O dólar encerrou em leve alta frente ao real nesta quarta-feira, refletindo a piora na percepção do risco fiscal no meio da tarde, após o governo revisar a expectativa de déficit primário em 2023, de R$ 141,4 bilhões para R$ 177,4 bilhões, no relatório bimestral de despesas.
O número ajudou a colocar mais dúvida na capacidade de o governo conseguir cumprir a meta de déficit zero no ano que vem. Mais cedo, a moeda chegou a cair, apoiada nas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que se mostrou mais otimista com a trajetória da inflação e sinalizou uma possibilidade de o Copom acelerar o ritmo de cortes da Selic a partir de março de 2024.
A aprovação do projeto de tributação de fundos offshore e exclusivos na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado no final da manhã também foi um fator de alívio para o câmbio. Lá fora, o dólar operava em alta sobre os pares, ainda na esteira da Ata do Fed, que deixou em aberto a chance de nova alta de juros nos EUA.
A moeda avançava especialmente sobre a libra, forte valorização sobre a libra, após o ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, anunciar medidas de estímulo à economia em sua Declaração Orçamentária de Outono, como cortes de impostos e aumento do salário mínimo. O dólar à vista fechou em leve alta de 0,07%, a R$ 4,9017, após oscilar entre R$ 4,8781 e R$ 4,9198.
Às 17h01, o dólar futuro para dezembro subia 0,07%, a R$ 4,9055. Lá fora, o índice DXY tinha alta de 0,36%, aos 103,934 pontos. O euro caía 0,26%, a US$ 1,0882. E a libra recuava 0,38%, para US$ 1,2489.