Os reguladores chineses pediram na segunda-feira aos bancos que estabeleçam metas anuais para empréstimos ao setor privado, com o objetivo de incentivar o investimento e a contratação entre os maiores empregadores da China.

O Banco do Povo da China (PBoC, o banco central) juntou-se a sete órgãos governamentais na emissão de um aviso com 25 medidas de apoio à economia privada.

Os bancos também deverão dar mais peso aos empréstimos ao setor privado como critério de avaliação de sucursais e funcionários, de acordo com o aviso.

O apoio financeiro aplica-se a uma vasta gama de empresas do setor privado, independentemente da indústria, mas o aviso menciona especificamente o setor imobiliário, que tem sofrido para garantir financiamento.

O aviso diz que os bancos devem “satisfazer razoavelmente as necessidades financeiras das empresas imobiliárias privadas”, de acordo com um conjunto de medidas emitidas há um ano e que procuravam encorajar extensões de reembolso para empréstimos para projetos habitacionais.

O governo chinês está elaborando uma lista de 50 promotores imobiliários elegíveis para apoio financeiro, incluindo a Country Garden Holdings, líder da indústria com problemas de caixa.

Uma arbitragem concluiu no mês passado que a Country Garden não cumpriu o pagamento de uma obrigação denominada em dólares.

Na China, as empresas privadas são frequentemente substituídas por empresas estatais, dando origem à frase guo jin min tui – “o Estado avança, o setor privado recua”.

As empresas do setor privado enfrentam taxas de crescimento esperadas mais baixas e muitas estão relutantes em expandir. Durante o período de janeiro a outubro, os investimentos em ativos fixos por parte de empresas do setor privado caíram 0,5% em relação ao ano anterior. Se os investimentos fixos diminuírem durante todo o ano, será a primeira queda desde 2011.

No entanto, 80% dos trabalhadores chineses trabalham em empresas privadas, o que faz com que a incerteza em relação a elas tenha impacto nas finanças familiares.

Porém, a promoção de empréstimos ao setor privado eleva o risco de se desviar a atenção sobre os riscos do setor financeiro, tais como administrar a inadimplência em empréstimos.