A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Michelle Bowman, disse hoje que o banco central dos Estados Unidos provavelmente precisará aumentar ainda mais os custos de empréstimos para reduzir a inflação de volta à sua meta de 2% em um período razoável.

“Minha perspectiva econômica básica continua a esperar que precisaremos aumentar a taxa de fundos federais para manter a política suficientemente restritiva para reduzir a inflação para nossa meta de 2% de maneira oportuna”, disse Bowman em comentários preparados para um evento em Salt Lake City, Utah.

Bowman repetidamente esteve entre uma pequena minoria de membros do Fed que afirmaram que não acham que o trabalho do Fed esteja concluído. Ela acredita observou que a inflação permanece alta e o progresso é “desigual”, detalhando em seus comentários o “nível incomumente alto de incerteza” sobre a perspectiva econômica

“Ainda não está claro se um novo alívio no fornecimento de bens e mão de obra continuará a reduzir a inflação, dado o maior gasto entre os consumidores, os preços mais altos de energia e possíveis novas escassezes de mão de obra nos próximos anos relacionadas à tendência de trazer mais manufatura de volta do exterior”, afirmou Bowman.

Para a diretora do Fed, alguns sinais de insensibilidade às taxas de juros entre as empresas podem diminuir os efeitos da política monetária mais rígida e das condições financeiras na atividade econômica e na inflação, e as condições econômicas mais longas em geral podem significar que a taxa de política do Fed pode precisar ser mais alta do que as normas pré-pandêmicas.

“Na minha opinião, dadas as possíveis mudanças estruturais na economia, como a demanda maior por investimento em relação à poupança, é bastante possível que o nível da taxa de fundos federais consistente com uma inflação baixa e estável seja mais alto do que antes da pandemia”, disse Bowman.