extraordinários”, aponta a casa de análise.

Para a Eleven, o custo C1 excluindo compras de terceiros apresentou uma importante redução no trimestre, mostrando a disciplina da companhia na redução de custos. Isto compensou o maior gasto de compras de minério de terceiros, fazendo o C1 atingir estabilidade frente ao 2T23.

Para a casa de análise, a mineradora teve mais uma série de bons resultados em um ambiente difícil. “O resultado da companhia veio em linha com nossas estimativas, impactado pelo maior volume vendido e bons preços de minério aliado ao bom controle de custos visto no trimestre. As vendas de minério cresceram 10% frente ao 2T23, fruto da boa produção e venda de estoques formados ao longo do ano. O preço do minério de ferro também foi um fator importante, com alta de 7% frente ao 2T23, atingindo US$ 105 a tonelada, compensando o menor prêmio de qualidade no trimestre (- US$ 3 a tonelada) devido às baixas margens dos produtores siderúrgicos chineses no período”, avalia.

O Ebitda do segmento de minério atingiu U$ 4,5 bilhões, 13% superior ao 2T23 com margem ligeiramente abaixo (-0,4 ponto percentual, ou p.p., na base trimestral) devido ao maior custo de frete (+7% t/t) com a maior exposição a contratos spot no período.

Já o desempenho de metais básicos foi inverso ao do minério, destaca a Eleven. Apresentou redução de 20% no Ebitda, que atingiu U$ 379 milhões devido à menor venda de níquel (-2,5% na base trimestral), piores preços (-8% frente o 2T23) e maiores custos com a menor produção. No entanto, cobre apresentou uma boa performance, com estabilidade de vendas e preço 12% superior no trimestre.

“Seguimos com uma visão positiva para as ações da Vale”, aponta também a Eleven. Para os analistas, apesar das incertezas sobre a economia chinesa, o nível de produção siderúrgica local continua muito forte, com os setores de infraestrutura, bens de capital e construções sociais aquecidos. Além disso, ainda vê a companhia como um bom player de dividendos, seguindo assim com recomendação de compra com um preço alvo de R$ 112,00. A Genial também possui recomendação de compra para os ativos VALE3, com preço-alvo de R$ 82,50.

Genial Investimentos

A Genial aponta que os números vieram em dinâmicas mistas como esperado, com uma receita em linha, um Ebitda abaixo e lucro líquido acima do esperado.

A mineradora Vale apurou lucro líquido aos acionistas de US$ 2,836 bilhões no terceiro trimestre deste ano, recuo de 36,3% sobre igual período do ano passado. Na comparação trimestral, a alta foi de 217,9%. Já a receita líquida de vendas somou US$ 10,623 bilhões no terceiro trimestre, avanço de 7% ante o mesmo período do ano anterior e 9,8% maior na comparação com os três meses imediatamente anteriores.

Para os analistas da casa, mesmo que o Ebitda tenha sido reportado abaixo das suas projeções (-13% versus a projeção da Genial), ainda assim a Vale demonstrou recuperação nesta linha do resultado, de forma sequencial em +7,8% na base trimestral e na base anual em 11,2%.

“Acreditamos que a melhora está atrelada a (i) sazonalidade positiva para a produção, típicas dos 3Ts, que além de melhorar as vendas, e gera uma diluição de custo fixo, arrefecendo o custo C1 de forma sequencial. Além disso, vemos como outro componente importante para a melhora do resultado o (ii) aumento de preço do minério de ferro 62% Fe, que encorajou a Vale a reforçar o ritmo de desestocageem agora no 3T23 do volume que havia sido acumulado pelas restrições de embarques no terminal Ponta da Madeira (MA), durante o 1T23”, avalia a Genial.

Goldman Sachs

Na visão do Goldman Sachs, o dividendo extraordinário vem como uma surpresa para muitos investidores, que estavam esperando o anúncio somente no primeiro trimestre de 2024.

O Goldman Sachs também está neutro com os ADRs (American Depositary Receipts, ou recibo de ações negociados nos EUA), com preço-alvo de US$ 12,20, ou queda de 6,4% frente o fechamento da véspera.

Itaú BBA

O Itaú BBA também ressalta que esses dividendos foram anunciados como uma distribuição antecipada da política de dividendos relativa ao segundo semestre de 2023 (2S23), que só deveria ser paga em março de 2024. “Dito isso, acreditamos que isso sinaliza que a Vale está confiante com suas perspectivas de geração de FCF [fluxo de caixa livre], o que poderia permitir um forte distribuição em 2024 também”, avalia.

A Vale também anunciou um novo programa de recompra de 150 milhões de ações ordinárias e seus respectivos ADRs (cerca de 3,5% das ações em circulação e no valor de cerca de US$ 2,0 bilhões). “Embora traga flexibilidade em termos de alocação de capital, acreditamos que os dividendos são agora a alternativa preferida para devolver dinheiro aos acionistas”, apontam os analistas do banco.

Para o BBA, a geração operacional de fluxo de caixa livre foi decente em US$ 1,1 bilhão, enquanto a dívida líquida expandida atingiu US$ 15,5 bilhões no 3T23. Os custos de entrega para a China foram o “ponto mais baixo” do trimestre.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado ficou em US$ 4,5 bilhões no 3T23, um aumento de 12% na base anual, mas 2% abaixo das estimativas do BBA e 4% abaixo do consenso.

XP Investimentos

Para a XP, o anúncio de dividendos reflete o conforto da empresa na geração de fluxo de caixa e na conclusão da transação da Vale Metais Básicos.

A XP aponta que os números do terceiro trimestre da companhia foram neutros no 3T23, com o Ebitda ficando 1% abaixo do que projetava.

“Com os números operacionais já divulgados, destacamos as soluções de minério de ferro como destaque positivo (Ebitda ajustado subindo 13% na base trimestral), com custo caixa C1 [(custo de produção da mina ao porto)] a tonelada em queda de 7% na base trimestral”, ressalta. Isso, na visão dos analistas, mitiga parte das preocupações dos investidores no não cumprimento do guidance para o ano de 2023 de US$ 21,5 a 22,5 a tonelada (embora esperemos que esteja mais próximo do topo do guidance).

Já a XP segue com recomendação neutra para as ações com preço-alvo de R$ 73 dadas as expectativas mais baixas para os preços do minério de ferro no futuro e a Vale já precificar esse cenário.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

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