A FTX Trading, uma exchange de criptomoedas que entrou em falência em novembro de 2022, anunciou na terça-feira (19) um acordo crucial com os liquidantes de sua unidade nas Bahamas. O acordo resolve uma disputa de longa data sobre qual processo de falência deve prevalecer: o dos Estados Unidos ou o das Bahamas.
De acordo com o acordo, a FTX e a FTX Digital Markets concordaram em unir seus ativos e padronizar sua abordagem na avaliação de reclamações de clientes. Isso garantirá tratamento igualitário aos clientes no processo de insolvência, independentemente do país em que escolham buscar reembolso. Os clientes da FTX.com, uma bolsa internacional de criptografia, terão a opção de buscar reembolso da falência nos EUA ou da liquidação nas Bahamas, de acordo com informações da FTX.
O CEO da FTX, John Ray, expressou a importância desse acordo, afirmando que é um marco crítico no esforço da empresa para reembolsar os clientes. Ele reconheceu os desafios únicos enfrentados pela equipe devido aos registros conflitantes das duas entidades, mas destacou o compromisso com os clientes da FTX.com.
Os liquidatários nas Bahamas, Brian Simms e Peter Greaves, também elogiaram o acordo, afirmando que ele evitará anos de litígios e despesas prolongadas, acelerando assim o retorno dos fundos aos clientes.
A FTX havia estado em desacordo com as autoridades das Bahamas desde que entrou com um pedido de proteção contra falência em novembro de 2022, deixando seus 9 milhões de clientes diante de bilhões em perdas potenciais. A FTX havia entrado com uma ação contra os liquidatários das Bahamas em março, alegando que eles haviam reivindicado indevidamente a propriedade dos ativos da bolsa.
Segundo o acordo, a equipe de falências da FTX com sede nos EUA liderará os esforços de recuperação de ativos, incluindo a possível venda da bolsa FTX.com e de sua propriedade intelectual. Enquanto isso, os liquidatários das Bahamas serão responsáveis pela venda de ativos imobiliários no país e pela defesa de ações judiciais.
Além disso, o acordo inclui um acordo sobre o token criptográfico proprietário da FTX, FTT, como participação acionária na FTX. Isso é significativo, pois o valor dos tokens FTT havia sido motivo de discordância no ano passado, com a equipe da FTX nos EUA alegando que a maioria dos ativos apreendidos pelos liquidatários das Bahamas eram tokens FTT (COIN:FTTUSD) sem valor.
A FTX reiterou seu compromisso de usar pelo menos 90% de seus ativos para reembolsar os clientes, planejando efetuar os pagamentos em dólares americanos, em vez de criptomoedas. Este acordo representa um progresso importante para a FTX no caminho para reembolsar seus clientes e resolver a complexa questão de sua falência.