A Starbucks (NASDAQLSBUX) enfrenta desafios crescentes em relação à sindicalização de várias de suas lojas nos EUA e, segundo um relatório independente recente, deveria melhorar suas diretrizes sobre disciplina de funcionários e a observância dos direitos de negociação coletiva. Este relatório, solicitado pelos acionistas da empresa em março, não identificou provas de um suposto “manual anti-sindical”, mas apontou falhas na abordagem da Starbucks às questões sindicais.
A Starbucks também é negociada na B3 através da BDR (BOV:SBUB34).
Thomas Mackall, consultor e ex-executivo de relações trabalhistas que preparou o relatório, observou que erros cometidos pela Starbucks no trato com trabalhadores sindicalizados se deviam principalmente à falta de preparação para a onda de organização sindical e a equívocos de funcionários locais sem experiência em lidar com sindicatos. Por outro lado, a Workers United, sindicato que representa a maioria das lojas sindicalizadas, foi descrita como bem preparada e eficaz em suas estratégias.
O relatório sugeriu que a Starbucks poderia fortalecer seu compromisso com os direitos humanos, incluindo respeito pela organização trabalhista, e criar materiais mais claros para orientar a equipe sobre como cumprir com esses direitos. Foi destacada a necessidade de uma orientação comportamental mais eficaz para cumprir a liberdade de associação e o direito à negociação coletiva.
Além disso, o relatório indicou que embora as demissões em lojas sindicalizadas ocorressem na mesma proporção que em lojas não sindicalizadas, a Starbucks poderia aprimorar a estrutura e os padrões para disciplinar os funcionários, especialmente considerando a atenção extra que as demissões em locais sindicalizados recebem.
A Starbucks também foi aconselhada a oferecer melhor treinamento aos gerentes sobre como interagir com os trabalhadores sindicalizados, após constatação de que alguns gerentes ultrapassaram os limites em muitos casos.
Em resposta ao relatório, a Starbucks manifestou a intenção de tomar “ações significativas”, segundo uma carta do presidente do conselho aos acionistas. A Workers United, por outro lado, vê o relatório como um reconhecimento dos “problemas profundos” na resposta da empresa à organização dos trabalhadores.
A situação é agravada por mais de 100 queixas emitidas pelo Conselho Nacional de Relações Laborais dos EUA contra a Starbucks, acusando-a de táticas ilegais anti-sindicais. A Starbucks nega qualquer irregularidade e afirma que o sindicato se recusa a negociar de boa fé.